Deputados denunciam sofrer ameaças de ruralistas
08/05/2008
- Opinión
Um grupo de 30 fazendeiros cercou o carro que transportava os parlamentares e passou a agredi-los verbalmente, ameaçando-os com pedaços de paus; policiais não agiram para evitar o confronto-
Os deputados estadual Dionilso Marcon e federal Adão Pretto, ambos do PT, denunciaram na tarde desta quinta-feira (08) que foram ameaçados por fazendeiros em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Eles estavam indo de carro para o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Distrito de Suspiro para acompanhar a vistoria das famílias pela Brigada Militar.
O deputado Marcon relata que ele, Adão Pretto e um motorista chegaram à barreira feita pelos policiais às 8h. Assim que pararam com a caminhonete, um grupo de 30 ruralistas cercou o carro e passou a agredi-los verbalmente e ameaçá-los. O deputado também reclama dos policiais, que não teriam feito nada para evitar o confronto.
“Além de palavrões e ofensas que faziam pra mim e para deputado federal Adão Pretto, abriram a porta do lado em que ele estava, dizendo que o deputado descesse se ele não fosse covarde. Ameaçaram-nos, disseram que iriam nos pegar em outro lugar. E ficaram rodeando a nossa caminhonete e nos ameaçando com paus”, conta.
O deputado conta que ele, o parlamentar Adão Pretto e o motorista preferiram não descer da caminhonete e permaneceram no carro por quatro horas, até que uma ordem judicial liberou a entrada dos deputados no acampamento. Às 14h, um efetivo da Polícia Federal foi ao local para dar segurança aos deputados.
Procurado pela reportagem, o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, diverge da versão apresentada pelos deputados. De acordo ele, havia apenas um grupo de dez fazendeiros no local, mas que também tentavam passar a barreira da Brigada. As ofensas, diz Teixeira, partiram de caminhoneiros que faziam o transporte para engenhos.
“Esses caminhoneiros, na verdade, é que estavam revoltados porque estavam desde às 4h da manhã na barreira policial. Estamos em plena colheita de arroz e soja e esses distritos de Batovi e de Suspiro são as regiões que mais produzem no município. E esses caminhoneiros se revoltaram mais ainda quando ficaram sabendo que quem estava na caminhonete eram os deputados. E foram eles que começaram a agredir verbalmente os deputados”, diz.
Teixeira ainda reclama que os deputados tentaram se beneficiar da condição de parlamentares para ultrapassar a barreira policial. “Eles chegaram ali e se apresentaram como deputados, mas a Brigada Militar não deixou passar porque não estava deixando ninguém passar. Inclusive nós tentamos entrar na área enquanto Sindicato Rural e também não pudemos. Portanto, quem não deixou passá-los não fomos não e nem temos competência para isso. E isso não é do nosso feitio bloquear rodovias, é do pessoal que eles defendem, o MST”, conta.
Para o deputado estadual Marcon, ele e Adão Pretto foram hostilizados pelos fazendeiros por apoiarem abertamente o MST. “Acho que os ruralistas têm um cartel do latifúndio improdutivo. Andamos aqui 30 km e não vimos nenhuma casa em beira de estrada aqui da rodovia estadual. É um atraso e eles têm medo de perderem esse atraso porque depois que sai assentamento vão mostrar produção”, defende.
Os deputados estadual Dionilso Marcon e federal Adão Pretto, ambos do PT, denunciaram na tarde desta quinta-feira (08) que foram ameaçados por fazendeiros em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Eles estavam indo de carro para o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Distrito de Suspiro para acompanhar a vistoria das famílias pela Brigada Militar.
O deputado Marcon relata que ele, Adão Pretto e um motorista chegaram à barreira feita pelos policiais às 8h. Assim que pararam com a caminhonete, um grupo de 30 ruralistas cercou o carro e passou a agredi-los verbalmente e ameaçá-los. O deputado também reclama dos policiais, que não teriam feito nada para evitar o confronto.
“Além de palavrões e ofensas que faziam pra mim e para deputado federal Adão Pretto, abriram a porta do lado em que ele estava, dizendo que o deputado descesse se ele não fosse covarde. Ameaçaram-nos, disseram que iriam nos pegar em outro lugar. E ficaram rodeando a nossa caminhonete e nos ameaçando com paus”, conta.
O deputado conta que ele, o parlamentar Adão Pretto e o motorista preferiram não descer da caminhonete e permaneceram no carro por quatro horas, até que uma ordem judicial liberou a entrada dos deputados no acampamento. Às 14h, um efetivo da Polícia Federal foi ao local para dar segurança aos deputados.
Procurado pela reportagem, o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, diverge da versão apresentada pelos deputados. De acordo ele, havia apenas um grupo de dez fazendeiros no local, mas que também tentavam passar a barreira da Brigada. As ofensas, diz Teixeira, partiram de caminhoneiros que faziam o transporte para engenhos.
“Esses caminhoneiros, na verdade, é que estavam revoltados porque estavam desde às 4h da manhã na barreira policial. Estamos em plena colheita de arroz e soja e esses distritos de Batovi e de Suspiro são as regiões que mais produzem no município. E esses caminhoneiros se revoltaram mais ainda quando ficaram sabendo que quem estava na caminhonete eram os deputados. E foram eles que começaram a agredir verbalmente os deputados”, diz.
Teixeira ainda reclama que os deputados tentaram se beneficiar da condição de parlamentares para ultrapassar a barreira policial. “Eles chegaram ali e se apresentaram como deputados, mas a Brigada Militar não deixou passar porque não estava deixando ninguém passar. Inclusive nós tentamos entrar na área enquanto Sindicato Rural e também não pudemos. Portanto, quem não deixou passá-los não fomos não e nem temos competência para isso. E isso não é do nosso feitio bloquear rodovias, é do pessoal que eles defendem, o MST”, conta.
Para o deputado estadual Marcon, ele e Adão Pretto foram hostilizados pelos fazendeiros por apoiarem abertamente o MST. “Acho que os ruralistas têm um cartel do latifúndio improdutivo. Andamos aqui 30 km e não vimos nenhuma casa em beira de estrada aqui da rodovia estadual. É um atraso e eles têm medo de perderem esse atraso porque depois que sai assentamento vão mostrar produção”, defende.
Raquel Casiraghi
Porto Alegre (RS)
Agência Chasque
http://www.agenciachasque.com.br/boletinsaudio2.php?idtitulo=45d75b36145829dca29dab0b24f77aa4
https://www.alainet.org/en/node/127428
Del mismo autor
- A tragédia anunciada em Santa Catarina 03/12/2008
- O mito da degola da Praça da Matriz 12/08/2008
- Polícia impede manifestação contra Yeda e deixa 12 feridos 11/06/2008
- Deputados denunciam sofrer ameaças de ruralistas 08/05/2008
- Marcha do MST debate milho transgênico em SC 15/04/2008
- No RS, sem-terra prosseguem marcha por fazenda Coqueiros 16/10/2007
- Árvore transgênica, a bola da vez 17/04/2006
- Indígenas, terra e território 09/03/2006
- Via Campesina International discusses Agrarian Reform and Globalization of the struggle 06/03/2006
- Transgénicos: Agora, chega o milho contrabandeado 22/11/2005