A luta de classes no continente
02/08/2009
- Opinión
A crise capitalista está engendrando mudanças na forma das classes socais se comportarem, no mundo, nos Estados Unidos e no continente latino-americano.
Do ponto de vista dos interesses economnicos, o grande capital imperialista, sediado nos Estados Unidos e Europa está se movendo em várias direções, em relação ao nosso continente. Primeiro, estão reafirmando a redivisão internacional da produção e nos reservando o papel, apenas, de exportadores de matérias primas agrícolas, minerais e de energia. ( E ainda tem gente que acha isso progresso!). Segundo, retomaram a inciativa de aplicar seu capital financeiro, volátil, em ativos de recursos naturais, para se protegerem e terem uma posição privilegiada quando vier o novo ciclo de expansão do capital, obtendo altas taxas de lucros com essas reservas. Terceiro, se associam às grandes empresas brasileiras, argentinas e mexicanas, para que elas possam exercer um papel sub-imperialista de controle dos mercados e de exploração da mão-de-obra barata.
No cenario político, há tambem mudanças nos últimos meses. Obama conseguiu se eleger, na convenção democrata e depois nas eleições gerais, como conseqüências da crise econômica sobre a ampla maioria do povo americano, que quer e precisa de mudanças.
Mas o governo dos Estados Unidos não tem mais a hegemonia política mundial, apesar de ser a maior potencial militar e econômica. Por isso, o Pentágono trata de priorizar agora, os pontos mais nevrálgicos, como a situação do oriente médio, e a política com a China, que detém 2 trilhões de dólares em caixa.
E o continente latino-americana está em segundo plano.
Diante desse vazio de diretrizes e de prioridade para seu pátio traseiro, as forças do capital imperial articuladas com o complexo industrial-militar se moveram, por conta própria.
Toda imprensa registrou que o golpe militar em Honduras, não foi apenas uma demonstração de paranóia da oligarquia local, que dirige há séculos o pais mais pobre da américa central. Nem muito menos que Zelaya, eleito por um dos partidos da oligarquia houvesse se convertido ao “comunismo!” por obra do “espirito santo!”.
O golpe foi planejado pelos falcões que atuam nas bases militares americanas, com o embaixador dos Estados Unidos em Honduras, um cubano de nascimento, que já havia atuado em serviços sujos antes, nas Filipinas, Iugoslávia e Venezuela. As reuniões preparatórias ao golpe aconteceram na embaixada americana. E pior, sem fazer parte da política do pentágono de Obama.
Quais são os objetivos do golpe? Primeiro freiar o avanço da integração da ALBA, que já tinha Nicarágua, Honduras e com a vitória da FMLN em El salvador, teria a hegemonia em todo istmo centro-americano. Segundo, freiar a hegemonia política da Venezuela na região e a liderança e influencia do Presidente Chavez. Terceiro, colocar um muro de contenção militar, na américa latina, como forma de recompor o poder perdido com o desmonte da base de manta. Daí também seu deslocamente para Colômbia. E daí também, terem acionado o governo marionete de Ulribe, para que ao mesmo tempo voltasse a fazer provocações contra o Equador e contra Venenzuela, insinuando de novo, que tanto os governos locais tem ligações com a FARC.
E quarto objetivo, imporiam limites às mudanças da política internacional do Presidente Obama, desmoralizando-o perante a comunidade latino-americana.
E assim, completaria a estratégia das forças do capital e da direita imperial. Controlariam os paises da américa central e caribe, por manu militar e por influências em governos conservadores. E na América do sul, exerceriam sua influência através dos investimentos, empresas transnacionais e o dólar.
Opor-se e derrotar o golpe militar em Honduras é uma necessidade de todas as forças populares e progressistas que anseiam mudanças no continente. A derrota do povo hondurenho seria uma derrota para todo latino-americano, pois recoloca uma nova correlação de forças na região. Por isso, toda solidariedade e mobilização de apoio a resistência hondurenha, é necessária e urgente.
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