Que tal um Grupo dos Amigos da Colômbia?
07/05/2003
- Opinión
A tentativa de resgate de um grupo de sequestrados pela guerrilha
das FARC por parte do governo da Colômbia, seu fracasso, com a
exceução de grande parte deles, gerou uma crise sem precedentes no
país. Por um lado, o governo tem que se explicar diante da opinião
pública e dos familiares dos sequestrados, a respeito de por que
rompeu o acordo com estes, de somente tentar recupera-los com
assentimento dos familiares. Por outro, no momento em que se
desenvolviam negociações para uma troca de prisioneiros da guerrilha
e do governo, este tentou dar um "golpe de mestre", contando com o
apoio de helicópteros norte-americanos e desatou a execução dos
sequetrados.
A opinião pública, tendente a não ceder diante da guerrilha, era
simpática aos critérios do governo, de só libertar prisioneiros para
o exterior, de conseguir a libertação de todos os sequestrados e
outras exigências mais. Porém, a concepção militarista dos
assessores norte-americanos e da alta oficialidade do governo levou
ao golpe desesperado de cercar um acampamento onde estavam
sequestradis, Os guerrilheiros executaram quase todos e conseguiram
fugir.
O resultado é desolador para as negociações de paz no plano
imediato. O governo endurece, ao colocar a culpa na guerrilha, para
se exigir de responsabilidade, enquanto a guerrilha fica alerta com
a atitude do governo, consciente que este quer resolver as coisas no
plano militar.
Mas existem alternativas elaboradas pelos grupos que pregam soluções
negociadas para o conflito colombiano, que servem de bom ponto de
partida para que se constitua - a partir de iniciativa que o governo
brasileiro parece interessado em levar adiante. Se foi constituído
um Grupo de Amigos da Venezuela, por que não constituir um Grupo de
Amigos da Colômbia? Vários países europeus já demonstraram interesse
em ajudar a intermediar uma solução política para o conflito.
O Brasil poderia, na sequencia das atitudes já tomadas pelo governo
brasileiro no sentido de reservar-se um papel de intermediador,
tomar a iniciativa, seja no marco da OEA, seja a partir de contatos
bilaterais, desempenhar um papel decisivo para que a "guerra
infinita" nâo deite raizes no continente e, ao contrário, possam
ser resolvidos pacificamente os conflitos regionais e a América
Latina possa se constituir num espaço de paz e de integração para um
mundo multipolar.
https://www.alainet.org/es/node/107502?language=es
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