A segunda década latinoamericana
15/10/2011
- Opinión
A primeira década do século XXI foi uma década latino-americana. Depois de ter sido vítima de ditaduras militares, da crise da dívida e de governos neoliberais, o continente mostrava, de novo, surpreendente capacidade de recuperação, gerando governos de resistência ao neoliberalismo, progressistas, como nunca na sua história.
São governos que agem no marco das transformações negativas das décadas anteriores, com a herança pesada que receberam: Estados enfraquecidos, sociedades fragmentadas, processos de desindustralização, renúncia à soberania, entre tantas outras.
De novo a América Latina mostrou imensa capacidade de recuperação, como tinha feito em momentos anteriores de sua história, diante de outras derrotas. Por isso chamo o continente de Nova Toupeira, no meu livro com esse nome. Desta vez foi a dura recuperação dos governos neoliberais, que devastaram o continente.
Foi necessário recompor a capacidade de indução do crescimento por parte dos Estados, resgatar direitos sociais, superar as recessões em que estavam nossas economias. Tudo em meio a uma herança muito negativa e a um contexto internacional desfavorável.
Ainda assim a America Latina protagonizou uma década memorável, em que começou a reverter seu triste recorde de ser o continente mais injusto do mundo. Para isso, os governos progressistas latino-americanos colocaram em prática políticas sociais criativas, que distribuíram renda, estenderam o mercado interno de consumo popular, integraram milhões de pessoas ao consumo básico e aos direitos elementares de cidadania, elevaram regularmente o poder aquisitivo dos salários e os empregos formais.
Por outro lado, foram sendo criados na região espaços de integração regional – Mercosul, Unasul, Banco do Sul, Conselho Sulamericano de Defesa, Corporação Andina de Fomento, entre outros, conformando o único espaço de integração autônomo em relação aos Estados Unidos. Foram priorizadas as alianças intraregionais e com o Sul do mundo, o que foi gerando um novo mapa político mundial e um mundo multipolar do ponto de vista econômico. A crise em que se encontra o capitalismo internacional desde 2008 revelou, com mais força, as vantagens desse tipo de inserção internacional: nossos países entraram mais tarde e saíram mais cedo do primeiro ciclo da crise e se defendem hoje muito melhor do que os do centro do sistema.
Os governos progressistas fizeram da América Latina a região mais avançada do mundo na luta contra o neoliberalismo. A única que combate sistematicamente as desigualdades sociais, que propõe formas inovadoras de políticas sociais, de reforma do Estado, de integração regional e de inserção internacional soberana. E esta tem tudo para ser a segunda década seguida da América Latina.
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=780
São governos que agem no marco das transformações negativas das décadas anteriores, com a herança pesada que receberam: Estados enfraquecidos, sociedades fragmentadas, processos de desindustralização, renúncia à soberania, entre tantas outras.
De novo a América Latina mostrou imensa capacidade de recuperação, como tinha feito em momentos anteriores de sua história, diante de outras derrotas. Por isso chamo o continente de Nova Toupeira, no meu livro com esse nome. Desta vez foi a dura recuperação dos governos neoliberais, que devastaram o continente.
Foi necessário recompor a capacidade de indução do crescimento por parte dos Estados, resgatar direitos sociais, superar as recessões em que estavam nossas economias. Tudo em meio a uma herança muito negativa e a um contexto internacional desfavorável.
Ainda assim a America Latina protagonizou uma década memorável, em que começou a reverter seu triste recorde de ser o continente mais injusto do mundo. Para isso, os governos progressistas latino-americanos colocaram em prática políticas sociais criativas, que distribuíram renda, estenderam o mercado interno de consumo popular, integraram milhões de pessoas ao consumo básico e aos direitos elementares de cidadania, elevaram regularmente o poder aquisitivo dos salários e os empregos formais.
Por outro lado, foram sendo criados na região espaços de integração regional – Mercosul, Unasul, Banco do Sul, Conselho Sulamericano de Defesa, Corporação Andina de Fomento, entre outros, conformando o único espaço de integração autônomo em relação aos Estados Unidos. Foram priorizadas as alianças intraregionais e com o Sul do mundo, o que foi gerando um novo mapa político mundial e um mundo multipolar do ponto de vista econômico. A crise em que se encontra o capitalismo internacional desde 2008 revelou, com mais força, as vantagens desse tipo de inserção internacional: nossos países entraram mais tarde e saíram mais cedo do primeiro ciclo da crise e se defendem hoje muito melhor do que os do centro do sistema.
Os governos progressistas fizeram da América Latina a região mais avançada do mundo na luta contra o neoliberalismo. A única que combate sistematicamente as desigualdades sociais, que propõe formas inovadoras de políticas sociais, de reforma do Estado, de integração regional e de inserção internacional soberana. E esta tem tudo para ser a segunda década seguida da América Latina.
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https://www.alainet.org/fr/node/153352
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