Prisão de Lula é mais uma manobra do entreguismo do patrimônio nacional
- Opinión
Feito preso político pelo golpe de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já é um personagem da história, mas um personagem presente, ativo, capaz de fazer ainda mais história e de continuar a transformação que iniciou no País em 2003. Lula é uma ideia. Uma ideia viva. Mesmo encarcerado em Curitiba, conta com o apoio de grande parte dos brasileiros que não esquecem seu legado e hoje estão a seu lado. Lula é candidato às eleições deste ano caso não ocorra nova violência institucional. É um grande desafio, mas ele está disposto a enfrentá-lo.
Lula representa um projeto popular nacional depois de dois mandatos e um legado que vai muito além da redução da fome no Brasil. O programa de governo de Lula tirou mais de 40 milhões de famílias da linha da pobreza e milhões também ascenderam à classe média consumidora. Apresentou um aumento real no salário mínimo de inacreditáveis 13,04%. Pagou a dívida externa do país. Facilitou créditos, gerou empregos, colocou o Brasil no cenário mundial como nunca antes.
Esses brasileiros passaram a se alimentar mais e melhor, a comprar automóveis e eletrônicos, a viajar nas férias e a realizar o sonho da casa própria. O Brasil passou de caloteiro internacional a grande voz dentre os países emergentes, sentando lado a lado com os desenvolvidos nos fóruns de poder e de negócios internacionais. Um círculo virtuoso de distribuição de renda, justiça social e crescimento que mudou a economia brasileira e despertou a atenção do mundo.
Ao receber das mãos de Fernando Henrique Cardoso a faixa de presidente, Lula assumiu um país malvisto pelo mundo financeiro, uma herança dos tropeços econômicos causados pelo superendividamento e pela hiperinflação dos anos 80 e início dos 90.
Com Lula Presidente, o Brasil recebeu o carimbo de grau de investimento pelas três maiores agências de classificação de risco de crédito, Standard & Poor's, Moody's e Fitch. Com isso, passou a ser visto oficialmente como uma economia de fundamentos mais sólidos e menos vulnerável a crises externas, proporcionando ao investidor uma opção mais segura para investimentos.
Não por acaso, o Brasil na era Lula foi visto como um dos principais destinos de investimentos estrangeiros. A entrada recorde de dólares abriu caminho para o aumento das reservas internacionais, que saltaram de US$ 37,8 bilhões em 2002 para quase US$ 285 bilhões. No caminho inverso, o dólar caiu de R$ 3,94 para menos de R$ 1,70. A equipe econômica de Lula, liderada por Guido Mantega, fez o país ficar menos endividado.
A relação dívida/PIB recuou de 60,6%, em 2002, para 40,1%, em 2010. A taxa de juros reais (além da inflação) desceu sete pontos percentuais. O crédito, uma das locomotivas do crescimento, aumentou em 20 pontos percentuais e ficou próximo a 50% do PIB.
Em um positivo efeito cascata, o crescimento do PIB chegou a 8% em 2010, quase três vezes superior à média de 2,6% dos quatro anos anteriores. Lula capitaneou uma revolução de consumo que fez do mercado doméstico o grande trunfo para atrair investimentos locais e externos e escapar mais rápido da grande recessão global de 2008.
Por isso somos todos Lula. Lutamos por ele, sobretudo, porque Lula é quem melhor teve e tem a capacidade de liderar esse projeto. Mas lutamos também porque é covardia o que estão fazendo com ele.
E não venham com mentiras contra Lula, porque quem dera todo político fosse honesto como ele. Foi, possivelmente, o presidente que saiu com menor patrimônio da presidência. Ganhou dinheiro sim, mas legitimamente, depois de deixar a presidência, com palestras.
Seus filhos são pequenos empresários. Não foram nomeados diretores de estatal, como Aécio Neves quando jovem que, recém-formado, foi nomeado diretor da Caixa no governo Sarney. Não viraram diretor de banco privatizado pelo pai, como ocorreu com o filho de Alckmin. Não ganharam concessões públicas de TV, nem de lavra de mineração. Não foram funcionários fantasmas em gabinetes de senadores. Não viraram sócios de bilionários, como a filha de José Serra.
Lula criou um Instituto voltado para cooperação do Brasil com a África e a América Latina. Se tivesse criado um instituto picareta para defender o cartel da imprensa ou dos bancos ou da geopolítica estadunidense estava tudo “certo”, não teria recebido criticas. Mas defender a integração com pretos e "cucarachos"? Ah... na cabeça das coxinhas, racistas e preconceituosos, isso só pode ser crime .
São injustiça e covardia o que estão fazendo com Lula, por isso temos que defendê-lo e não podemos nos omitir.
Não adianta quererem destruí-lo para entregar o pré-sal a estrangeiros, e também para o mercado financeiro globalizado e corrupto nos escravizar. E para o "B" sair dos BRICS e virar colônia econômica dos EUA. Porque vamos derrubar esse entreguisimo e servilismo.
Somos todos Lula.
10/04/2018
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