O que vem depois do Iraque

21/03/2003
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Os serviços de inteligência norte-americanos foram capazes de colocar sistemas de escutas telefônicas para monitorar os integrantes do Conselho de Segurança da ONU. Descobriu-se que o mesmo expediente foi utilizado junto a integrantes da Comunidade Européia. O jornalista brasileiro, Élio Gaspari lembra, em artigo publicado em diversos jornais que os próprios aliados de George Bush diziam-lhe que não tinha condições de vir a ser o presidente. "Vamos ver", era o que respondia Bush. Estamos vendo. Puro desvario de um fundamentalista alucinado que acha que fala com Deus e pensa que o mundo é dele. O petróleo é o "deus" e Bush é o seu profeta. O grande problema dos norte-americanos é a virgindade de Lois Lane. O Superman consegue salvar a Casa Branca, sempre no momento decisivo, mas Lois Lane continua virgem. Quando o homem de aço achou que deu um jeito o presidente reclamou da demora da bandeira e foi preciso todo um aparato para tudo voltar a ser como dantes. Caso contrário o eixo do mal tomaria conta. O que vem depois do Iraque? Cuba prepara-se para a tentativa de vir a ser condenada por violação dos direitos humanos na ONU, na comissão específica, em Genebra. Bush quer justificar o bloqueio e certamente quer a ilha para transforma-la numa imensa prisão, à revelia de qualquer princípio do direito internacional. A Venezuela é outra bola da vez. A cunha em que se transformou a Colômbia, sob o governo de Álvaro Uribe, pode ser o pretexto para a ação "libertadora" naquele país. De quebra a Amazônia. São brutais as pressões sobre o presidente equatoriano, Lúcio Gutierrez, pela base de Manta. A Coréia é pedra noventa. Nem que seja para mostrar ao mundo quem está realmente investido do poder divino de decidir o que é o bem e o que é o mau. O grande objetivo de Bush é destruir a União Européia. Impedi-la de alcançar condições de grande potência e contraponto ao império boçal e bárbaro que vem se desenhando a partir dos Estados Unidos. Tem aliados importantes, Tony Blair, José Aznar, Silvio Berlusconi e um ou outro fascista instalado num ou noutro governo no continente europeu. O euro constitui-se ameaça real ao poder do dólar e "deus" disse a Bush que a moeda corrente no céu é a norte-americana. É a resposta dele a meia dúzia de texanos que ainda acham que sala de estar é para estar decorada com escalpos, todos instalados em sua catedral terrorista e fartando-se no banquete da estupidez militarista de mariners, bombas inteligentes, essas coisas todas que qualquer criança hoje conhece nos jogos de vídeo e computador. Paulo Francis dizia que as "crianças americanas crescem matando inimigos ferozes nos jogos de computador, logo, quando chamadas a matar gente de verdade, não sabem separar as coisas, vêem tudo através de visores coloridos". Quando Roger Vadim fez Barbarella misturou os conceitos libertários de uma época num filme agradável e inteligente. A máquina do prazer. Pelo visto o prazer de Bush serão os corpos de milhares de iraquianos depois de 3 mil bombas. Capitis deminutio. Em todos os sentidos. Engana-se quem pensa que "Mad Max" é mero exercício ou de ficção, ou de futurologia. É presente. A horda avançando por desertos atrás de óleo. Vai, naturalmente, comemorar com cerveja e pretzel, ao lado de seus dois cães, aos quais quer como se filhos fossem. "Deus" disse a ele que os iraquianos não são gente. Nem os palestinos. Nem os afegãos, nem...
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