Whiphala, a bandeira que os golpistas bolivianos querem destruir
- Opinión
Um grande setor opositor ao presidente Evo Morales vê na Whiphala um símbolo de seu governo que deve ser erradicado. Os amautas, guias de espiritualidade e sabedoria andina consideram a Whipala um símbolo, não uma bandeira. Para eles representa a Pachamama, o cosmo, os animais, as plantas, as pedras, os ancestrais, a vida em harmonia.
Ainda que sua origem seja incerta, é usada como símbolo étnico do povo aymara. Entretanto, muitas comunidades indígenas se sentem representadas com este emblema que se ergueu como estandarte da luta dos povos originários em toda a América.
“Onde existir uma Wiphala, estará representando o amor e o respeito ao universo, a Pachamama, os animais, as plantas, a terra, as comunidades e a mãe natureza”, dizem os amautas.
Contudo, os acontecimentos recentes na Bolívia violentaram os princípios de paz ancestral e multicolor. Os golpistas queimaram um símbolo da igualdade dentro da diversidade que representa a filosofia andina.
Ressurgiu, na Bolívia, a relutância racista herdada de governos não muito distantes.
O enaltecimento de símbolos religiosos cristãos às custas dos povos nativos mostrou ao mundo o desprezo dos que pretendem assumir o poder sobre os índios e desrespeitar o legado de Evo Morales que consolidou um país multinacional.
A senadora Jeanine Añez, que se autoproclamou presidenta do Estado Plurinacional da Bolívia, em muitas ocasiões deixou clara sua opinião a respeito da Whipala. É o que mostra esta publicação em sua conta pessoal no Twitter em 2013: “Que ano novo aymara! Satânicos! Ninguém substituiu a Deus”.
A Wiphala foi proclamada como símbolo nacional da Bolívia na Constituição de 2009 e saldou uma dívida com os povos originários nunca representados até este momento no imaginário da nação. Nos últimos dias, há milhares de pessoas que clamam pelo retorno do presidente legítimo, Evo Morales, e outros que arrancam a bandeira dos uniformes e a queimam, na tentativa de ignorar aqueles a quem ela representa.
A nação andina está dividida desde domingo (10) em duas Bolívias simbólicas: uma movida pelo racismo, caras pálidas e a religião dos invasores europeus, e outra que mostra as roupas feitas com técnicas ancestrais, a indignação diante da iminente perda de toda a dignidade alcançada e as peles morenas levantando a Whipala.
A Constituição de 2009 proclamou a Wiphala como símbolo nacional da Bolívia
13/11/2019
http://www.vermelho.org.br/noticia/324693-1
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