Produzir e organizar esperança
05/03/2005
- Opinión
Está acontecendo em Goiânia/GO, a segunda Assembléia Nacional dos Lutadores do Povo da Consulta Popular. São quase 300 militantes representantes dos movimentos sociais, entidades, pastorais e intelectuais.
Nos seus 8 anos de existência, a Consulta Popular realizou diversas assembléias de lutadores. A primeira em1997, em Itaici, na cidade de Indaiatuba, SP. Realizou a Marcha Popular do Rio de Janeiro até Brasília em 1999, seguida de uma assembléia com mais de 4 mil lutadores do povo. Durante este período, vem publicando diversos cadernos de formação política, destinados a todos os militantes sociais do Brasil.
Nesta segunda assembléia, ao fazer a análise de conjuntura, os participantes avaliaram que, apesar de termos eleito um governo com apelo popular, os mesmos problemas da era FHC continuam. A exclusão social se agudiza cada vez mais. È a continuidade da política anterior que privilegia o capital financeiro, o superávit primário, o pagamento da dívida, em detrimento da reforma agrária e dos investimentos nas àreas sociais. Não é à toa que no governo Lula os bancos tiveram o maior lucro da história. Só o Itaú declarou três bilhões de reais.
Os participantes avaliaram ainda que ao continuar com esta política, o governo Lula não tem futuro histórico, pois implementa um reformismo conservador sem mudanças progressistas. Afinal, isto implicaria na necessidade histórica de romper com o império norte-americano, possibilidade nula segundo a postura adotada pelo atual governo.
Os participantes exigem mudanças no rumo da . Querem a auditoria da dívida externa e o plebiscito oficial sobre a ALCA.
Buscando conscientizar o povo e suscitar mobilizações sociais, a Assembléia reafirma seus compromissos com a soberania nacional, sustentabilidade com o desenvolvimento do país, com a solidariedade e a democracia popular. Segue firme também na construção de um Projeto Popular para o Brasil, e de um poder popular que vá além dos movimentos sociais.
A palavra de ordem é: produzir e organizar esperança; criar uma estratégia própria para garantir os compromissos com a nação, assim como cada povo deve criar a sua; identificar os inimigos e quais são as lutas que mais nos permitem acumular forças e; ter consciência que estamos em tempo de semear e não de colher
* Luiz Bassegio é da coordenação Continental do Grito Excluídos e da Consulta Popular
https://www.alainet.org/pt/articulo/111525?language=es
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