Estados Unidos e Inglaterra: fontes de desinformação na guerra midiática contra a Venezuela
03/10/2012
- Opinión
Departamento de energia dos EUA e The Economist mentem para favorecer oposição a Chávez
Contrariando estudos da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) que projetam crescimento de 5% da economia venezuelana para 2012 e confrontando informações do próprio Ministério do Petróleo e Minério sobre a produção de combustível para o pleno abastecimento do mercado interno, a elite anti-venezuelana e sua mídia têm se servido de “fontes” cada vez mais contaminadas: o Departamento de Energia dos EUA e a revista britânica “The Economist”.
Assim, o jornal “El Nuevo País” desta quarta-feira estampou um título no alto da capa tão sugestivo quanto mentiroso: “The Economist: Venezuela na lona”, contendo “um amplo informe sobre a situação às portas das eleições”. Conforme a publicação, “três quintas partes do petróleo é administrado fora do orçamento regular por meio de um fundo que está sob o controle pessoal do presidente”.
E para não deixar dúvidas sobre a sua contrariedade com os inumeráveis avanços registrados pelo país, The Economist alerta que “o dinheiro vai para programas sociais com intenção eleitoral”. E cita o programa Gran Misión Vivienda, que entregará até o final do ano 350 mil moradias populares e no qual estão inscritas, segundo a revista, “mais de três milhões de pessoas humildes, a quem é dito que, se Chávez perder, essas casas não serão entregues”.
Em relação à produção de combustíveis pela estatal PDVSA (Petróleo da Venezuela SA), o governo estadunidense, por meio do seu Departamento de Energia, rebateu a informação do ministro da pasta, Rafael Ramírez, de que a Venezuela não importa gasolina de nenhum país. Segundo o Departamento, o governo Chávez estaria mentindo para encobrir pretensos “fracassos” em sua administração.
Esclarecendo a falsa polêmica, manipulada pelos que sustentam a necessidade da privatização da estatal, o ministro foi taxativo: “Mantemos o mercado interno com nossa própria produção. O que importamos são aditivos, porque aqui não são produzidos em quantidade suficiente”.
Deixando claros os reais objetivos e compromissos dos que se alinham em torno à candidatura oposicionista, o jornal “El Mundo” traz uma extensa matéria exortando à privatização e desnacionalização do setor petrolífero. O texto neoliberal vem como uma “contribuição” do “Centro de Divulgação do Conhecimento Econômico” sobre o que deverá ser feito nos próximos anos - caso o candidato oposicionista vença - com o produto responsável pela maior parte da riqueza nacional.
Em vez de colocar a renda petrolífera em benefício da população, como defende Chávez, que projeta uma duplicação dos atuais 2,9 milhões de barris diários para 6 milhões, a fim de turbinar o crescimento, a distribuição de renda, o investimento em infraestrutura e na industrialização, o tal “Centro” quer aumentar a capacidade de extração para “repassar 72% a empresas privadas nacionais e internacionais”, reduzindo a PDVSA a apenas 28%. Mais óbvio, impossível.
- Leonardo Wexell Severo e Vanessa Silva, de Caracas-Venezuela
https://www.alainet.org/es/node/161504
Del mismo autor
- Soldados colombianos matam 11 camponeses e indígenas 04/04/2022
- Governo peruano põe fim à contaminação da Repsol e marchas defendem nacionalização 03/02/2022
- “Honduras romperá amarras da dívida que consome metade do seu orçamento”, afirma líder do Livre 01/02/2022
- Perú Livre acusa de ecocidio à Repsol pela contaminação do mar 26/01/2022
- Campanha no Chile defende renacionalização do cobre e de bens públicos estratégicos 20/01/2022
- CUT Colômbia arranca ganho real no salário mínimo e controle de preços dos serviços 13/01/2022
- “Lenin dos camponeses”, Pai Oliva falece no Paraguai aos 93 anos 05/01/2022
- Derrotar Kast e o neofascismo com um projeto de transformação que una o Chile 19/11/2021
- “Guatemala não suporta a fome e o governo de corrupção” 11/08/2021
- “Para defender a Pátria e a verdade”, Bolívia fortalece rede de comunicação estatal 27/07/2021