Entre os principais candidatos ao Planalto

Primeiro debate dos presidenciáveis é marcado por troca de farpas

26/08/2014
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Assessores dos candidatos acompanharam os candidatos nos bastidores da TV Bandeirantes em São Paulo| Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Assessores dos sete candidatos acompanharam os candidatos
nos bastidores da TV Bandeirantes em São Paulo
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
 
Os presidenciáveis com representação no Congresso fizeram na noite de terça-feira (26) o primeiro debate da disputa eleitoral. Promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão, o embate reuniu os candidatos Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Marina Silva (PSB) e pastor Everaldo (PSC). Por três horas, os concorrentes ao Palácio do Planalto fizeram perguntas entre si, responderam a perguntas de jornalistas da emissora e trocaram farpas. Temas como mobilidade urbana, política econômica, aborto, segurança e educação dominaram o debate, centralizado na maior parte do tempo entre os três presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.
 
Ministério da Segurança
 
No primeiro bloco, os candidatos tiveram um minuto para responder a mesma pergunta feita por leitores do jornal Metro. Os presidenciáveis foram questionados sobre a proposta para diminuir a criminalidade e acabar com as facções criminosas do país. Definido por sorteio, Pastor Everaldo foi o primeiro a falar. Antes de responder, ele lembrou que, no ano passado, perdeu um irmão vítima de uma bala perdida no Rio De Janeiro. Especificamente sobre a pergunta, disse que irá criar o Ministério da Segurança Pública e defendeu a capacitação das polícias dos Estados, melhores salários para a categoria e investimentos para o setor de inteligência.
 
Sobraram críticas para todo o lado
 
Segunda a responder, Luciana Genro disse que, antes abordar o questionamento, iria se apresentar. Primeiro, a candidata lembrou que sucedeu Plínio de Arruda Sampaio, concorrente pelo PSOL nas eleições de 2010 e que morreu neste ano. Além de afirmar que foi “expulsa pela turma do José Dirceu (ex-ministro) e companhia”, ela logo procurou marcar as diferenças do PSOL em relação aos três principais candidatos. Sobre Dilma, ressaltou que não concordava com a política econômica do seu governo que beneficiava os banqueiros. Quanto a Aécio, afirmou que não concordava com a “privataria tucana” que “fez um aeroporto para a própria família”, numa referência à obra feita no município de Claudio (MG), ao lado de uma fazenda de familiares do tucano. Em relação à Marina, Luciana criticou o fato de a ex-senadora se apresentar como representante da “nova política”, mas ter uma “banqueira” em sua equipe de campanha. Já sobre o tema, a concorrente do PSOL defendeu investimentos na área de segurança e, ao mesmo tempo, em direitos humanos.
 
Marina lembra Eduardo Campos
 
Já Marina, antes de entrar no tema, lembrou que assumiu o desafio de concorrer “em função de uma perda trágica que tivemos”, referindo-se à morte do candidato Eduardo Campos, em acidente aéreo no dia 13 de agosto.  Sobre a segurança, ela disse que é um grave problema, acrescentando que 52 mil pessoas são mortas por ano em função da violência. A ex-senadora pregou uma ação integrada das polícias e “um pacto pela vida”, que respeita os direitos humanos e combate a violência.
 
Minas Gerais como exemplo
 
O tucano Aécio aproveitou a pergunta para falar da política de segurança implantada em Minas Gerais quando foi governador. Entre outras ações, ele citou a unificação das polícias. Já para resolver o problema da criminalidade do país, o candidato defendeu o não–contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Segurança, reforma do Código Penal, integração da União com os Estados e a coordenação da politica de segurança pelo governo federal.
 
Segurança compartilhada
 
Concorrente à reeleição, a presidente Dilma ressaltou que a segurança, de acordo com a Constituição, é atribuição dos Estados, no entanto defendeu a alteração da regra para que o assunto seja compartilhado com a União. Isso porque, segundo ela, Estados e governo federal não podem atuar “de forma fragmentada”, uma vez que o crime organizado, por exemplo, atua de forma articulada em todo o país. Dilma citou, ainda, o trabalho bem-sucedido na Copa do Mundo quando foi criada uma Central de Comando e todas as políticas atuaram em conjunto.
 
Redução da maioridade penal
 
Representante do PRTB, Levy Fidelix defendeu como medida para combater a violência a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, mais investimentos nas policias de fronteira para combater o tráfico de drogas e a privatização imediata das penitenciárias.
 
Legalização das drogas
 
Candidato pelo PV, o médico Eduardo Jorge também se apresentou aos eleitores antes de abordar o tema. Funcionário há 38 anos da Secretária de Saúde de São Paulo, ele, a exemplo de outros concorrentes, defendeu a unificação e a profissionalização das polícias e, ainda, a legalização e regulação das drogas para esvaziar as penitenciárias.
 
Embate Marina x Dilma
 
No segundo bloco, os concorrentes fizeram perguntas entre si. Também definida a ordem por sorteio, Marina foi a primeira a perguntar e escolheu a presidente Dilma para questioná-la sobre os motivos de pactos como pela mobilidade urbana, pelo combate da inflação e pela educação, anunciados depois dos protestos de 2013, não terem dado certo. A petista discordou de Marina e acrescentou que foi enviada uma lei ao Congresso para que 75% dos royalties do petróleo e do pré-sal fossem destinados à educação e 25% à saúde. Em resposta, Dilma citou, ainda, o programa Mais Médicos, investimentos em mobilidade urbana e afirmou que “a inflação está sistematicamente reduzida.” Sobre a reforma política, a presidente disse que a proposta não foi aprovada no Congresso.
 
No comentário da resposta de Dilma, Marina foi incisiva nas críticas marcando o primeiro confronto mais acirrado entre as duas. “Esse Brasil que a presidente acaba de mostrar é quase cinematográfico, não existe”, alfinetou a candidata, criticando a mudança de ministros em troca, segundo ela, “de apoio e tempo de televisão”.
 
Duelo de Dilma e Aécio
 
O próximo duelo ocorreu entre Dilma e Aécio. A presidente quis saber dele quais as “medidas impopulares”, como tem anunciado, iria tomar para controlar a inflação. Ao mesmo tempo, a petista o cutucou dizendo que seu governo registra a menor taxa de desemprego, enquanto na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), conforme ela, o percentual seria mais que o dobro. Em resposta, o tucano se disse “lisonjeado” em representar FHC e preparado para “o país voltar a crescer”.  Ele acrescentou que a presidente “está enganada”, uma vez que teriam sido fechados mais de 1 milhão de postos de trabalhos de dois salários mínimos e que julho teria sido o pior mês em desemprego. “O governo que a senhora comanda perdeu a capacidade, gera desconfiança”, devolveu Aécio. “O governo do PSDB quebrou o Brasil três vezes, propôs que não se desse aumento de salário, fez tarifaços”, retrucou Dilma. “Prefiro ficar com aquela presidente Dilma que mandou carta ao Fernando Henrique parabenizando pela estabilidade econômica”, alfinetou o tucano, novamente.
 
Porto em Cuba
 
Em tom crítico, o Pastor Everaldo foi o próximo a perguntar e escolheu a presidente para questioná-la sobre a construção de um porto em Cuba. Como resposta, Dilma afirmou que hoje “a nossa política deu um passo à frente” e que olha para América Latina, África e para os países que integram os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Especificamente sobre o porto, ele disse que há retorno para o Brasil, uma vez que as empresas estão condicionadas a adquirir bens e serviços brasileiros. Pastor Everaldo discordou sobre os investimentos em outro país, afirmando que, se for presidente, o “dinheiro ficará no Brasil”.
 
Aborto em pauta
 
O aborto foi o assunto escolhido por Eduardo Jorge para perguntar a Aécio. Ele quis saber a opinião do tucano em relação às mulheres que são consideradas criminosas por interromperem a gravidez por algum motivo.  O presidenciável defendeu a manutenção da lei atual e, ao mesmo tempo, mais informação e políticas preventivas, principalmente para as adolescentes de baixa renda. “Tenho minhas convicções, eu prefiro manter a legislação como está”, concluiu o tucano.  “A legislação é cruel, repressiva, reacionária”, criticou o candidato do PV, acrescentando que as mulheres ficam entregues “à própria sorte” ao procurarem clínicas clandestinas para fazerem o aborto.
 
Aécio confronta Marina
 
Na sequência, Aécio e Marina protagonizaram um primeiro embate. O tucano questionou a ex-senadora se não estava “faltando uma boa dose de coerência” para a candidata que, segundo ele, se negou a subir no palanque do governador de São Paulo e concorrente à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB), mas, ao mesmo tempo, teria dito que gostaria de ter José Serra em seu governo, presidenciável que ela se recusou apoiar nas eleições de 2010 ao Planalto. Marina discordou do tucano, afirmando ser contra a polarização entre PT e PSDB que, conforme a ex-senadora, “já deu o que tinha de dar” e é um atraso para o país. Acrescentou que em todos os partidos há “pessoas boas” e citou como exemplo os senadores Pedro Simon (PMDB) e Eduardo Suplicy (PT). Sobre Serra, Marina afirmou que se referiu a ele porque “não deverá fazer o caminho mesquinho, a oposição por oposição”. “Confesso que tenho dificuldade em entender essa nova política”, retrucou Aécio.
 
Relações de Marina
 
Como pelas regras não poderiam mais questionar o tucano ou a petista, Levy teve de perguntar à candidata do PSB. “Restará bombardear a dona Marina”, disse, arrancando risos dos presidenciáveis. O concorrente do PRTB questionou “as relações íntimas” da socialista com o empresário Guilherme Leal, representante da Natura, e com a banqueira Neca Setúbal, o que, segundo ele, seriam contradições pelas posições que defende como o fato de ser contrária ao agronegócio. “Não tenho preconceito pela classe econômica”, respondeu Marina, acrescentando que Neca também é uma educadora e ajudou a elaborar seu plano de governo, e Guilherme se dedica ao desenvolvimento sustentável. Levy a cutucou dizendo que Guilherme deve milhões ao fisco e “a senhora está com essas pessoas”. A socialista devolveu, dizendo que “eu dialogo com pessoas” e que cada uma delas responde por seus “interesses privados”. Sobre o agronegócio, Marina destacou que é importante para gerar emprego, no entanto precisa “ser feito com sustentabilidade”.
 
Nada de pastor, só Everaldo
 
Queixando-se frustrada por nenhum dos presidenciáveis fazer pergunta a ela, Luciana Genro encerrou o primeiro bloco de perguntas entre os candidatos. Ao se dirigir ao pastor, disse que só o chamaria de Everaldo porque “não gosto de misturar religião com política”. Ela o questionou sobre o fato da bancada do PSC no Congresso ter se posicionado contra a distribuição do kit contra a homofobia nas escolas pelo governo federal, o que acabou não ocorrendo devido a pressões. “Não tenho preconceito, minha preocupação é com todo o brasileiro, sem discriminar ninguém”, respondeu o pastor. O candidato do PSC defendeu “que a escola pública tem de cuidar da educação do brasileiro”. Na réplica, Luciana afirmou que a homofobia e a transfobia matam e que é preciso fazer o debate do tema nas escolas para combater o preconceito e a discriminação.
 
Jornalistas fizeram questionamentos
 
No terceiro bloco, foi a vez de jornalistas da Rede Bandeirantes fazerem perguntas aos presidenciáveis. Boris Casoy abriu o bloco e quis saber de Dilma, em caso de reeleita, se irá manter ou mudará a política econômica diante de um cenário com crescimento baixo e inflação alta. Na resposta, a petista afirmou que o Brasil enfrenta “uma das maiores crises internacionais”, contudo mantém o nível de emprego. “Antes botava a conta para o trabalhador, desempregava, arrochava salários”, disse ela, numa referência a governos tucanos. Apesar da crise, conforme a petista, foram criadas condições para um “novo ciclo de crescimento” com investimentos em infraestrutura e educação. Escolhido para comentar a resposta, Aécio cutucou a presidente: “Temos a oportunidade de confrontar o Brasil virtual do Brasil real”. O tucano disse, ainda, que a dona de casa que vai à feira percebe a alta da inflação.
 
Gerente para o Brasil?
 
Já o jornalista José Paulo de Andrade questionou Marina pelo fato de ela ter declarado que o Brasil não precisa de gerente e se ainda iria reduzir os 39 ministérios. A candidata do PSB respondeu que não é preciso de gerente, mas, sim, de um gestor com “visão estratégica”. “Lula não é um gerente, mas tem visão estratégica”, exemplificou ela, referindo-se aos avanços sociais promovidos pelo ex-presidente Luz Inácio Lula da Silva.  Sobre os ministérios, Marina afirmou que irá reduzir, porém sem abrir mãos dos “estratégicos”, que ela não os especificou. Dilma foi a escolhida para comentar a resposta da adversária. Ela afirmou que o presidente não “lidará só discursando, terá de fazer gestão, lidar com os problemas do país: educação, saúde”.
 
Aparelhamento da máquina
 
Em seu questionamento, o jornalista Fábio Panunzzio criticou o aparelhamento da máquina e o número de cargos de confiança (CCs) no governo federal e quis saber de Aécio qual o número que reduziria. Mais uma vez o ex-governador aproveitou para destacar sua gestão em Minas Gerais, onde foram implantadas políticas de avaliação do desempenho dos servidores e professores, segundo ele, bem-sucedidas. Ele disse também que reduziu secretarias e CCs. “Eu acredito que a gestão não precisa ser ineficiente por se pública. Falta ao Brasil foco, eficiência da máquina pública entregue a um conjunto de partidos”, criticou o tucano, sem responder se reduziria o número dos cargos. No comentário da resposta de Aécio, Marina contra-atacou ele, dizendo que não encontrou eficiência no Ministério do Meio Ambiente, antecedido pela gestão tucana, e que a “cena” relatada pelo tucano da valorização de professores não inclui os mestres que trabalham no Vale do Jequitinhonha, em Minas.
 
Questão indígena
 
Na sequência, Boris Casoy questionou pastor Everaldo sobre o fim do fator previdenciário.  Em resposta, o candidato do PSC prometeu fazer a reforma previdenciária para que os aposentados possam recuperar o valor a que têm direito. Em seguida, o jornalista José Paulo de Andrade quis saber de Luciana sobre sua proposta para resolver a questão indígena, citando o Rio Grande do Sul como um dos Estados onde o conflito se agrava. A representante do PSOL defendeu a “demarcação imediata das terras indígenas” e a resolução dos conflitos de maneira pacífica.  Ela defendeu, ainda, a reforma agrária. Escolhida para comentar a resposta, Dilma afirmou que 462 terras indígenas foram regularizadas. Em relação às áreas onde há conflito, a presidente afirmou “que tem de ser resolvido de forma a preservar todas as partes, índios e pequenos agricultores”.
 
Arrecadação de dinheiro
 
Já Fábio Panunzzio quis saber se a responsabilidade pelo dinheiro arrecadado na campanha eleitoral é dos presidenciáveis, uma vez que quando ocorreram os mensalões tucano e petista não foram apontados também os concorrentes aos cargos. Escolhido para responder, Eduardo Jorge disse que é o responsável e que não aceitará doações de pessoas jurídicas (empresas), só de pessoas físicas (cidadãos). “Sou responsável e espero gastar o menos possível”, finalizou o candidato do PV. O comentário da sua resposta coube ao tucano Aécio. “Sou o responsável pelas eleições e todas (contas) aprovadas pelo TRE do meu Estado”, afirmou o ex-governador, que aproveitou para defender o voto distrital, o fim da reeleição e mandato de cinco anos.
 
No quarto bloco, os candidatos tiveram a oportunidade novamente de se confrontar diretamente com questionamentos entre si. O bloco foi marcado por um confronto entre Aécio e Dilma e Marina e Luciana.
 
Petrobras acirra duelo entre Aécio e Dilma
 
O ex-governador mineiro cutucou a presidente ao questioná-la se o debate não era uma boa hora para ela pedir desculpas pela “gestão temerária” na Petrobras, que, segundo ele, em sete anos perdeu metade do seu valor. Em resposta, Dilma disse que a estatal é a maior empresa da América Latina e responsável pela descoberta e exploração do pré-sal. “É uma empresa que aumentou de valor, aumentou suas reservas. Não sou eu que estou dizendo, inclusive consultorias do Departamento de Energia Americano. A Petrobras é uma grande riqueza do Brasil”, argumentou a petista. “E uma leviandade a forma como a Petrobras está sendo administrada”, retrucou o tucano, referindo-se a denúncias envolvendo diretores da empresa. “É uma leviandade, repito! Quem investiga é um órgão (Polícia Federal) do governo que antes não tinha autonomia. O nosso compromisso é a luta incansável contra a corrupção, nunca escondemos os malfeitos”, devolveu Dilma.
 
Contradição de Marina
 
No outro confronto, a candidata do PSOL questionou Marina sobre a visão de uma nova política, ao mesmo tempo em que se aconselha com economistas vinculados ao PSDB e que defendem ajuste fiscal, aumento de tarifa. A ex-senadora discordou de Luciana e afirmou que “as conquistas devem ser assimiladas”. Ela citou como exemplo a estabilidade econômica do país alcançada no governo de Fernando Henrique e as conquistas sociais da gestão de Lula. “Vamos governar reconhecendo os ganhos alheios. Vamos governar com os melhores, da economia, do setor público, eu não tenho preconceitos com pessoas competentes e honestas”, respondeu Marina. Já Luciana observou que, para fazer nova política é preciso contrariar interesses, fazer auditoria da dívida pública e que se a candidata do PSB não fizer isso vai “fazer a velha política do PSDB e do PT”. “Inclusive vocês três são muito parecidos”, cutucou a concorrente do PSOL, comparando Aécio, Dilma e Marina.
 
Regulamentação dos conselhos
 
No quinto bloco, os jornalistas da emissora voltaram a fazer perguntas e foi repetido o formato do terceiro. O bloco foi marcado pela discussão sobre os conselhos e controle da mídia. José Paulo de Andrade quis saber a opinião de Aécio sobre o decreto do governo federal de regulamentação dos conselhos, considerado pelo jornalista como “bolivariano” e nos moldes “chavistas”, além de um plebiscito para convocar uma Constituinte com o fim de fazer a reformar política, se não seriam medidas que ameaçam a democracia representativa. “Vejo com enorme preocupação. A formatação que o PT busca desde o início não há clareza como esses conselhos serão preenchidos”, respondeu o tucano. Ele afirmou que o decreto precisa ser melhor discutido e que apoiou a suspensão da votação no Congresso para que se faça um debate mais amplo.Dilma foi a escolhida para comentar a resposta do adversário e não poupou críticas. “É normal que o Aécio pense assim, sempre tiveram medo da participação social”, devolveu ela. A presidente explicou que o decreto tem por objetivo regulamentar a representação tripartite dos conselhos, que têm função de consulta e não de “um processo decisório”.
 
Controle da mídia
 
Já Boris Casoy questionou o candidato do PV sobre sua posição em relação ao controle social da mídia que, conforme o jornalista, o PT insiste em um plano de censura, que chama de democratização dos meios de comunicação. Ao responder, Eduardo Jorge disse que “sou obrigado a concordar com a presidente Dilma”, referindo-se ao fato de a petista não levar adiante o plano. Escolhida para comentar a resposta, a presidente afirmou que a liberdade de imprensa, de expressão são “valores básicos da democracia”, contudo defendeu, como em qualquer setor, a regulação econômica da mídia para evitar monopólios.
 
O debate invadiu a madrugada de quarta-feira (27).  Já passava da 1h quando os candidatos encerraram as considerações finais. Todos aproveitaram para convencer os eleitores que têm a melhor proposta para governar ao país. Aécio Neves, inclusive, aproveitou para anunciar um ministro em caso de ser eleito: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central comandará a pasta da Fazenda.
 
27/ago/2014
 
https://www.alainet.org/de/node/102774
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