Direitos Humanos

10/12/2000
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Hoje é dia de comemorar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada na ONU em 1948. Andei pela Itália, palestrando e lançando a nova edição de meu livro "Batismo de Sangue". Em Veneza, um dedo ergueu-se na platéia: "Como vocês lutam por direitos humanos no Brasil?" Agarrei-me a pensar. Direitos humanos no Brasil? É luxo. Aqui nem conquistamos ainda direitos animais, como abrigar-se do frio e do calor, comer, beber e educar a cria. Neste país, a maioria não sabe se terá futuro e se ele será de dor ou de felicidade. Basta dizer que 111 milhões de brasileiros ganham, no máximo, 2 salários mínimos por mês. Direitos humanos virou palavrão entre nós. Goebbels, ministro de Hitler, sacava a pistola quando ouvia a palavra cultura. Aqui, muitos gostariam de reagir do mesmo modo ao escutar "direitos humanos". Acham que é defender bandido. Não é. É fazer o que Jesus fez: defender o direito de todos à vida e aos bens da vida. Defender direitos humanos é lutar para que todos tenham alimentação, saúde, educação, moradia e trabalho. Basta isso para ser feliz. Desde que o coração bata livre de ambições desmedidas. A polícia deveria ser a primeira a respeitar os direitos humanos. Ela existe para defender a população. É paga por nossos impostos. Mas os governantes não exigem que as escolas de polícia ensinem direitos humanos a seus alunos. Fazem vista grossa frente às torturas. Raramente a Justiça condena os maus policiais. Crescem, então, a escalada da violência e a "cultura" do olho por olho, dente por dente. Ora, a vingança semeia justiça como a gasolina apaga fogos.
https://www.alainet.org/es/node/104993?language=en
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