Contra o monopólio dos meios, documentário incita: “Levante sua voz”

18/11/2009
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De forma didática, o vídeo desmistifica o conceito de liberdade de expressão no Brasil, revelando que apenas 11 famílias o espectro eletromagnético

Incentivar o debate sobre o direito à comunicação no país, partindo da denúncia sobre a concentração da mídia. Esse é o objetivo do vídeo "Levante Sua Voz", realizado pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung.

De forma didática, o vídeo desmistifica o conceito de liberdade de expressão no Brasil, revelando que apenas 11 famílias controlam praticamente todas as concessões públicas para emissoras de rádio e televisão. Ao mesmo tempo, revela-se a perseguição às tentativas de furar esse bloqueio midiático, como é o caso das rádios comunitárias que, nos últimos anos, foram fechadas em número recorde.

Para o militante do Intervozes e responsável pelo roteiro, direção e edição de "Levante Sua Voz", Pedro Ekman, "o vídeo é uma tentativa de levar um tema com toda a sua profundidade e importância por meio de uma linguagem mais acessível a um público não acostumado aos textos geralmente complexos".

Em entrevista ao Brasil de Fato, Ekman comenta a produção do vídeo, os desafios para construir uma comunicação mais democrática e as expectativas para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá entre os dias 14 e 17 de dezembro, em Brasília.

Como surgiu a iniciativa de realizar esse vídeo?

Pedro Ekman: O Intervozes, estudando novas formas de se travar o debate sobre o direito à comunicação, entendeu que uma produção áudio visual cumpriria o papel de ampliar esse tema para um público menos especializado do que o que é atingido pelos textos, livros e estudos disponibilizados pela entidade. O vídeo é uma tentativa de levar um tema com toda a sua profundidade e importância por meio de uma linguagem mais acessível a um público não acostumado aos textos geralmente complexos.

Como se deu a produção?

Inicialmente é importante lembar que tivemos o suporte de muitos parceiros do movimento social que ajudaram com infraestrutura técnica sem os quais essa produção seria impossível. Como contávamos com pouco dinheiro, tínhamos que pensar um roteiro capaz de descrever a dramática situação da comunicação no Brasil em sua complexidade sem que fosse preciso uma produção dispendiosa. Optamos por um formato inspirado no curta "Ilha das Flores", de Jorge Furtado. Esse formato conta de uma forma bem humorada a dura situação da desigualdade social brasileira. A estrutura se resume a uma narrativa em off e uma sucessão de imagens que se repetem. A locução em off facilita tecnicamente as gravações nas locações e acaba barateando o processo; por outro lado, a televisão brasileira nos fornece um rico material dos contraexemplos de uma comunicação razoável. Assim, entendemos que o formato do "Ilha das Flores" resolvia a equação "baixo orçamento x conteúdo extenso".

Como está sendo a divulgação e a recepção desse material?

O vídeo foi lançado na internet pelo portal do Observatório do Direito à Comunicação e pode ser visto no YouTube também. Em breve o Intervozes disponibilizará o arquivo para ser baixado em sua página institucional. Importante lembrar que os direitos sobre a obra estão em Criative Commons, possibilitando sua livre reprodução, manipulação e distribuição em atividades não comerciais. Estamos tentando viabilizar cópias em DVD para distribuir para os movimentos sociais parceiros na luta pela democratização do comunicação. A recepção do vídeo tem sido muito boa, em menos de uma semana mais de 1000 internautas assistiram ao vídeo e os comentários registrados no site do Observatório têm sido muito positivos.

Fonte: Brasil de Fato http://www.brasildefato.com.br

https://www.alainet.org/es/node/137803
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