Semana de mobilizações pelo país culmina com ato nacional na sexta
- Opinión
São Paulo – Os movimentos populares, a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e partidos progressistas realizam, durante toda esta semana, manifestações contra o governo provisório de Michel Temer. A programação culminará com ato nacional liderado pelas duas frentes, contra o afastamento da presidenta Dilma Rousseff com protestos nas ruas e algumas paralisações na sexta-feira (10).
O movimento sindical trabalha, em seguida, com a perspectiva de preparação uma greve geral.
Em nota divulgada ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, endossa a convocação do ato: “Com menos de um mês da aplicação do golpe, a conta já chegou aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. O presidente ilegítimo e golpista, Michel Temer, não esconde o que estava por trás do afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff: reforma da Previdência, com arrocho nos direitos dos trabalhadores, desvinculação do orçamento da educação e saúde, suspensão de programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, Fies, Prouni e Pronatec, criminalização e perseguição dos movimentos sociais”, diz.
No Rio de Janeiro, o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas faz na tarde-noite de hoje (6) o lançamento da campanha "Se é público é para todos", com a participação de intelectuais, sindicalistas e políticos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento. Em Brasília, foi realizado o segundo ato "Volta, Dilma", na Praça dos Três Poderes, em Brasília, organizado pelo Núcleo em Defesa da Democracia.
Os movimentos acreditam que o crescimento das manifestações é o único caminho para derrotar o golpe. “Mesmo pessoas que já foram à rua contra Dilma não foram pedindo o Temer. E com o ataque brutal que esse governo interino e ilegítimo começa a praticar contra os direitos sociais, isso seguramente vai aumentar as mobilizações”, disse o coordenador da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, na semana passada. “O terreno é mais fértil do que nós, da Frente Brasil Popular, supúnhamos. O governo interino, com sua inabilidade, está ajudando muito”, afirmou o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, no mesmo dia (leia aqui).
Na sexta-feira (3), o sociólogo Laymert Garcia dos Santos disse acreditar ser possível constatar que os articuladores do golpe têm pressa: “Eles têm que fazer tudo correndo, porque sabem que o relógio corre contra eles, com o crescimento da mobilização popular”. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) denunciou que a comissão do impeachment no Senado está atropelando procedimentos do processo e eliminando etapas. "Não havia essa característica de atropelo na primeira fase. Temos um calendário de até 180 dias, mas querem diminuir para 45 dias.”
07/06/2016
Del mismo autor
- México oferece asilo a Julian Assange e pede ‘atitude humanitária’ dos EUA 04/01/2022
- Crise no Equador pode ser divisor de águas na América Latina 09/10/2019
- Dilma: golpe admitido por Temer no Roda Viva foi ponte para o Bolsonaro 18/09/2019
- Brasil e Paraguai anulam acordo que podia levar ao impeachment do presidente Mario Abda 02/08/2019
- Depois do 30 de Maio histórico, movimentos preparam greve geral contra reforma da Previdência 31/05/2019
- Venezuela derrota tentativa de golpe incitada por Guaidó 30/04/2019
- Rádios comunitárias poderão ser alvo de Bolsonaro 08/01/2019
- João Pedro Stédile recebe Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos 11/12/2018
- Despejo de 450 famílias do quilombo Campo Grande interessa a ‘barão do café’ 16/11/2018
- Para chegar ao poder, Moro cometeu 11 violações aos direitos de Lula 05/11/2018