Na Argentina, camponeses de toda América Latina marcham em dia de luta pela terra
- Opinión
Ao todo, mais de 3 mil pessoas marcham pelas ruas da cidade de Buenos Aires. O ato partiu da Sociedade Rural e seguiu para a embaixada dos Estados Unidos.
Após uma semana de debates sobre o contexto agrário do continente latino americano, os mais de 1200 camponeses de diversas organizações do campo de todo o continente saíram às ruas na cidade de Buenos Aires, na Argentina, para se mobilizarem no Dia Internacional de Luta pela Reforma Agrária, nesta sexta-feira (17).
Ao todo, mais de 3 mil pessoas marcham pelas ruas da cidade de Buenos Aires. O ato partiu da Sociedade Rural e seguiu para a embaixada dos Estados Unidos.
Para os participantes do 6° Congresso Continetal da Cloc, que ocorreu entre os dias 10 a 17 de abril, este é um momento levar o congresso à cidade e dialogar com outros setores da sociedade sobre a pauta da questão agrária.
Por outro lado, “porque é um dia internacional em que comemoramos nossos mártires em defesa da luta pela terra, pela defesa das sementes e das florestas, um dia que comemoramos todos aqueles que tombaram na luta pela reforma agrária, mas comemoramos afirmando nosso compromisso com a luta pela terra, de que uma vez por todas a Reforma Agrária seja um sonho completo na America Latina”, disse Diego Monton, do (MNCI).
Marina dos Santos, a integrante da Operativa da CLOC e dirigente do MST, a marcha após uma semana de encontro “simboliza uma unidade de todas as organizações do campo que vem lutando contra o avanço do capital na agricultura, que vem destruindo cada vez mais os recursos naturais, a cultura dos nossos povos, e tem o intuito de denunciar o agronegócio e avançar para um outro projeto alternativo”, coloca.
Como explica Monton, a Sociedade Rural, local onde os manifestantes iniciaram a marcha, representa uma histórica de 200 anos de uma hierarquia que se apropriou ilegitimamente das terras por meio do sangue e da repressão.
Num primeiro momento, realizaram o que ficou conhecido como a Campanha do Deserto, que significou na matança e no massacre de milhares de indígenas argentinos, expulsando-os de suas terras para depois travarem uma forte aliança com corporações transnacionais que impulsionou o agronegócio no país.
“Denunciando o que significa a Sociedade Rural argentina, que inclusive esteve fortemente vinculada à primeira ditadura que derrotou Perón, em 45, e a última de 76, que terminou com mais de 30 mil companheiros desaparecidos”, relata Monton.
Segundo ele, esse mesmo setor oligárquico sempre esteve subordinado à política imperialista dos EUA.
“Também queremos desmascarar o horror da embaixada dos EUA e nos solidarizar com a Venezuela frente aos ataques que estão sofrendo, assim como todos os governos da América Latina que hoje estão ameaçados por um golpe de estado, que sempre são perpetuados pelos EUA”.
Como lembra Monton, “só nos EUA que não há golpe de estado, porque lá não tem uma embaixada dos EUA”.
17 de abril de 2015 20h47
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