20 anos do MST no Pará

26/01/2010
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Faz 20 anos que o MST atua no Pará. A data foi comemorada no último dia 23, na Escola Florestan Fernandes da Amazônia, no município de Marabá. O movimento germinou justo numa região considerada a de maior índice de violência na disputa pela terra no Brasil, o sul e sudeste do estado.

A latitude integra a região conhecida como Bico o Papagaio, que é completada com o norte do Tocantins e o oeste do Maranhão. O Bico é imortalizado em tratados científicos, reportagens e artigos, onde mais de executou militantes e simpatizantes alinhados na luta pela reforma agrária no país.

A década de 1980 é considerada a mais sangrenta. Era tempo de existência da União Democrática Ruralista (UDR), uma representação da intolerância do latifúndio, animada pelo fazendeiro e político Ronaldo Caiado (DEM).

A ação do MST tem se notabilizado por ocupação de áreas onde se registrou a existência de trabalho escravo, crimes ambientais e da fragilidade de comprovação da titulação. E das representações de oligarquias rurais, como a família Mutran.

Uma tragédia, o Massacre de Eldorado, ainda hoje impune, serviu como uma espécie de divisor de águas no processo de luta pela terra na Amazônia. A partir dele o Estado, numa ação reativa, passou a reconhecer áreas ocupadas em massa.

Além de reconhecer áreas em massa, o Estado efetivou uma superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e outras institucionalidades, como o IBAMA, INSS, Ministério Público e a Polícia Federal.

Após inúmeras mediações, entre elas a Igreja, Partidos Políticos e Universidades, avalia-se que o conjunto de organizações camponesas no sudeste e sul do Pará passa por uma agenda de emancipação; que além das representações políticas como o MST e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (FETAGRI), há um avanço no campo da educação.

No caso da educação foi conquista do conjunto dos movimentos sociais, turmas especiais de nível superior em Pedagogia, Agronomia e Letras. Sem falar no ensino médio e no projeto de uma escola de nível superior, e agora numa especialização voltada para a educação no campo.

Mas, cumpre registrar a situação delicada que conforma a disputa pelo território na região, em particular impulsionada pelo horizonte desenvolvimentista para a região, que a mantém em sua colonial, uma exportadora de matéria prima, ou no máximo de produtos semi-elaborados.

É possível escapar da condição colonial com apenas um por cento do investimento nacional em pesquisa?
 
https://www.alainet.org/es/node/139059
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