O deputado Alberto Fraga, do ex-PFL do Distrito Federal, atual Partido Democrata (deve ser síndrome de Hilary Clinton) promoveu um churrasco para controladores de vôos em uma chácara em Brasília onde afirmou que a privatização do setor vai ser a única forma de aumentar os salários.

O ágape aconteceu no fim de semana anterior ao movimento dos controladores. E a greve de fome, naturalmente, estava com calorias, proteínas, etc, etc, armazenadas para qualquer obstáculo. O deputado chegou a citar um grupo internacional interessado no setor.

Uma nova greve está prevista para depois da Páscoa. Os líderes do movimento, no caso, as empresas aéreas, os grupos internacionais e a GLOBO (porta-voz), perceberam que um tumulto nos aeroportos durante os feriados de sexta, sábado e domingo, pode transformar a situação e levar a opinião pública a perceber os verdadeiros propósitos e objetivos da turma.

A hipótese, no entanto, ainda não está totalmente descartada e vai depender de encontrar fórmulas que permitam a GLOBO e a mídia de um modo geral culpar o governo e a insistir na tese de “desmilitarização”, ou seja, “privatização”.

Cabeças que, certamente não são nem as de Bonner, nem as Miriam Leitão, ou Alexandre Garcia, tampouco Pedro Bial (o cafetão do BBB7 teve trabalho extra ontem), essas são ocas, meros robôs, outras, óbvio, devem estar procurando essas fórmulas.

A chave para abrir as portas e colocar a opinião pública contra o governo e tal e qual se fez no período de FHC (o general Anselmo), criar um sentimento favorável à privatização. Depois, é só meter a mão, colocar tudo no dobro do preço e seguir em frente.

O presidente Lula já foi advertido pelos comandantes da Aeronáutica dos verdadeiros propósitos das paralisações dos controladores. Nessa direção, o ministro Paulo Bernardo, um dos que negociou a suspensão da greve no fim de semana passado, veio a público dizer que anistia aos grevistas não foi discutida e nem será.

O que isso significa? O controle do espaço aéreo de todo o território da Roça de Cana por empresas texanas. A expressão multinacional virou eufemismo para disfarçar o avanço das forças de Houston/Texas.

Chega a ser ridícula a pretensão dos tais Democratas de promoverem uma CPI sobre a greve dos controladores. Iriam encontrar, caso houvesse o mínimo de seriedade (isso no Congresso é algo em torno de 10%) o desmanche dos serviços públicos no governo FHC através do fraudador de imposto de renda Bresser Pereira, a pouca importância dada por Lula ao setor e à necessidade de reequipar as forças armadas para a garantia da independência da Roça. Independência que signifique integridade territorial, soberania e controle do espaço aéreo e águas territoriais.

No resto o que? Uma greve cuja preocupação básica não está nos salários, mas na privatização. O que os controladores não percebem é que estão sendo usados e mais à frente, como sempre acontece, serão descartados no jeito eliminação sumária que prevalece em qualquer quadrilha (são só negócios, nada pessoal). Tenha ela o disfarce de multinacional (Beira-mar é dono de uma multinacional), ou partido político, no caso do PCC (Primeiro Comando da Capital). São iguaizinhos a qualquer empresa dessas ou a qualquer banco.

O deputado Alberto Fraga, por ser do Distrito Federal foi o escolhido pelos deputados/funcionários da tal multinacional, facilitando o churrasco numa granja.

A revelação que o “coronel” ACM dispunha de um serviço secreto no PFL da Bahia para espionar adversários (filmar, gravar, seguir, intimidar, etc), por si só, mostra o verdadeiro caráter dessa gente. Um dos que mais grita pela CPI é o neto. ACM Neto. Está sempre carregando uma pastinha. Com uma diferença: é um Zé Pastinha de alto coturno. Logo dispõe de tecnologia mais avançada que fotografia de celular.

Não há necessidade de uma CPI sobre o assunto, mas há necessidade de ser promovida uma investigação sobre o churrasco oferecido pelo deputado empregado da multinacional aos controladores de vôos. Isso sim.