Pátria grande
16/12/2006
- Opinión
Esta semana foi pródiga de eventos em Brasília. O Presidente Lula convocou representantes dos Movimentos Sociais para ouvir suas sugestões para o segundo mandato. A Câmara Legislativa de Brasília promoveu uma sessão solene em homenagem aos 50 da Cáritas Brasileira, que assim concluiu com fecho de ouro a celebração do seu jubileu. A CNBB realizou sua última reunião do ano, deixando pronto o calendário para 2007, no qual se destacará a Quinta Conferência do Episcopado da América Latina em Aparecida.
Mas foram sobretudo acontecimentos ligados à América Latina que mais se destacaram nesta semana. Nos dias 13 e 14 foi realizada a Primeira Cúpula Social do Mercosul, coordenada pela Secretaria da Presidência, dado que neste semestre o Brasil ocupa a presidência de turno do Mercosul. O evento teve a clara intenção de ampliar as dimensões da integração dos países, superando seu caráter meramente comercial, e apontando para uma verdadeira integração de países e de povos. Estava prevista a realização simultânea da 31ª. Cúpula dos Presidentes do Mercosul, que ficou adiada para o próximo mês de janeiro.
No contexto desta Cúpula Social, foi instalado em Brasília o Parlamento do Mercosul, com a designação inicial dos seus componentes, para que comece efetivamente a funcionar no próximo ano, iniciando o largo percurso que precisará ser feito para definir sua adequada representatividade e suas atribuições concretas.
Estes dois eventos se situam na seqüência de um amplo leque de outras iniciativas, que evidenciam claramente o novo e promissor patamar de relacionamento entre os países da América do Sul, revelando um amplo desejo de integração, ainda difuso, mas que promete tomar forma rapidamente.
Na semana passada, de seis a nove de dezembro, se realizou em Cochabamba, na Bolívia, a “Cúpula Social pela Integração dos Povos”, promovida pelos Movimentos Sociais. Nos mesmos dias, aconteceu a Segunda Cúpula da Comunidade Sul Americana das Nações.
No início de novembro se realizou em Montevidéu o Encontro Cívico Ibero Americano, que entregou suas conclusões aos Presidentes dos países da América do Sul que realizaram simultaneamente a sua reunião.
De 21 a 23 de novembro aconteceu em Belo Horizonte o Terceiro Fórum Educacional do Mercosul, com propostas bem concretas de aproximação e intercâmbio dos sistemas educacionais entre os países membros, e com a decisão concreta de implementar o estudo do espanhol e do português em todos os países, com o incentivo de promover escolas bilíngües nas regiões de fronteiras.
Já está em funcionamento o Fórum Consultivo Econômico Social, que acompanha o processo de decisões do Mercosul.
Salta aos olhos a diferença de comportamentos. Tempos atrás, em reuniões de chefes de Estado, os Movimentos Sociais organizavam protestos e até inviabilizavam o encontro dos mandatários. Agora, com governantes mais sensíveis aos problemas sociais, já não se verificam confrontos violentos, e se tornou possível o clima de diálogo e a formulação de sugestões. Parece até cômico recordar que recentemente a Argentina e o Chile quase chegaram à guerra por questões de fronteiras.
Séculos atrás, alguém firmou sua convicção de que “a terra se move”, e isto deu origem à nova compreensão do universo, contrária à que se supunha até então.
De modo semelhante, poderíamos agora dizer que “muita coisa está se movendo”. Caminhamos rapidamente para uma visão diferente da América Latina. Não mais cada país isolado no interior de suas fronteiras, se contrapondo a seus vizinhos. Mas todos juntos formando a “pátria grande”, sonhada por visionários do passado, e tornada viável agora, se soubermos conduzir bem e concretizar adequadamente os anseios profundos de solidariedade e integração que vão se manifestando com força crescente.
A Igreja foi pioneira em estabelecer mecanismos de colaboração entre os países latinoamericanos, especialmente através do CELAM e das Conferências Gerais do Episcopado. Mas desta vez, em Aparecida, a proposta de integração dos países estará muito mais evidente, e a Conferência, com certeza, deverá dar sua palavra de estímulo e suas sugestões de colaboração.
Mas foram sobretudo acontecimentos ligados à América Latina que mais se destacaram nesta semana. Nos dias 13 e 14 foi realizada a Primeira Cúpula Social do Mercosul, coordenada pela Secretaria da Presidência, dado que neste semestre o Brasil ocupa a presidência de turno do Mercosul. O evento teve a clara intenção de ampliar as dimensões da integração dos países, superando seu caráter meramente comercial, e apontando para uma verdadeira integração de países e de povos. Estava prevista a realização simultânea da 31ª. Cúpula dos Presidentes do Mercosul, que ficou adiada para o próximo mês de janeiro.
No contexto desta Cúpula Social, foi instalado em Brasília o Parlamento do Mercosul, com a designação inicial dos seus componentes, para que comece efetivamente a funcionar no próximo ano, iniciando o largo percurso que precisará ser feito para definir sua adequada representatividade e suas atribuições concretas.
Estes dois eventos se situam na seqüência de um amplo leque de outras iniciativas, que evidenciam claramente o novo e promissor patamar de relacionamento entre os países da América do Sul, revelando um amplo desejo de integração, ainda difuso, mas que promete tomar forma rapidamente.
Na semana passada, de seis a nove de dezembro, se realizou em Cochabamba, na Bolívia, a “Cúpula Social pela Integração dos Povos”, promovida pelos Movimentos Sociais. Nos mesmos dias, aconteceu a Segunda Cúpula da Comunidade Sul Americana das Nações.
No início de novembro se realizou em Montevidéu o Encontro Cívico Ibero Americano, que entregou suas conclusões aos Presidentes dos países da América do Sul que realizaram simultaneamente a sua reunião.
De 21 a 23 de novembro aconteceu em Belo Horizonte o Terceiro Fórum Educacional do Mercosul, com propostas bem concretas de aproximação e intercâmbio dos sistemas educacionais entre os países membros, e com a decisão concreta de implementar o estudo do espanhol e do português em todos os países, com o incentivo de promover escolas bilíngües nas regiões de fronteiras.
Já está em funcionamento o Fórum Consultivo Econômico Social, que acompanha o processo de decisões do Mercosul.
Salta aos olhos a diferença de comportamentos. Tempos atrás, em reuniões de chefes de Estado, os Movimentos Sociais organizavam protestos e até inviabilizavam o encontro dos mandatários. Agora, com governantes mais sensíveis aos problemas sociais, já não se verificam confrontos violentos, e se tornou possível o clima de diálogo e a formulação de sugestões. Parece até cômico recordar que recentemente a Argentina e o Chile quase chegaram à guerra por questões de fronteiras.
Séculos atrás, alguém firmou sua convicção de que “a terra se move”, e isto deu origem à nova compreensão do universo, contrária à que se supunha até então.
De modo semelhante, poderíamos agora dizer que “muita coisa está se movendo”. Caminhamos rapidamente para uma visão diferente da América Latina. Não mais cada país isolado no interior de suas fronteiras, se contrapondo a seus vizinhos. Mas todos juntos formando a “pátria grande”, sonhada por visionários do passado, e tornada viável agora, se soubermos conduzir bem e concretizar adequadamente os anseios profundos de solidariedade e integração que vão se manifestando com força crescente.
A Igreja foi pioneira em estabelecer mecanismos de colaboração entre os países latinoamericanos, especialmente através do CELAM e das Conferências Gerais do Episcopado. Mas desta vez, em Aparecida, a proposta de integração dos países estará muito mais evidente, e a Conferência, com certeza, deverá dar sua palavra de estímulo e suas sugestões de colaboração.
https://www.alainet.org/es/node/118730
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