Buffalo Bush

23/09/2002
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Parece que o presidente Bush, dos EUA, quer botar fogo no mundo. Não é a primeira vez que um poderoso age como um maluco cheio de caprichos. Nero, imperador romano, mandou incendiar Roma. Hitler decidiu que a Europa pertencia à Alemanha. Agora, Bush quer bombardear o Iraque para saciar sua sede de vingança provocada pelos atentados terroristas que abalaram os EUA em setembro de 2001. Na verdade, Bush quer guerra para salvar seu prestígio político, hoje em baixa. A economia dos EUA vai mal, os escândalos de fraudes em grandes empresas se multiplicam, o povo não se conforma de seu país ter sofrido um ataque tão certeiro de Bin Laden sem que a CIA e o FBI pudessem evitá-lo. Incentivado pela indústria bélica, Bush quer terminar a obra que seu pai, ao presidir os EUA, começou e não terminou: a queda de Saddam Hussein, presidente do Iraque. Ocorre que os países filiados à ONU deveriam, em princípio, pedir licença ao seu Conselho de Segurança antes de declarar guerra a um outro. Mas há anos a ONU deixa a sua autoridade escorrer pelo ralo e se dobra aos caprichos da Casa Branca. Sem pedir licença à ONU, em 1970 os EUA atacaram o Camboja, sob pretexto de que as tropas do Vietnã ali se refugiavam. A ONU fez que não viu. Em 1981, Israel destruiu um reator nuclear do Iraque. A ONU condenou o ataque, apoiada pelos EUA. Israel, porém, não sofreu nenhuma punição. Em 1986, Reagan ordenou um ataque à Líbia, depois que soldados dos EUA foram mortos na Alemanha. A ONU fez que não viu. No fim do século 19, Buffalo Bill exterminou milhares de índios sob o pretexto de abrir caminho à civilização. Hoje, este nome provoca vergonha. Parece que o velho assassino de índios Sioux se reencarnou no espírito belicoso de Bush Júnior. * Frei Betto é autor de "Alfabetto ­ autobiografia escolar".
https://www.alainet.org/es/node/106410
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