Lagarde indiciada. FMI sem crédito!
01/09/2014
- Opinión
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, adora se meter na economia de países autônomos. Ela insiste no receituário neoliberal de maior austeridade fiscal, mais juros e mais libertinagem financeira – que levou as nações europeias ao colapso econômico, com recordes de desemprego e brutal regressão de direitos sociais. Lagarde também posa de madame acima de qualquer suspeita. A vida, porém, é cruel. Na semana passada, ela foi indiciada pela Justiça da França sob a acusação de uso irregular de dinheiro público no governo do fascistóide Nicolas Sarkozy (2007-2012), de quem foi ministra da Economia. Caso seja condenada, ela pode pegar até um ano de prisão.
A chefona do FMI é acusada de assinar um documento falso que permitiu o repasse do dinheiro ao empresário Bernard Tapie, aliado de Sarkozy, em 2008. A negociata visou dar fim à ação judicial, iniciada na década de 1990, entre o ricaço e o extinto banco estatal Crédit Lyonnais, quando o empresário vendeu a empresa Adidas. O caso levou o Estado a pagar € 400 milhões (R$ 1,18 bilhão) a Tapie. Para a Justiça francesa, Lagarde foi, no mínimo, “negligente” ao autorizar que o famoso doador de campanhas de Nicolas Sarkozy recebesse a fortuna em indenização. A abertura do processo aumentou os rumores de que ela poderá deixar o cargo de diretora-geral do FMI, que ocupa desde 2011.
Conforme observa a própria Folha rentista, “o indiciamento de Lagarde acontece três anos depois que seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn, renunciou ao cargo após se envolver em um caso de abuso sexual contra uma camareira em um hotel de Nova York. Analistas afirmam que, caso Lagarde seja obrigada a deixar o cargo, aumentará a pressão de países emergentes pelo comando do fundo monetário. Nos últimos anos, países como Brasil e China aumentaram sua participação nos recursos usados pela instituição. Desde sua criação, em 1944, o FMI sempre foi chefiado por europeus”. De concreto, porém, o indiciamento desgasta ainda mais a imagem do prepotente antro da oligarquia financeira mundial.
Nos últimos meses, o FMI tem feito violenta pressão contra os chamados países emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para que eles adotem o seu receituário neoliberal destrutivo e regressivo. No final de julho, o organismo fez duros ataques à política econômica do governo Dilma – o que, de imediato, ganhou as manchetes da mídia rentista e serviu de palanque para a oposição demotucana. O relatório do FMI afirmou que o país rumava para o caos econômico e que era o “mais frágil” dos emergentes. Diplomático, o ministro Guido Mantega reagiu, afirmando discordar da avaliação de um “órgão tão respeitável”. Será que o FMI é mesmo um “órgão tão respeitável”? Lagarde com a palavra!
A chefona do FMI é acusada de assinar um documento falso que permitiu o repasse do dinheiro ao empresário Bernard Tapie, aliado de Sarkozy, em 2008. A negociata visou dar fim à ação judicial, iniciada na década de 1990, entre o ricaço e o extinto banco estatal Crédit Lyonnais, quando o empresário vendeu a empresa Adidas. O caso levou o Estado a pagar € 400 milhões (R$ 1,18 bilhão) a Tapie. Para a Justiça francesa, Lagarde foi, no mínimo, “negligente” ao autorizar que o famoso doador de campanhas de Nicolas Sarkozy recebesse a fortuna em indenização. A abertura do processo aumentou os rumores de que ela poderá deixar o cargo de diretora-geral do FMI, que ocupa desde 2011.
Conforme observa a própria Folha rentista, “o indiciamento de Lagarde acontece três anos depois que seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn, renunciou ao cargo após se envolver em um caso de abuso sexual contra uma camareira em um hotel de Nova York. Analistas afirmam que, caso Lagarde seja obrigada a deixar o cargo, aumentará a pressão de países emergentes pelo comando do fundo monetário. Nos últimos anos, países como Brasil e China aumentaram sua participação nos recursos usados pela instituição. Desde sua criação, em 1944, o FMI sempre foi chefiado por europeus”. De concreto, porém, o indiciamento desgasta ainda mais a imagem do prepotente antro da oligarquia financeira mundial.
Nos últimos meses, o FMI tem feito violenta pressão contra os chamados países emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para que eles adotem o seu receituário neoliberal destrutivo e regressivo. No final de julho, o organismo fez duros ataques à política econômica do governo Dilma – o que, de imediato, ganhou as manchetes da mídia rentista e serviu de palanque para a oposição demotucana. O relatório do FMI afirmou que o país rumava para o caos econômico e que era o “mais frágil” dos emergentes. Diplomático, o ministro Guido Mantega reagiu, afirmando discordar da avaliação de um “órgão tão respeitável”. Será que o FMI é mesmo um “órgão tão respeitável”? Lagarde com a palavra!
2 de setembro de 2014
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