Plebiscito popular por reforma política será realizado na próxima semana
27/08/2014
- Opinión
São Paulo – De 1º e 7 de setembro, durante a Semana da Pátria, a população brasileira poderá votar se é a favor ou não de uma constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político brasileiro. O plebiscito popular foi organizado por diversas entidades que objetivam aperfeiçoar as instituições políticas do país. A presidenta Dilma Rousseff propôs a reforma política após as manifestações da junho do ano passado e reiterou ser favorável ao plebiscito durante o primeiro debate com os presidenciáveis na TV, realizada na terça-feira (26).
O secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes, destaca que os movimentos se uniram para a realização da consulta popular após a proposta da presidenta. "Para nós, é uma resposta as manifestações de junho, que apontamos. Levamos a frente e estamos fazendo com as próprias mãos esse plebiscito", diz em entrevista à Rádio Brasil Atual.
O secretário da CUT alega que segmentos conservadores, como o STF e partidos políticos, a exemplo do PMDB, apresentam resistência à reforma política e chegaram a acusar Dilma de exercer um golpe. "Consultar o povo é a forma mais democrática que existe para saber os rumos da nação", considera.
O sindicalista aponta as reformas defendidas pelos movimentos. No caso da CUT, o fim do Senado, que exerce papel redundante em relação à Câmara dos Deputados, o fim do financiamento privado de campanhas para partidos políticos e a reformulação na proporcionalidade dos votos são as principais bandeiras. Gomes indica que o voto de um eleitor de Roraima "vale" dez vezes mais do que o de um eleitor paulista, ferindo a regra "elementar da democracia", que pressupõe igualdade no peso dos votos de cada indivíduo.
"No Brasil, 70% do Congresso está representando pelas grandes empresas e pelos latifundiários, ou seja, o povo não está representado. Então, nós achamos que a constituinte seria o caminho para mudar isso", afirma. Os movimentos sociais esperam que a maioria da população brasileira responda favoravelmente à constituinte exclusiva e soberana para a reforma política. Se o resultado for alcançado, o próximo passo será pressionar as autoridades para que a proposta se concretize.
"Estamos com as urnas, levando para os lugares de trabalho, igrejas, movimentos sociais e estamos chamando os dirigentes sindicais para se engajarem e coletarem os votos", ressalta o secretário. Votos também poderão ser realizados pela internet, com número do CPF, no site do Comitê Plebiscito Constituinte.
O comitê pela reforma política conta com cerca de mil escritórios espalhados pelo país. Foi criado em setembro passado por partidos políticos e movimentos sociais. A organização soma 214 entidades, entre movimentos sociais, sindicatos, partidos e coletivos.
28/08/2014
https://www.alainet.org/en/node/102823
Del mismo autor
- México oferece asilo a Julian Assange e pede ‘atitude humanitária’ dos EUA 04/01/2022
- Crise no Equador pode ser divisor de águas na América Latina 09/10/2019
- Dilma: golpe admitido por Temer no Roda Viva foi ponte para o Bolsonaro 18/09/2019
- Brasil e Paraguai anulam acordo que podia levar ao impeachment do presidente Mario Abda 02/08/2019
- Depois do 30 de Maio histórico, movimentos preparam greve geral contra reforma da Previdência 31/05/2019
- Venezuela derrota tentativa de golpe incitada por Guaidó 30/04/2019
- Rádios comunitárias poderão ser alvo de Bolsonaro 08/01/2019
- João Pedro Stédile recebe Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos 11/12/2018
- Despejo de 450 famílias do quilombo Campo Grande interessa a ‘barão do café’ 16/11/2018
- Para chegar ao poder, Moro cometeu 11 violações aos direitos de Lula 05/11/2018