Cadê a prova?, desafia Lula

06/07/2018
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
rui_falcao_joao_pedro_stedile.jpg
Rui Falcão e João Pedro Stédile
Foto: Joka Madruga/PT
-A +A

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita do ex-presidente do PT Rui Falcão e do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) João Pedro Stédile, nesta quinta-feira (5).

 

Preso desde o dia 7 de abril, o ex-presidente Lula expressou gratidão pelo apoio que recebe de milhões de brasileiros que o querem de volta ao Palácio do Planalto e manifestou o seu rechaço contra as injustiças cometidas pelo Judiciário contra ele. “Lula agradeceu a todos os que têm manifestado apoio nas pesquisas. Ele me disse: ‘É por causa desta manifestação silenciosa de vocês que continuo animado e disposto apesar de ainda estar preso”, conta Stédile.

 

Lula criticou a postura do Judiciário em relação ao seu processo que o condenou sem provas, caracterizando uma prisão política e voltou ma desafiar: apresentem provas! Ao sair da visita, Stédile fez questão de abrir aspas para uma fala direta do ex-presidente sobre o processo: “Comportando-se desse jeito, esse Poder Judiciário não merece mais o respeito de ninguém. Ele tem que recuperar sua postura de um poder que respeitava a Constituição, que garantia o direito das pessoas”.

 

Segundo Falcão e Stédile, Lula reafirmou a sua disposição em ser candidato à Presidência. “Em vez de nós confortarmos ele, é ele quem nos conforta. Está muito animado e disposto (…) Em primeiro lugar, ele disse que é candidato. Não apenas pela disposição, mas porque o povo quer isso. Também, centenas de juristas estão garantindo que ele pode ser”, disse Falcão. 

 

Lula manifestou apreensão com a política externa brasileira desencadeada pela agenda de Michel Temer. “Apesar da terrível injustiça praticada contra o presidente, Lula está muito preocupado com o país”, disse Falcão.

 

“Ele acredita que há uma ingerência cada vez maior dos interesses das empresas norte-americanas na manipulação do governo golpista e também dos empresários brasileiros”, disse o líder do MST. Nesta quinta, o governo brasileiro não impediu a venda da Embraer, maior empresa brasileira de tecnologia, à Boeing, apesar de ser acionista detentor da ação Golden Share (com poder de veto).

 

Segundo Stédile, a política de Donald Trump, presidente norte-americano, "tem sido mais agressiva na América Latina”. Também nesta quinta, a agência de notícias Associated Press (AP) informou que teve acesso a um áudio em que o presidente Donald Trump teria pressionado funcionários do governo dos EUA para planejar uma invasão militar na Venezuela em agosto do ano passado.

 

Segundo ambos os líderes, Lula foi informado sobre a agenda de mobilizações – entre as ações, um abaixo-assinado para ser concretizado até 15 de agosto, dia da inscrição dos pré-candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) endereçado à presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.

 

“Faremos mobilizações em Brasília e em todo o Brasil perto do dia 25 de julho. Estaremos nos fóruns para protestar contra as manipulações do Judiciário. Então, conclamo a militância, também nos municípios, PT, Via Campesina, MST, movimentos populares, para que coletem assinaturas e compareçam aos fóruns. No dia 28 de julho, está em curso a preparação de um grande festival por Lula livre no Rio de Janeiro”, acrescentou Stédile.

 

06/07/2018

http://www.vermelho.org.br/noticia/312804-1

 

https://www.alainet.org/en/node/193952
Subscribe to America Latina en Movimiento - RSS