Terror americano não quer testemunhas do banho de sangue
08/04/2003
- Opinión
Erro? Acidente? A carnificina norte-americana contra o
povo do Iraque não quer registros e nem testemunhos. O
banho de sangue em Bagdá, para atender aos interesses da
organização terrorista da Casa Branca, implicou no
bombardeio deliberado de um hotel onde se encontram
jornalistas do mundo inteiro e contra os escritórios de
duas redes árabes de televisão, uma delas a Al Jazeera
As declarações da porta voz do Departamento de Defesa,
Victoria Clark e do general Brooks, no Catar, são
típicas de terroristas sem qualquer escrúpulo ou
respeito pela vida, pelo direito, pela liberdade. E
chamam a isso de -libertação do Iraque-
As imagens do ataque terrorista contra o hotel Palestina
e contra os escritórios das redes de televisão não
deixam nenhuma dúvida: ato pensado, planejado, decisão
de silenciar jornalistas que não aceitam a pauta do
Pentágono. Os fatos chocam o mundo e causam repulsa em
todos os que estão fora -paraíso- das -criaturas de Deus-
, ou seja, o mundo dos mamíferos
Os jornalistas estão diante de um dilema: os mais
importantes meios de comunicação, na aldeia global em
que se transformou o mundo, estão sob controle das
classes dominantes e, nos Estados Unidos, são braços do
terror da Casa Branca. A tarefa de veicular notícias,
registrar fatos, trazer a público o horror da ação
terrorista/imperial contra o Iraque, como de outras, no
Afeganistão por exemplo, está restrita ou à rede mundial
de computadores, blogs e jornais eletrônicos, ou a
jornalistas independentes que ainda conseguem sobreviver
ao jornalismo asséptico e inodoro, mas com objetivos
claros de alienação e dominação através da mentira,
praticado pelos grandes veículos
A discussão hoje é sobre a reconstrução do Iraque, quem
governa, quem leva os contratos, a disputa é pelo lucro.
Toda a sorte de atos de terror dos últimos quase trinta
dias de -choque e pavor- tem sido omitida. Não querem
imagens ou notícias que comprovem que o que acontece no
Iraque é uma violenta e inominável ação terrorista a
partir dos interesses imperiais do governo Bush e o que
ele representa
Essa sordidez alcança redes menores, no caso nacionais e,
no Brasil, foi vergonhosa a manifestação de uma
jornalista apresentadora da -Globonews-, quando dava a
notícia dos atos terroristas: fez uma pausa, deixou de
lado o script e afirmou: -é preciso explicar que os
jornalistas estão sendo assassinados pelos dois lados-.
Um dos donos da emissora, da rede, é Rudolph Murdoch. A
submissão é repugnante
Ao longo dos dias de terror o governo do Iraque prendeu
jornalistas italianos, sem vistos, submeteu-os a
interrogatórios e libertou-os. Nenhum deles disse que
foi torturado, ou maltratado. Jornalistas portugueses
foram presos por militares norte-americanos e denunciaram
maus tratos. Agora, os assassinatos frios, impiedosos, a
tentativa de calar vozes que não aceitam a
verdade/mentira dos terroristas/imperiais
Dois pesos duas medidas
Abutres sobre carniça, não querem que o mundo veja isso
Os que trabalham com comunicações, necessariamente, para
que não sejam considerados meros acessórios no show
dessa -sociedade de espetáculos- deprimentes, como a
ação terrorista/imperial no Iraque, vamos ter que
refletir, discutir e avaliar o papel do jornalista em
tempos como os atuais, em que os principais veículos são
meros agentes das classes dominantes
Não é uma questão técnica, sobre como fazer isso, ou como
fazer aquilo. Que tipo de noticiário se verde ou azul. É
sobrevivência do papel do jornalista, fadado ao mundo
sonolento dos comunicados oficiais, da verdade/mentira,
com raras exceções
Isso não significa, como pretendem , até por esperteza
para confundir com apoio a Saddam Hussein. Quer dizer
apenas capacidade de indignação com a boçalidade do
terrorismo/imperial. Saddam é detalhe nesse processo.
Pretexto para o controle das reservas de petróleo.
Submissão aos interesses de grupos ligados ao governo de
Israel. Não é por outra razão que Dick Chaney é o vice-
presidente
Essa maneira de tentar rotular quem critica o terrorismo
da Casa Branca, é mais que uma simplificação perigosa, é
ação planejada, fria e calculada para desqualificar
jornalistas e veículos independentes; Os bombardeios
contra o hotel Palestina, contras as duas redes de
televisão árabes não foi um acidente. Tenho a certeza,
como em relação ao comboio dos russos, que foi um ato
deliberado, pensado, que nem tem o caráter de
advertência, mas apenas de mostrar quem manda, quem tem
as bombas, quem está destruindo em massa, com armas de
destruição em massa
Bandidos e terroristas sem escrúpulos e o governo Bush é
puro terror
A pergunta simples e única, a que fica: como reagir,
sabendo que reagir é preciso, antes que estejamos todos
debaixo do tacão nazista do terror norte-americano? O
Iraque é só a mostra do que nos espera, em qualquer
canto. É só olhar o procedimento do -poodle- Tony Blair.
Ou o silêncio conivente de Aznar. O desespero dos
coadjuvantes por míseras beiradas nos negócios
Ou, pior, o espetáculo a cores e ao vivo de uma ação
terrorista/imperial que, brevemente, estará nas telas de
todos os cinemas e transformada em jogos de vídeo game
para nossos filhos, nossos netos, para que possam
brincar de matar e -libertar a Iraque- Causa engulhos o
terror norte-americano
https://www.alainet.org/es/node/107299
Del mismo autor
- A tortura 18/07/2011
- Cesare Battisti – Um ato de soberania 08/06/2011
- Forças ítalo/americanas derrotadas no STF 08/06/2011
- Brasil – Israel – forças armadas: conclusão 07/04/2011
- 1º de abril – o golpe Norte-Americano no Brasil 03/04/2011
- Jornalismo de esgoto (II) 17/09/2010
- Jornalismo de esgoto (I) 16/09/2010
- Uma elite preconceituosa 15/09/2010
- Serra/Globo tentam transformar eleições em festival de baixarias 02/09/2010
- Você sabe falar inglês? 29/08/2010
Clasificado en
Clasificado en:
Guerra y Paz
- Prabir Purkayastha 08/04/2022
- Prabir Purkayastha 08/04/2022
- Adolfo Pérez Esquivel 06/04/2022
- Adolfo Pérez Esquivel 05/04/2022
- Vijay Prashad 04/04/2022