As contas do PT

13/12/2006
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Marco Aurélio de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem avidez por ocupar espaços na imprensa. Quando faz a ressalva, que ora condena, ao absolver um latifundiário que pagou por uma noite de sexo com uma adolescente de 12 anos. Ressalvou que ela sabia o que estava fazendo.

Ou quando declarou, sem provas, sem dados, que no caso do dossiê, a candidatura Lula poderia vir a ter o registro cassado. As ressalvas estavam implícitas na explícita declaração de voto por Alckmin.

E, agora, quando critica a recomendação para que as contas do PT (Partido dos Trabalhadores) sejam aprovadas com ressalva. Vai daí que a Procuradoria Geral da República recomenda em seu parecer a aprovação das ditas contas. Sugere as mesmas ressalvas quanto aos dados considerados falhos ou imprecisos.

No caso do ministro baixou uma espécie de “espírito de Nelson Jobim”. Ou seja, a busca de notoriedade, no papel de paladino e guardião da moral pública. É primo de Collor de Mello. Qualquer hora sai pedindo para que ninguém o deixe só.

É lamentável sob todos os aspectos o pré-julgamento. Como lamentável foi a decisão que absolveu o latifundiário.

As contas de vários partidos tiveram dados contestados pelos técnicos do TSE.

Noutra ponta a mídia tratou apenas das contas do PT e estranhamente das do candidato tucano (eleito) José Serra, ao governo de São Paulo. Em menos de um dia as de Serra foram aprovadas. A mesma mídia fez questão de dizer.

Não se trata de defender Lula ou o PT. O mundo institucional é todo ele comprometido com todos os esquemas viciados que se possa imaginar. Brasília é uma “ilha da fantasia” como escreveu Millôr Fernandes.

Não há salvação nesses meandros de vossa excelência para lá, vossa excelência para cá. Como? Com Paulo Maluf deputado? Com Jader Barbalho? Só esses dois já são suficientes para essa conclusão.

O problema é o que anda por trás desses esquemas. Ou dessas declarações do ministro Marco Aurélio Mello. Em primeiro lugar o primo Collor virou senador e é candidatíssimo a presidente em 2010. A “injustiça” vai ser proclamada. “Se todo mundo pode por que não eu?” “Ou por que só eu?”

Em segundo uma pequena história contada por Robert Kennedy quando lhe perguntaram por que os senadores e as autoridades de Washington eram tão vaidosos? “É que estamos acostumados a só receber aplausos”. Incluiu-se entre eles.

O ministro Marco Aurélio Mello parece gostar de aplausos, mas de determinado setor da galera e notícias em jornal com direito a foto.

Nos EUA tem o Superman.

O diabo é Lois Lane. A única virgem que deixou de ser e voltou a ser. Parece até o Concílio de Trento.

Qualquer semelhança é mera coincidência.
https://www.alainet.org/es/node/118672
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