1º de Maio: em quarentena pela vida

30/04/2020
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Neste singular 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, nossa primeira mensagem de reconhecimento e agradecimento solidário vai dirigido a todos os homens e mulheres que na Venezuela e no mundo têm salvado vidas, seja porque estão diretamente atendendo às pessoas afetadas pelo Covid-19 ou porque estão garantindo os serviços essenciais, a alimentação e a segurança para todas as pessoas que conscientemente permanecem em suas casas, evitando o contágio e a propagação do vírus. 

 

No entanto, apesar das heroicas ações de todos, o momento é preocupante. Os trabalhadores e trabalhadoras do mundo não só estão enfrentando a pandemia do vírus, mas também a pandemia permanente que representa o sistema capitalista, cuja lógica desumana e criminosa tem se revelado nesta conjuntura em seu estado mais puro. Milhões de pessoas no mundo estão ficando sem trabalho porque suas empresas pararam por imposição da quarentena, como se não se tratassem de seus trabalhadores, essas empresas simplesmente lavam as mãos preocupadas apenas com sua rentabilidade. Sem recursos que lhes permitam suportar a quarentena com suas famílias, enfrentam o pior, obrigados a se expor ao contágio tentando ver como conseguem alimentos para sobreviver.

 

Se os capitalistas tivessem como norma priorizar a vida, seria normal e automático que parte dos milhões depositados em contas bancárias de instituições, governos e multimilionários, fossem transferidos aos trabalhadores para que pudessem se sustentar até que a pandemia fosse controlada. Porém, o sistema não pode atuar de maneira humana e racional porque ele não é. O Covid-19 deixou nu o capitalismo, mostrando-o como o que é, uma máquina de exploração, roubo e destruição do esforço humano. Por tanto, este 1º de Maio deve servir para fazer entender aos trabalhadores da Venezuela e do mundo, que ainda têm ilusões nesse sistema, que chegou a hora de lutar pelo socialismo pois hoje mais do que nunca representa uma necessidade para a sobrevivência da espécie humana.

 

Não se trata de uma utopia afastada da realidade. Quando vemos que países como a China, Rússia, Irã, Vietnã, Cuba, Nicarágua e Venezuela, levam adiante ações concretas para preservar a vida de seus habitantes e ao mesmo tempo se preocupam em prestar ajuda solidária a outros povos, nos damos conta que existem alternativas ao capitalismo selvagem. 

 

Desde a Venezuela, junto aos governos e povos do mundo que estão priorizando a vida antes que o capital, denunciamos o imperialismo e a todos os países que se subordinam à sua lógica criminosa, a qual levará à morte por fome e inanição a milhões de seres humanos que conseguirem escapar dos efeitos do Coronavirus. Por isso dissemos-afirmamos:

 

Outro Mundo é Possível e Necessário!

Que vivam os trabalhadores!

 

- Anisio Pires, sociólogo venezuelano (UFRGS/Brasil), professor da Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV).

 

https://www.alainet.org/es/node/206278
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