Encontro em Buenos Aires defende a democratização da comunicação na América Latina
- Opinión
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O evento se contrapôs às posições conservadoras da 65ª assembleia geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), também realizado na capital argentina, de
Criticada pela entidade que reúne principalmente empresários de comunicação, a Lei dos Meios de Comunicação recentemente aprovada na Argentina foi elogiada pelo presidente da Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe e 1º vice-presidente da FENAJ, Celso Schröder. “Um dos destaques da nova lei argentina é a regulamentação da propriedade cruzada, impedindo a concentração da propriedade dos veículos e o monopólio da comunicação”, esclarece.
Schröder, que relatou também o processo de debates em torno da 1ª Conferência Nacional de Comunicação no Brasil, considera que a lei argentina "será fundamental não só para a comunicação no país, mas para a América Latina". Segundo ele, um dos fatores que foi determinante para a aprovação da nova lei no país vizinho foi a grande mobilização social. “Quando a lei foi votada, havia 60 mil pessoas em frente ao parlamento argentino pedindo sua aprovação”, conta.
O sindicalista considera inadmissíveis situações como a brasileira, onde o monopólio das Organizações Globo é determinante na circulação de informações no País. “Este escândalo impede a pluralidade de visões sobre a realidade e o direito à comunicação”, reclama. “Isto não ocorre em países europeus e nos Estados Unidos, mas no Brasil um único grupo fica com 60% do bolo publicitário, 70% da audiência, controla rádio, televisão, jornal, site e impede a democratização da comunicação”, completa.
Contra o diploma
Apoiadora de diversos golpes militares ocorridos na América Latina, a SIP, que se autoproclama defensora das liberdades de imprensa e de expressão e que já se posicionou contra o processo da 1ª Confecom, aprovou, em sua 65ª assembleia geral, resolução contra a exigência do diploma para o exercício profissional do jornalismo no Brasil. No dia 10 de novembro, antecedendo a apreciação das Propostas de Emenda Constitucional nas Comissões de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara e do Senado, a entidade tentou influenciar o posicionamento dos parlamentares brasileiros. A entidade encaminhou documento aos presidentes das duas comissões pedindo que o diploma não seja obrigatório.
“O centro do argumento empresarial e da SIP é que o diploma fera a liberdade de expressão”, resgata Schröder. “Deliberadamente eles confundem conceitos porque não querem admitir que a liberdade de expressão é um bem público, e não das empresas”, denuncia.
http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=456079
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