Feministas de todo o mundo se reúnem para debater o avanço do conservadorismo
- Opinión
A Marcha Mundial das Mulheres, movimento feminista que atua globalmente desde 2000, realiza em São Paulo (SP) o seminário “Resistência e Reconstrução de Movimento: confrontando o neoliberalismo desde a economia feminista e os comuns”. O encontro, que acontece entre os dias 17 e 19 de junho, reúne 30 lideranças de países das Américas, Europa, África, Ásia e Oriente Médio, mais dezenas de outras ativistas.
Um dos objetivos do evento é a discussão em torno do conservadorismo como uma tendência do capitalismo global e como isso afeta o avanço de pautas ligadas aos direitos das mulheres.
Miriam Nobre, uma das organizadoras do seminário, afirma que é importante discutir os impactos do neoliberalismo, pois “sabemos que o ataque às mulheres que expressam suas vontades e desejos e a imposição de uma família patriarcal baseada na submissão e no sobretrabalho das mulheres é condição para o avanço do neoliberalismo com suas formas precárias de trabalho e ausência de seguridade social”.
Ela ressalta, no entanto, que “em boa parte do mundo a resistência feminista tem um grande poder de convocação na sociedade combinado à denúncia dos ataques com a afirmação de alternativas que implicam em uma mudança na organização da reprodução social”.
O evento terá a presença de lideranças feministas do Brasil, Moçambique, Honduras, Curdistão, Estados Unidos, México, Guatemala, Uruguai, Chile, Argentina, Quênia, Costa do Marfim, Tunísia, Filipinas, Paquistão e Turquia, que trarão suas experiências locais para reflexão.
Entre as convidadas está a estadunidense Priya Johnson, militante da Marcha Mundial das Mulheres e coordenadora política da aliança Grassroots Global Justice (GGJ); Graça Samo, coordenadora do secretariado internacional da Marcha, sediado em Moçambique; a hondurenha Wendy Cruz, integrante da Via Campesina; Alessia Dro, que faz parte do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK); e Sandra Morán, primeira mulher lésbica eleita deputada na Guatemala.
A organização do seminário irá disponibilizar material diário sobre os conteúdos debatidos nas mesas. O conteúdo será divulgado em listas de e-mail e no site da Marcha Mundial das Mulheres.
Edição: Luiza Mançano
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