¿Por qué los gobiernos latinoamericanos son dictaduras y el 4to mandato de Merkel no?
- Opinión
São Paulo.- El cuarto mandato de la canciller Angela Merkel no despertó cuestionamientos por parte de críticos y medios acerca de la existencia de una "dictadura" en Alemania, al contrario de la recepción de algunos de los gobiernos latinoamericanos.
Para Wilbert Wicca, sociólogo boliviano que está haciendo su doctorado en la Universidad Sorbonne Nouvelle Paris 3, lo que garantiza la permanencia de Merkel en la presidencia alemana sin que su gobierno sea tachado como dictatorial es el buen momento económico del país.
"La Canciller alemana es bien vista y bien evaluada porque favorece a los intereses del capital financiero e industrial. Entonces cuando la economía vive un período de bonanza, aunque sea bajo una dictadura, las personas tienden a creer en la continuidad del gobierno", dijo.
En América Latina, a punto de realizar un plebiscito para saber si la población apoya su reelección, el mandatario boliviano Evo Morales se encuentra en la misma situación que el ex presidente venezolano Hugo Chávez, cuando fue considerado un dictador por encabezar una campaña para su segundo mandato.
Para Paola Estrada, de la Articulación de Movimientos Sociales hacia el ALBA, la concepción de que los gobiernos latinoamericanos son dictaduras es el resultado de los intereses financieros propagados por los grupos de medios de comunicación.
"En los oligopolios de medios internacionales se observa que tienen posición política, tienen posición sobre las diversas disputas políticas nacionalmente e internacionalmente, en los diversos conflictos geopolíticos. Vemos, por ejemplo, las acusaciones de autoritarismo a los gobiernos de Maduro y Chávez por parte de los grandes medios. Algunos de ellos llegan a decir el absurdo de que el gobierno venezolano es una dictadura a la vez que celebran la victoria de Merkel en Alemania, que hace 16 años se mantiene en el poder", criticó.
Según Villca, los gobiernos que avanzan en el tema de derechos sociales pagan el precio por el enfrentamiento de la lucha de clases. Y recuerda que en el caso de Bolivia no hay menciones en los grandes medios sobre los avances populares del gobierno de Evo Morales.
"Simultáneamente, hay derechos económicos, como en el caso de Bolivia. Por ejemplo, nadie va a decir que en este momento Bolivia es el país que tiene el mayor crecimiento del PIB en Latinoamérica. Nadie felicitará a Evo Morales. Cualquiera de ellos cuestionará a Evo y dirá que seguir en el poder es el camino hacia una dictadura", dijo.
Merkel, que es integrante del partido alemán Unión Demócrata Cristiana (CDU), recibió en las elecciones realizadas el pasado domingo (24) el 33% de los votos.
Edición: Simone Freire | Traducción: Luiza Mançano
São Paulo.- Ao contrário do tratamento dado para alguns governos latino-americanos, o quarto mandato da chanceler, Angela Merkel, não levantou questionamentos de críticos e veículos da imprensa acerca da existência de uma "ditadura" na Alemanha.
Para Wilbert Villca, sociólogo boliviano e doutorando da Universidade de Sorbone Paris 3, o que garante a permanência de Merkel na presidência alemã sem qualquer pecha ditatorial é o bom momento econômico do país.
"A chanceler alemã com certeza está sendo vista, avaliada, porque é uma pessoa que favorece aos interesses do capital financeiro e industrial. Então, quando a economia está em uma bonança econômica, mesmo que seja uma ditadura, as pessoas têm uma tendência a acreditar na continuidade desse governo", disse.
Prestes a realizar um plebiscito para saber se a população deseja sua reeleição, o governo do boliviano Evo Molares se vê na mesma situação do ex-presidente Hugo Chávez, quando o consideraram um ditador por encabeçar uma campanha por sua reeleição.
Para Paola Estrada, da Articulação dos Movimentos Sociais da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), as concepções de que governos latino-americanos são ditaduras é fruto dos interesses financeiros propagados por grupos midiáticos.
"Na grande mídia oligopolizada a nível internacional, ela vê que ela tem posição política e tem lado nas várias disputas políticas, tanto internamente nos países, tanto internacionalmente, nos diversos conflitos geopolíticos. A gente vê de um lado a grande mídia acusando os governos de Maduro e Chávez, por exemplo, de governos autoritários. Alguns chegam até dizer o absurdo de que é uma ditadura, e ao mesmo tempo celebrar a vitória de Merkel na Alemanha, que está há mais de 16 anos consecutivos no poder", criticou.
Segundo Villca, governos que avançam em direitos sociais pagam pelo enfrentamento da luta de classes. O sociólogo lembra que, no caso boliviano, não há menções na grande mídia aos avanços populares do governo de Evo Morales.
"Paralelamente, há direitos econômicos, como na questão da Bolívia. Por exemplo, ninguém vai dizer que, nesse momento, a Bolívia tem o maior crescimento do PIB que os outros países latino-americanos. Não, ninguém vai parabenizar Evo Morales. Qualquer um que questionar Evo Morales dirá: manutenção é caminho para a ditadura", disse.
Integrante do partido alemão União Democrata Cristã (CDU), Merkel recebeu pouco mais de 33% dos votos nas eleições realizadas no domingo (24).
Mesmo dispondo de prestígio global, Angela Merkel e seu partido perderam votos para a legenda de extrema direita, a Alternativa para a Alemanha (AFD) e terão que buscar alianças no parlamento alemão, o Bundestag, para formar uma maioria que a garanta na presidência.
Edição: Simone Freire
26 de Setembro de 2017
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