As lutas pela democratização da mídia e pela Constituinte Exclusiva devem se encontrar
07/05/2014
- Opinión
A concentração da comunicação no país e o sistema político brasileiro são motivo de revolta da juventude brasileira
Em linhas gerais, duas grandes insatisfações estiveram presentes na onda de protestos iniciada no Brasil em 2013.
A concentração da comunicação no país e o sistema político brasileiro são motivo de revolta da juventude brasileira – ainda que sujeita à disputa com segmentos conservadores que também foram às ruas.
A concentração nas mãos da oligarquia mais atrasada do país, a falta de representatividade e a falta de espaços de participação podem definir tanto o nosso sistema de comunicação quanto o nosso sistema político hoje.
Falta muitas vezes a perspectiva de um programa para canalizar essa vontade de mudança. Entretanto, os projetos para isso existem.
No caso da comunicação, as organizações populares buscam massificar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) para uma mídia democrática, que incide sobre o espectro radioelétrico, atacando a concentração presente na produção e difusão midiática.
O problema da democratização da comunicação surge em qualquer análise da realidade feita pelos movimentos sociais. Mas é recente a apropriação do movimento social e sindical dessa bandeira. O caminho ainda é longo, mas já é importante o fato de a bandeira deixar de pertencer apenas a um movimento específico.
O protagonismo da CUT no Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) e as lutas promovidas pelo Levante Popular da Juventude de denúncia contra a postura editorial da Rede Globo são bons exemplos desse novo cenário.
Para a mudança do sistema político, o principal pólo de atuação é o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva. Desde 2013, mais de 100 organizações sociais constroem o Plebiscito, que cresce em todo o país.
A luta prioritária dos movimentos sociais e das organizações de esquerda em 2014 é a luta pela Constituinte Exclusiva. Por isso, é essencial que as organizações que estão na luta pela democratização da comunicação tragam o acúmulo do seu programa para a luta do Plebiscito. A XVIII Plenária do FNDC, realizada entre 25 a 27 de abril, produziu apontamentos importantes neste sentido.
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No entanto, o atual sistema político está fechado para aquilo que é exigido pelos segmentos organizados do povo.
Em nossas lutas cotidianas, devemos fazer o exercício de aglutinar essas duas pautas essenciais – mudança no sistema político e midiático – para uma mudança na concentração que caracteriza a sociedade brasileira.
Pedro Carrano é diretor do Sindicato de Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR).
08/05/2014
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