1º Fórum de Mídia Livre já tem quase 600 inscritos

09/06/2008
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Rio de Janeiro

Quinhentas e sessenta e seis pessoas já confirmaram, até o início desta terça-feira (10), sua participação no 1º Fórum de Mídia Livre (FML), que acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 14 e 15 de junho. As inscrições continuam chegando de todo o Brasil, e a expectativa da organização do evento é de que pelo menos 800 pessoas façam parte das discussões que serão travadas no campus Praia Vermelha da UFRJ.

“O sucesso do Fórum já é muito grande, e a tendência é que aumente o número de inscrições nos últimos dias. As inscrições pela internet serão aceitas até o meio-dia de quinta-feira (12), mas será possível se inscrever também junto à organização no primeiro dia do evento”, explica Gustavo Barreto, editor do site Consciência.net e membro do comitê organizador do FML. As inscrições podem ser feitas através do endereço forumdemidialivre@gmail.com e os dados necessários são: nome completo, telefone, e-mail, cidade, estado e nome da entidade (se houver).

Na manhã de sábado (14) acontecerá a cerimônia de abertura do FML e, em seguida, terão início as mesas de discussão com cinco eixos temáticos: Políticas Públicas de Fortalecimento da Mídia Livre; Democratização das Verbas Publicitárias Públicas; Fazedores de Mídia; Formação para a Mídia Livre e Mídias Colaborativas, Novas Mídias.

O primeiro eixo de discussão, segundo os organizadores do FML, tratará temas como “regulamentações, Lei Geral da Comunicação, direito à comunicação, TV pública, telefonia e internet pública, convergência das mídias, pontões de cultura digital, etc”. O segundo eixo pretende analisar “a questão das verbas públicas de publicidade e propaganda e a garantia pelo poder público de espaços para os veículos da mídia livre nas TVs e nas rádios públicas, assegurando assim maior diversidade informativa e amplo direito à comunicação”.

O terceiro eixo, sobre o tema “Fazedores de Mídia”, pretende fazer um “mapeamento da rede de produtores de mídia livre, coletivos, sites, jornais, canais, empresas, agências e movimentos sociais que fazem mídia e propostas que tenham o ‘público’ e o ‘comum’ como referência”. Nesse eixo, será discutida a possibilidade de formação de um Portal de Mídia Livre, que poderá servir para potencializar o alcance e a possibilidade de sustentação da “mídia contra-hegemônica”.

No quarto eixo, serão analisadas as experiências de universidades, de educação não-formal, de escolas livres, empresas, ONGs, coletivos, etc, que “podem contribuir pela construção de uma ‘mente livre’ para formar ‘midiativistas’, jornalistas, radialistas, editores, publicitários, assessores, etc, que sejam criadores de atitudes agregadoras, conteúdos e pautas de fato novas, apontando e construindo assim novos e potentes cenários de expressão, trabalho e mudança”. O quinto eixo fará uma discussão sobre “os movimentos, projetos, ferramentas e tecnologias de criação livre (Software Livre, Creative Commons, Wiki, P2P, sites e portais colaborativos, etc) e as políticas de acesso e capacitação para o uso dessas ferramentas nos serviços públicos e mídias livres”.

Desconferências

Já que o objetivo maior do FML é garantir o direito humano à comunicação, a dinâmica de discussões no encontro promete ser uma atração à parte. Nos eixos temáticos, assim como na mesa de abertura, será utilizado o sistema de “desconferência”, com um máximo de dez convidados por eixo. Cada um deles fará uma intervenção/provocação de cerca de dez ou quinze minutos e, em seguida, a discussão será aberta para que todos os presentes ao grupo de trabalho possam emitir sua opinião.

No domingo (15), acontecerá a plenária final do 1º FML, onde serão apresentados os resultados das discussões travadas nos cinco eixos temáticos. A plenária terá espaço para a intervenção de convidados, como representantes de movimentos sociais, centrais sindicais, e partidos: “A intenção é que, durante a plenária final, seja também aprovado o Manifesto da Mídia Livre, documento de princípios do movimento”, afirma Gustavo Barreto. Além dos grupos de discussão, os dois dias de evento na UFRJ também abrigarão oficinas (já foram inscritas 16) sobre temas diversos ligados à comunicação.

Crescimento

A mobilização para o FML teve início em abril, durante um encontro que reuniu em São Paulo 42 jornalistas, estudantes, professores e “fazedores de mídia” de diversos pontos do país. Nesse encontro, foi redigido um esboço de um manifesto pela mídia livre, documento que foi discutido em reuniões que aconteceram em seguida nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife e Aracaju. O movimento passou a abrigar centenas de pessoas, e boa parte delas estará no Rio de Janeiro no próximo fim de semana.

Segundo o manifesto, que terá sua versão final decidida na plenária final do 1º FML, “o setor de comunicação não reflete os avanços que ao longo dos últimos trinta anos a sociedade brasileira garantiu em outras áreas. Isso impede que o país cresça democraticamente e se torne socialmente mais justo. A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos”.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15047


https://www.alainet.org/es/node/128130
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