Maduro versus Chávez?

05/10/2020
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Maduro y Chávez
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De dificuldade em dificuldade como nos está tocando viver, assediados pelo governo imperialista dos EUA, alguns compatriotas perdem o "o bom senso e os nervos de aço" (Maduro) e se entregam às interpretações fáceis sobre o que não está ocorrendo. A Venezuela vive sob o ataque permanente das fake news.

 

Uma das interpretações mais recorrentes, e que se apresenta como a verdadeiramente chavista, é a de apontar como “a grande diferença” o fato de que antes não tínhamos tantos problemas porque estava Chávez encabeçando a Revolução Bolivariana e que agora está Maduro.

 

Alguns o manifestam publicamente e outros o estão pensando sem confessá-lo. O que revela isso? Os efeitos, na mente de algumas pessoas, da guerra híbrida que estão aplicando contra a Venezuela na qual os problemas reais são acompanhados de campanhas e rumores que buscam desviar o foco de seus verdadeiros culpáveis, para dirigi-lo contra a direção bolivariana que os está enfrentando.

 

A esses compatriotas, temos pacientemente que lhes repetir com firmeza, de forma serena e sem exasperação que "a grande diferença" é que os EUA, lendo mal a história como sempre, pensou que Chávez tinha “arado no mar” e que a Revolução que encabeçava dependia somente de sua inegável e insuperável liderança. Lembrar a eles que foi o mesmo Chávez quem se assegurou de que este processo revolucionário fosse um projeto coletivo que não dependesse de uma só pessoa, por mais brilhante que fosse. O Comandante nos fez reconhecer, a todos e todas, que a responsabilidade para resistir e avançar no rumo de uma nova sociedade era uma tarefa compartilhada. Por isso, colocou a cada um e cada uma de nós a dizer "Eu também sou Chávez".

 

Mesmo assim, as coisas se complicaram, é verdade. Por quê? Porque os gringos vieram com tudo, contra toda a Venezuela. Acreditaram que sem o Chávez físico, em pouco tempo isso vinha abaixo. Mas acontece que o que estamos vivendo foi advertido em 2012 pelo mesmo Chávez espiritual: “Não faltarão os que tentem aproveitar conjunturas difíceis para manter esse empenho da restauração do capitalismo, do neoliberalismo, para acabar com a Pátria”.

 

Lembrando isso, cada um deve meditar se está ou não com o povo e se perguntar como deve se expressar na prática. Caso o mesmíssimo Chávez aparecesse agora, por suposto que isto ou aquilo, provavelmente, se faria diferente. Ninguém duvida. Era um gênio, um gigante. Mas podemos ter a certeza que seria o primeiro, joelho no chão, a cerrar fileiras apoiando o Presidente Nicolás Maduro e o chefe político de meu estado, Nueva Esparta, o compatriota Dante Rivas. Porque para Chávez a unidade em defesa da Pátria era e é inegociável. Porque seu amor à Pátria segue mais vivo do que nunca. Basta pensar na Venezuela para senti-lo como o ar que respiramos. Isso é o que significa a palavra de ordem, “Leais sempre, traidores nunca! ”. Essa frase não foi feita como moda nova para pronunciá-la no final das passeatas e das paradas militares. É uma amostra de amor, respeito e continuidade ao projeto pelo qual entregou sua vida o nosso Comandante.

 

Se você também é Chávez, então venha com a gente. Atendamos o povo e trabalhemos para recuperar a Assembleia Nacional no próximo 6 de dezembro (6D). Temos que assegurar Paz, Democracia e Soberania a nossa Venezuela. Vamos votar pela Pátria.

 

Independência ou nada!

 

- Anisio Pires, sociólogo venezuelano (UFRGS/Brasil), professor da Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV).

 

https://www.alainet.org/es/node/209175
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