As quadrilhas e o ilícito da vítima
30/01/2007
- Opinión
As quadrilhas que formam o consórcio de empresas contratadas pelo ex-governador Geraldo Alckmin e mantidas pelo atual, José Serra, responsáveis pelo que chamam “buraco do metrô”, em São Paulo, estão preocupadas com o quantum das indenizações a serem pagas às vítimas.
No meio das preocupações dos bem postos cidadãos, a expectativa que o fato de uma das vítimas possa ser traficante e assim, passível de ter indenização menor. O fiscal do governo, acusado de manter relações ilícitas com as empresas, respondendo a vários processos na Justiça, esse não, esse fica impune. Tal e qual os chefes das quadrilhas.
É lógico que os especialistas já se adiantaram e foram claros: não muda nada o fato de ser ou não traficante a vítima Cícero Augustinho da Silva. Não morreu por estar traficando, mas por ter sido vítima de outro tráfico. O de influências, de poder, o tráfico institucional e legalizado pela ordem vigente.
O curioso é que a Polícia paulista já quebrou o sigilo telefônico de Cícero, já aponta a vítima como traficante, tudo num espaço de tempo mínimo, tudo ao sabor dos interesses das quadrilhas que constroem o metrô.
Um primeiro laudo afirma que as empresas/quadrilhas tinham consciência dos riscos de desabamento. São peritos de um primeiro momento, é preciso esperar o segundo, o terceiro, o quarto, até que, como ocorreu no Pálace II, Sérgio Naya, tudo fique miseravelmente por conta da desgraça e do sofrimento alheios.
Os caras, os quadrilheiros, são empresários, “fomentam” o progresso, geram empregos, pagam impostos (pagam propinas também), a lógica perversa e cruel do regime de alternativa única, em que a pessoa, o ser humano, é transformado em objeto/mercadoria da ganância e da falta de escrúpulos do poder. Tenha ele o tamanho que tiver, pois se reproduz em efeito cascata em todo o tecido social.
O banco de Olavo Setúbal, por exemplo, quando some dinheiro nas contas bancárias de clientes o banco não tem culpa de não ter a segurança necessária, pois também “é vítima”. Já o assalto diário que praticam nos juros e no tudo que fazem, não há exceções em se tratando de banco. São apenas aves de rapina moldadas ao sabor de congressos do Judiciário no Paraná e regabofes em Comandatuba para juízes.
Por isso é preciso esperar o segundo, o terceiro e o quarto tempos desse jogo. Com esse tipo de gente por perto é preciso mão na carteira do contrário batem, aliás, batem todos os dias a carteira do dinheiro público.
Aquelas declarações que aparecem no momento de toda tragédia que “iremos indenizar dentro da lei” querem só evitar um protesto maior, inibir as reações. Os caras são pilantras mesmo. No meio deles a Andrade Gutierrez e lá estão a Queiroz Galvão e a OAS do ex-genro de ACM (Obras do Amigo Sogro).
Cícero, José, Maria, o que seja, nada disso conta para esse tipo de gente. Os caras querem é saber quanto têm que pagar para pegar as obras e tocar de qualquer jeito.
A melhor maneira de se fugir de responsabilidades é exatamente desqualificar a vítima. É o que estão querendo fazer.
A investigação sobre os motivos do desabamento, sobre as ligações perigosas com o cara do governo, as propinas, isso vai demorar, demorar, tal e qual a CPI dos Bancos, a das Empreiteiras, pois a turma faz parte de outro consórcio: a dos donos do Brasil.
São os que transformam os seres humanos em objeto/mercadoria. E matam a vida gerando medo e dor.
No meio das preocupações dos bem postos cidadãos, a expectativa que o fato de uma das vítimas possa ser traficante e assim, passível de ter indenização menor. O fiscal do governo, acusado de manter relações ilícitas com as empresas, respondendo a vários processos na Justiça, esse não, esse fica impune. Tal e qual os chefes das quadrilhas.
É lógico que os especialistas já se adiantaram e foram claros: não muda nada o fato de ser ou não traficante a vítima Cícero Augustinho da Silva. Não morreu por estar traficando, mas por ter sido vítima de outro tráfico. O de influências, de poder, o tráfico institucional e legalizado pela ordem vigente.
O curioso é que a Polícia paulista já quebrou o sigilo telefônico de Cícero, já aponta a vítima como traficante, tudo num espaço de tempo mínimo, tudo ao sabor dos interesses das quadrilhas que constroem o metrô.
Um primeiro laudo afirma que as empresas/quadrilhas tinham consciência dos riscos de desabamento. São peritos de um primeiro momento, é preciso esperar o segundo, o terceiro, o quarto, até que, como ocorreu no Pálace II, Sérgio Naya, tudo fique miseravelmente por conta da desgraça e do sofrimento alheios.
Os caras, os quadrilheiros, são empresários, “fomentam” o progresso, geram empregos, pagam impostos (pagam propinas também), a lógica perversa e cruel do regime de alternativa única, em que a pessoa, o ser humano, é transformado em objeto/mercadoria da ganância e da falta de escrúpulos do poder. Tenha ele o tamanho que tiver, pois se reproduz em efeito cascata em todo o tecido social.
O banco de Olavo Setúbal, por exemplo, quando some dinheiro nas contas bancárias de clientes o banco não tem culpa de não ter a segurança necessária, pois também “é vítima”. Já o assalto diário que praticam nos juros e no tudo que fazem, não há exceções em se tratando de banco. São apenas aves de rapina moldadas ao sabor de congressos do Judiciário no Paraná e regabofes em Comandatuba para juízes.
Por isso é preciso esperar o segundo, o terceiro e o quarto tempos desse jogo. Com esse tipo de gente por perto é preciso mão na carteira do contrário batem, aliás, batem todos os dias a carteira do dinheiro público.
Aquelas declarações que aparecem no momento de toda tragédia que “iremos indenizar dentro da lei” querem só evitar um protesto maior, inibir as reações. Os caras são pilantras mesmo. No meio deles a Andrade Gutierrez e lá estão a Queiroz Galvão e a OAS do ex-genro de ACM (Obras do Amigo Sogro).
Cícero, José, Maria, o que seja, nada disso conta para esse tipo de gente. Os caras querem é saber quanto têm que pagar para pegar as obras e tocar de qualquer jeito.
A melhor maneira de se fugir de responsabilidades é exatamente desqualificar a vítima. É o que estão querendo fazer.
A investigação sobre os motivos do desabamento, sobre as ligações perigosas com o cara do governo, as propinas, isso vai demorar, demorar, tal e qual a CPI dos Bancos, a das Empreiteiras, pois a turma faz parte de outro consórcio: a dos donos do Brasil.
São os que transformam os seres humanos em objeto/mercadoria. E matam a vida gerando medo e dor.
https://www.alainet.org/es/node/118980
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