Com apoio do PMDB
Blocão de insatisfeitos impõe derrota ao governo
11/03/2014
- Opinión
Brasília - O novo blocão de partidos que reúne oposição e base insatisfeita conseguiu impor, na noite de terça (11), a primeira derrota significativa para o governo, desde o início da crise entre PT e PMDB, os dois maiores partidos da base aliada: aprovaram no plenário da Câmara a instalação de uma comissão externa que vai investigar se a Petrobrás recebeu ou não propina da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes. Apesar dos esforços do PT para retirar a matéria de pauta, a aprovação ocorreu por 267 votos favoráveis, 28 contrários e 15 abstenções.
A comissão externa não tem poderes de investigação como o de uma CPI, mas o governo teme que a exposição do nome da Petrobrás prejudique a imagem da petrolífera no mercado internacional. Apesar do Ministério Público da Holanda já ter afirmado que não há nenhuma investigação em curso contra a empresa brasileira, os deputados irão àquele país acompanhar o desenrolar das denúncias sobre práticas de corrupção por parte da SBM Offshore envolvendo empresas internacionais parceiras.
A oposição, que recebeu o inesperado reforço de parte da base, comemorou o feito. "A presidente vai ver que não pode tratar o Parlamento como ela trata", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), autor da proposta. O líder do PT, deputado Vicentinho (SP), reagiu: lembrou que o seu partido é o maior da Câmara e deverá estar em peso na composição da comissão externa. "Vamos cumprir o que foi aprovado, mas o PT é o maior partido e estará em maior número", declarou.
Mal encerrada a votação, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), já anunciava que a guerra continua. Segundo ele, nesta quarta (12), o partido irá trabalhar para colocar em pauta e derrubar o marco civil da internet, matéria considerada prioritária pelo governo e que tem o apoio dos movimentos organizados pela democratização da comunicação. "Nós queremos votar amanhã [quarta] e vamos votar para derrotar", afirmou.
Cunha, que vinha sendo isolado pelo Planalto como principal responsável pela crise entre PT e PMDB, recebeu apoio irrestrito da bancada de seu partido na terça. Dos 72 deputados, mais de 60 participaram da reunião que aprovou, por unanimidade, uma moção de apoio ao líder, desgastado após trocar farpas públicas com o presidente do PT, Rui Falcão, e se posicionar de forma irredutível contra o marco civil da internet, defendendo os interesses comerciais das empresas de telecomunicações. Mesmo o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que mantem boa interlocução com o Planalto, saiu em defesa do colega de partido. “Isolar o líder de uma bancada de 76 deputados não passa pela cabeça do PMDB”, disse ele.
Nesta terça (11), os líderes dos partidos da base que permanece fiel ao governo conseguiram retirar o marco civil da internet em pauta, por temer uma derrota. “A meta principal do PT é votar o marco civil da internet, mas parece que não será possível esta semana, já que alguns partidos da base não querem votá-lo, não por ser contra a proposta, mas por conta da conjuntura política”, justificou o líder do PT, deputado Vicentinho (SP). Hoje, a batalha continua.
Também nesta quarta, o PMDB promete conduzir o blocão a aprovar 21 convocações de ministros para prestar esclarecimentos ao parlamento. O campeão de pedidos é justamente o ministro da Saúde, Arthur Chioro, responsável pelo programa Mais Médicos, um dos principais acertos do governo Dilma e, por isso, uma das principais vitrines eleitorais da presidenta candidata à reeleição. A bancada do PMDB definiu, na tarde da terça, que irá apoiar pelo menos uma das convocações de Chioro, pela Comissão de Finanças.
Durante a terça, a presidenta Dilma Rousseff, que foi prestigiar a posse da presidenta Michelle Bachelet no Chile, tratou a crise com bom humor. Questionada pela imprensa, afirmou que “o PMDB só lhe dá alegria”. O vice-presidente Michel Temer, que reuniu Alves e Cunha em sua residência, esta manhã, para tentar costurar o fim do impasse, elogiou o comentário. "A presidenta foi clara em dizer que o PMDB só dá alegrias. E só dá alegrias mesmo para o governo, apoia o governo, ajuda o governo”, afirmou.
Na segunda, antes de seguir viagem, a presidenta se reuniu com líderes do PMDB para tentar costurar o fim da crise. Apesar dela ter prometido apoio político ao partido em pelo menos seis estados durante as eleições deste ano e acenado com a possibilidade de atender a exigência da sigla de ocupar um sexto ministério, as negociações não surtiram efeito.
A comissão externa não tem poderes de investigação como o de uma CPI, mas o governo teme que a exposição do nome da Petrobrás prejudique a imagem da petrolífera no mercado internacional. Apesar do Ministério Público da Holanda já ter afirmado que não há nenhuma investigação em curso contra a empresa brasileira, os deputados irão àquele país acompanhar o desenrolar das denúncias sobre práticas de corrupção por parte da SBM Offshore envolvendo empresas internacionais parceiras.
A oposição, que recebeu o inesperado reforço de parte da base, comemorou o feito. "A presidente vai ver que não pode tratar o Parlamento como ela trata", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), autor da proposta. O líder do PT, deputado Vicentinho (SP), reagiu: lembrou que o seu partido é o maior da Câmara e deverá estar em peso na composição da comissão externa. "Vamos cumprir o que foi aprovado, mas o PT é o maior partido e estará em maior número", declarou.
Mal encerrada a votação, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), já anunciava que a guerra continua. Segundo ele, nesta quarta (12), o partido irá trabalhar para colocar em pauta e derrubar o marco civil da internet, matéria considerada prioritária pelo governo e que tem o apoio dos movimentos organizados pela democratização da comunicação. "Nós queremos votar amanhã [quarta] e vamos votar para derrotar", afirmou.
Cunha, que vinha sendo isolado pelo Planalto como principal responsável pela crise entre PT e PMDB, recebeu apoio irrestrito da bancada de seu partido na terça. Dos 72 deputados, mais de 60 participaram da reunião que aprovou, por unanimidade, uma moção de apoio ao líder, desgastado após trocar farpas públicas com o presidente do PT, Rui Falcão, e se posicionar de forma irredutível contra o marco civil da internet, defendendo os interesses comerciais das empresas de telecomunicações. Mesmo o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que mantem boa interlocução com o Planalto, saiu em defesa do colega de partido. “Isolar o líder de uma bancada de 76 deputados não passa pela cabeça do PMDB”, disse ele.
Nesta terça (11), os líderes dos partidos da base que permanece fiel ao governo conseguiram retirar o marco civil da internet em pauta, por temer uma derrota. “A meta principal do PT é votar o marco civil da internet, mas parece que não será possível esta semana, já que alguns partidos da base não querem votá-lo, não por ser contra a proposta, mas por conta da conjuntura política”, justificou o líder do PT, deputado Vicentinho (SP). Hoje, a batalha continua.
Também nesta quarta, o PMDB promete conduzir o blocão a aprovar 21 convocações de ministros para prestar esclarecimentos ao parlamento. O campeão de pedidos é justamente o ministro da Saúde, Arthur Chioro, responsável pelo programa Mais Médicos, um dos principais acertos do governo Dilma e, por isso, uma das principais vitrines eleitorais da presidenta candidata à reeleição. A bancada do PMDB definiu, na tarde da terça, que irá apoiar pelo menos uma das convocações de Chioro, pela Comissão de Finanças.
Durante a terça, a presidenta Dilma Rousseff, que foi prestigiar a posse da presidenta Michelle Bachelet no Chile, tratou a crise com bom humor. Questionada pela imprensa, afirmou que “o PMDB só lhe dá alegria”. O vice-presidente Michel Temer, que reuniu Alves e Cunha em sua residência, esta manhã, para tentar costurar o fim do impasse, elogiou o comentário. "A presidenta foi clara em dizer que o PMDB só dá alegrias. E só dá alegrias mesmo para o governo, apoia o governo, ajuda o governo”, afirmou.
Na segunda, antes de seguir viagem, a presidenta se reuniu com líderes do PMDB para tentar costurar o fim da crise. Apesar dela ter prometido apoio político ao partido em pelo menos seis estados durante as eleições deste ano e acenado com a possibilidade de atender a exigência da sigla de ocupar um sexto ministério, as negociações não surtiram efeito.
12/03/2014
https://www.alainet.org/es/node/83846
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