Declaração de Snowden, a partir de Moscou
01/07/2013
- Opinión
Deixei Hong Kong há uma semana, depois que ficou claro que minha liberdade e minha segurança estavam ameaçadas, por eu ter revelado a verdade. Permaneço em liberdade graças a esforços de antigos e novos amigos, de minha família e de outros que sequer conheço e provavelmente nunca conhecerei. Confiei a eles a minha própria vida, e eles retribuíram essa confiança, com fé em mim, pela qual serei sempre agradecido.
Na 5ª-feira, o presidente Obama declarou, perante o mundo, que não permitiria “manobras e negociações” [orig. "wheeling and dealing"] com o meu caso. Mas agora já há notícias de que, apesar de ter prometido o que prometeu, o presidente ordenou ao vice-presidente que pressione os líderes das nações às quais pedi proteção, para que rejeitem meus pedidos de asilo.
Esse tipo de falsidade, num líder mundial, não é justiça, nem é justiça a pena extralegal do exílio. São as mesmas velhas ferramentas da violência política. O objetivo delas é assustar, não eu, mas os que tentarem me ajudar.
Durante décadas, os EUA foram dos mais fortes defensores do direito humano de buscar asilo. Infelizmente, esse direito, declarado e aprovado pelos EUA no artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos do Humanos, é agora negado pelo atual governo do meu país. O governo Obama adotou agora a estratégia de usar cidadãos, como armas. Apesar de eu não ser condenado por nenhum crime, os EUA revogaram unilateralmente meu passaporte, fazendo de mim apátrida. Sem qualquer ordem judicial, o governo dos EUA quer agora me impedir de exercer um direito básico. Um direito que é de todos: o direito de buscar asilo.
No fim, o governo Obama não tem medo de vigilantes como eu, Bradley Manning ou Thomas Drake. Somos homens sem pátria, prisioneiros ou impotentes. Não. O governo Obama tem medo de você. Tem medo de qualquer público bem informado e indignado, que exija que o governo Obama nos dê o governo constitucional que prometeu. Faz bem em temer todos os que ele teme.
Continuo firme nas minhas convicções e impressionado pelos esforços de tanta gente.
Na 5ª-feira, o presidente Obama declarou, perante o mundo, que não permitiria “manobras e negociações” [orig. "wheeling and dealing"] com o meu caso. Mas agora já há notícias de que, apesar de ter prometido o que prometeu, o presidente ordenou ao vice-presidente que pressione os líderes das nações às quais pedi proteção, para que rejeitem meus pedidos de asilo.
Esse tipo de falsidade, num líder mundial, não é justiça, nem é justiça a pena extralegal do exílio. São as mesmas velhas ferramentas da violência política. O objetivo delas é assustar, não eu, mas os que tentarem me ajudar.
Durante décadas, os EUA foram dos mais fortes defensores do direito humano de buscar asilo. Infelizmente, esse direito, declarado e aprovado pelos EUA no artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos do Humanos, é agora negado pelo atual governo do meu país. O governo Obama adotou agora a estratégia de usar cidadãos, como armas. Apesar de eu não ser condenado por nenhum crime, os EUA revogaram unilateralmente meu passaporte, fazendo de mim apátrida. Sem qualquer ordem judicial, o governo dos EUA quer agora me impedir de exercer um direito básico. Um direito que é de todos: o direito de buscar asilo.
No fim, o governo Obama não tem medo de vigilantes como eu, Bradley Manning ou Thomas Drake. Somos homens sem pátria, prisioneiros ou impotentes. Não. O governo Obama tem medo de você. Tem medo de qualquer público bem informado e indignado, que exija que o governo Obama nos dê o governo constitucional que prometeu. Faz bem em temer todos os que ele teme.
Continuo firme nas minhas convicções e impressionado pelos esforços de tanta gente.
(tradução do Coletivo Vila Vudu)
https://www.alainet.org/es/node/77287
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