Após acordo com a direção nacional do PT, partidários encerram greve de fome

20/06/2010
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Petistas maranhenses não serão mais obrigados a apoiar a reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB)
 
Depois de sete dias sem se alimentarem, Manoel da Conceição, um dos fundadores do PT nacional, e o deputado Domingos Dutra (PT-MA) encerraram a greve de fome que faziam desde o dia 11 em protesto contra a determinação da direção nacional do PT de apoiar a candidatura de Roseana Sarney (PMDB) para o governo do Maranhão.
 
A ordem da direção do partido anulava a decisão do diretório estadual em favor da candidatura do deputado Flávio Dino (PC do B) para o cargo. Com o acordo firmado na última sexta-feira (18), a ala petista maranhense, liderada por Dutra, que é contrária à reeleição de Roseana Sarney poderá manter o apoio à candidatura de Dino.
 
O acordo foi estabelecido com Fernando Ferro (PE), líder do PT na Câmara dos Deputados, onde os dois petistas realizavam seu protesto, e o deputado Geraldo Magela (PT-DF).
 
Manoel da Conceição e o deputado Domingos Dutra tiveram que ser socorridos, no dia 18, pelo serviço médico da Câmara, após passarem mal. Dutra recebeu soro e foi levado à sua casa para continuar o tratamento até que sua saúde seja reestabelecida.
 
Já Conceição, de 75 anos, teve que ser levado ao Hospital do Coração para a realização de exames e onde ficará internado para se recuperar da desnutrição e desidratação. O fundador do PT chegou a suspender a greve de fome por 24 horas, no dia 15, após passar mal. Retornou no dia 17 ao plenário da Câmara para prosseguir o protesto ao lado do companheiro de partido.
 
Mandato de segurança
 
Filiados e dirigentes do PT do Maranhão ajuizaram, no dia 17, um mandato de segurança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação da decisão da direção nacional do PT de apoiar Roseana Sarney.
 
De acordo com os signatários da ação, entre eles Conceição e Dutra, o apoio à candidatura de Flávio Dino ao governo do estado foi firmado no encontro partidário local, realizado nos dias 26 e 27 de março, que decidiu pela coligação do PT com o PSB e o Pc do B no Maranhão.
 
À época, a direção nacional do PT, segundo eles, não pediu a nulidade da deliberação regional nem promoveu uma intervenção formal. E, agora, “resolveu ignorar a deliberação da instância regional e aprovar uma coligação estadual majoritária”.
 
O pedido de mandato de segurança também alega que a imposição foi abusiva e ilegal, desconsiderando as previsões das leis e dos estatutos do PT. Segundo o documento, trata-se de “uma lesão nítida, direta e frontal a direitos subjetivos de seus filiados que, diante da decisão, estão impossibilitados de obter legenda para concorrer nas próximas eleições, na coligação legitimamente deliberada”.
 
Apesar do acordo firmado no dia 18, o pedido de mandato de segurança ainda será julgado pelo TSE. O relator é o ministro Hamilton Carval
 
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