Agricultores sem terra preparam mobilização para acompanhar julgamento de integrantes do Movimento

14/12/2004
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É grande a apreensão nos assentamentos e acampamentos da reforma agrária no Estado. Na próxima quinta-feira (16/12) a 7º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul dará continuidade ao julgamento em 2º instância de três trabalhadores rurais que participaram da ocupação da Fazenda Rubira no município de Piratini. A ocupação foi feita no dia dois de março de 1998 e resultou na construção de um assentamento onde vivem hoje 150 famílias. Mesmo assim, a justiça manteve o processo contra Ivo Ribeiro de Ávila, Seno Alceu Becker e Leonir Volmar de Oliveira, acusando-os de esbulho possessório, constrangimento ilegal e extorsão mediante seqüestro. No dia 25 de novembro de 2004, houve a primeira sessão do julgamento em 2º instância quando o desembargador Ivan Leomar Bruxel, relator do processo, votou pela manutenção da condenação a penas de mais de 9 anos de prisão, concedidas em 1º instância pela juíza Andréa Rezende Russo de Piratini. Nesta quinta-feira, deverão ser colhidos os votos dos demais desembargadores designados para o caso: Marcelo Bandeira Pereira, Alfredo Foerster e Nereu José Giacomolli. Segundo Adelar Pretto, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), estão sendo preparados atos públicos durante o julgamento. Os atos serão realizados no Fórum de Piratini e de Santana do Livramento, municípios onde vivem os acusados. Também há a possibilidade de realizar uma mobilização no Tribunal de Justiça em Porto Alegre. Conforme relatos do deputado Frei Sérgio Görgen (PT) que acompanha o caso, o conflito social que envolve a reforma agrária passa a ser tratado como caso de polícia de maneira profissionalizada no Governo Fernando Henrique Cardoso, a partir de 1998. A partir daí, centenas de lideranças do movimento popular foram levadas a julgamento em todo o Brasil. \"Os efeitos dessa política começam a ter resultados agora, quando várias lideranças do Movimento Sem Terra passam a ser julgadas em 2º instância\", informa o parlamentar. Para Frei Sérgio, \"o fato social é o mesmo de sempre: participar da luta pela terra. As acusações também são as mesmas: esbulho possessório, formação de quadrilha, extorsão, seqüestro...\".
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