Destruição semiótica
04/08/2012
- Opinión
Este é um texto que se apóia no uso das aspas [“ ”]. Todavia, elas foram empregadas em muitas passagens para citações não-literais. Foi uma providência para o intento de reproduzir as idéias-força que são marteladas a respeito do julgamento do chamado “escândalo do mensalão” na rádio, televisão, jornal, revista, twiter, facebook e em toda a gama imaginável de meios de comunicação.
Uma bem sincronizada e eficiente aliança entre a direita, os meios de comunicação e altos setores jurídicos desatou a mais violenta batalha político-ideológica que se tem notícia nos “121 anos da história do STF na República” [superlativo que frequentou vários jornais]. É, fora de dúvidas, a mais espetacular operação jurídico-midiática que se tem conhecimento.
O objetivo é evidente: condenar previamente os acusados do citado “escândalo” perante a sociedade e ambientar o julgamento no STF encorajando a decisão condenatória dos juízes da Corte. O Tribunal, neste caso, seria apenas a instância legitimadora da sentença “publicamente” proferida pela imprensa – monopolizada, no Brasil, por não mais que dois pares de famílias e um punhado de igrejas.
O processo judicial foi trasladado da esfera jurídica para o universo da dramaturgia, da representação, da construção simbólica. Promovem uma novelização farsesca da realidade e editorializam uma visão justiceira. Agendam o tema a partir do enquadramento do Procurador Geral da República [o mesmo que retardou as investigações sobre Demóstenes Torres]: como “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Anteciparam o horário eleitoral de uma eleição que será longo e tremendamente desigual.
O exagero da acusação é evidente. Só possível com a amnésia ideológica do Procurador Geral da República, que esquece muitos escândalos do Brasil patrimonialista, especialmente “os mais atrevidos e escandalosos esquemas de corrupção” das privatizações do tucanato, que fizeram surgir os novos milionários que nunca foram molestados pelo Ministério Público. É conhecido que alguns do PT cometeram o equívoco de reproduzir os mecanismos de arrecadação para campanhas eleitorais concebidos no falido sistema político brasileiro - o financiamento privado e o caixa paralelo das campanhas são ingredientes perniciosos deste sistema. Mas acusar os ex-dirigentes do PT por formação de quadrilha e por crime organizado é absolutamente desproporcional e descabido. E tratar os réus como bando de criminosos e bandidos denota mais raiva que realidade.
Assim como em 2005, para a direita brasileira de todos os matizes – da convencional à facista – o julgamento do STF é nova oportunidade para dar vazão ao seu animus golpista. Como esquecer que, no pico da excitação triunfante naquela época, chegaram a exultar o extermínio “da raça petista”?!
Massacre em capas e reportagens
Uma bem sincronizada e eficiente aliança entre a direita, os meios de comunicação e altos setores jurídicos desatou a mais violenta batalha político-ideológica que se tem notícia nos “121 anos da história do STF na República” [superlativo que frequentou vários jornais]. É, fora de dúvidas, a mais espetacular operação jurídico-midiática que se tem conhecimento.
O objetivo é evidente: condenar previamente os acusados do citado “escândalo” perante a sociedade e ambientar o julgamento no STF encorajando a decisão condenatória dos juízes da Corte. O Tribunal, neste caso, seria apenas a instância legitimadora da sentença “publicamente” proferida pela imprensa – monopolizada, no Brasil, por não mais que dois pares de famílias e um punhado de igrejas.
O processo judicial foi trasladado da esfera jurídica para o universo da dramaturgia, da representação, da construção simbólica. Promovem uma novelização farsesca da realidade e editorializam uma visão justiceira. Agendam o tema a partir do enquadramento do Procurador Geral da República [o mesmo que retardou as investigações sobre Demóstenes Torres]: como “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Anteciparam o horário eleitoral de uma eleição que será longo e tremendamente desigual.
O exagero da acusação é evidente. Só possível com a amnésia ideológica do Procurador Geral da República, que esquece muitos escândalos do Brasil patrimonialista, especialmente “os mais atrevidos e escandalosos esquemas de corrupção” das privatizações do tucanato, que fizeram surgir os novos milionários que nunca foram molestados pelo Ministério Público. É conhecido que alguns do PT cometeram o equívoco de reproduzir os mecanismos de arrecadação para campanhas eleitorais concebidos no falido sistema político brasileiro - o financiamento privado e o caixa paralelo das campanhas são ingredientes perniciosos deste sistema. Mas acusar os ex-dirigentes do PT por formação de quadrilha e por crime organizado é absolutamente desproporcional e descabido. E tratar os réus como bando de criminosos e bandidos denota mais raiva que realidade.
Assim como em 2005, para a direita brasileira de todos os matizes – da convencional à facista – o julgamento do STF é nova oportunidade para dar vazão ao seu animus golpista. Como esquecer que, no pico da excitação triunfante naquela época, chegaram a exultar o extermínio “da raça petista”?!
Massacre em capas e reportagens
Nas últimas duas semanas, o assunto foi manchete de capa praticamente todos os dias na FSP, O Globo, Estadão, Correio Brasiliense, Zero Hora e nas edições de Veja, IstoÉ e Época. As capas das revistas, graficamente mais chamativas, estampam imagens incriminadoras do PT e dos seus ex-dirigentes. Uma delas ofende o Estado democrático de direito exibindo uma gravata vermelha em forma de forca com nomes de acusados no centro da forca – uma alusão à pena de morte e ao enforcamento.
Nas reportagens a objetividade, a sobriedade e a pluralidade jornalísticas são substituídas por libelos acusatórios, inquisitoriais. Esta postura remonta aos tempos de um jornalismo partidário, característica do século XIX no Brasil. Há nesta cobertura uma posição política situada, onde se expressa o interesse de uma parte na disputa, mesmo que não demonstre um alinhamento partidário explícito. Destituídas de qualquer fundamentação, as matérias funcionam como atrativos sensacionalistas que pretendem reter a atenção do público para o espetacular BBB que acaba de começar. Ali são lidas barbaridades que só seriam concebíveis em tablóides propagandísticos dos regimes totalitários de Stalin, Hitler, Franco, Mussolini.
O PT, Zé Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares são exibidos como os grandes troféus de uma caçada moralizadora, mesmo que somente 6 dos 36 réus tenham vínculos com o PT. Nem Obama espetacularizou a caçada e a morte de Bin Laden como setores da imprensa brasileira espetacularizam a caçada ao PT e aos seus ex-dirigentes. Criam uma atmosfera eletrizante em torno do “escândalo”, incutindo a idéia subjacente de que o Brasil está tendo, finalmente, o almejado encontro épico com sua razão moral.
Os profissionais da dramaturgia
Nas reportagens a objetividade, a sobriedade e a pluralidade jornalísticas são substituídas por libelos acusatórios, inquisitoriais. Esta postura remonta aos tempos de um jornalismo partidário, característica do século XIX no Brasil. Há nesta cobertura uma posição política situada, onde se expressa o interesse de uma parte na disputa, mesmo que não demonstre um alinhamento partidário explícito. Destituídas de qualquer fundamentação, as matérias funcionam como atrativos sensacionalistas que pretendem reter a atenção do público para o espetacular BBB que acaba de começar. Ali são lidas barbaridades que só seriam concebíveis em tablóides propagandísticos dos regimes totalitários de Stalin, Hitler, Franco, Mussolini.
O PT, Zé Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares são exibidos como os grandes troféus de uma caçada moralizadora, mesmo que somente 6 dos 36 réus tenham vínculos com o PT. Nem Obama espetacularizou a caçada e a morte de Bin Laden como setores da imprensa brasileira espetacularizam a caçada ao PT e aos seus ex-dirigentes. Criam uma atmosfera eletrizante em torno do “escândalo”, incutindo a idéia subjacente de que o Brasil está tendo, finalmente, o almejado encontro épico com sua razão moral.
Os profissionais da dramaturgia
A partir da segunda-feira 30/07 o espetáculo agregou sofisticação. O Jornal Nacional entrou no campo dessa batalha político-ideológica como a arma mais poderosa e de enorme poder destrutivo. Entre a segunda feira 30/07 e a quarta-feira 01/08, foram 27 minutos de reportagens sobre o assunto. Em termos de televisão, isso tem o efeito de uma bomba de Hiroshima.
O Jornal Nacional condensou os elementos-chave do bombardeio, ordenou logicamente os [pré]conceitos repetidos pelo Procurador Geral da República e por determinado juiz militante do STF e assim produziu o enredo novelesco com um fundo musical intrigante, imagens e recursos gráficos muito sugestivos.
Nessas edições, o Jornal Nacional levou à sala de jantar dos brasileiros uma atualização do “escândalo do mensalão”. Serviu um banquete completo: rememorou os fatos, ressuscitou episódios de 2005, deu voz aos acusadores, atribuiu culpas, tipificou os crimes, julgou e, finalmente, condenou os implicados. Detalhe: o Jornal Nacional “proferiu sentença” exclusivamente contra Zé Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares – a maioria dos outros 33 réus, vinculados a outros partidos e a empresas, sequer foram mencionados, como se fosse um julgamento exclusivo do PT.
A emissora simulou fazer uma “cobertura técnica” com o registro de detalhes, ritos e procedimentos do julgamento. Mas ficou patente a abordagem faccional com reportagens condenatórias dos ex-dirigentes do PT, tratados como párias e criminosos. Segundo o Jornal Nacional, os “condenados” cometeram crimes graves, que requerem uma condenação sumária e exemplar. O devido processo legal e o direito à defesa parecem ser, para eles, tão desprezível como a pluralidade informativa. A cobertura do chamado “escândalo do mensalão” é uma demonstração de que a “neutralidade jornalística” é um mito.
Se alguém duvida do poder de fogo da Rede Globo, convém relembrar que em 1989 a emissora influenciou o resultado da eleição em favor de Collor depois de manipular grosseiramente o desempenho de Lula no debate final. Em tempos ainda mais remotos, no auge da fase thermidoriana da ditadura civil-militar, no papel de “voz pública” dos opressores [e que ocultava a realidade de terror], ao final de suas edições o Jornal Nacional declarava, com a entonação solene do apresentador Cid Moreira: “brasileiros, nunca fomos tão felizes” [sic]!
O partido principal e os coadjuvantes
O Jornal Nacional condensou os elementos-chave do bombardeio, ordenou logicamente os [pré]conceitos repetidos pelo Procurador Geral da República e por determinado juiz militante do STF e assim produziu o enredo novelesco com um fundo musical intrigante, imagens e recursos gráficos muito sugestivos.
Nessas edições, o Jornal Nacional levou à sala de jantar dos brasileiros uma atualização do “escândalo do mensalão”. Serviu um banquete completo: rememorou os fatos, ressuscitou episódios de 2005, deu voz aos acusadores, atribuiu culpas, tipificou os crimes, julgou e, finalmente, condenou os implicados. Detalhe: o Jornal Nacional “proferiu sentença” exclusivamente contra Zé Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares – a maioria dos outros 33 réus, vinculados a outros partidos e a empresas, sequer foram mencionados, como se fosse um julgamento exclusivo do PT.
A emissora simulou fazer uma “cobertura técnica” com o registro de detalhes, ritos e procedimentos do julgamento. Mas ficou patente a abordagem faccional com reportagens condenatórias dos ex-dirigentes do PT, tratados como párias e criminosos. Segundo o Jornal Nacional, os “condenados” cometeram crimes graves, que requerem uma condenação sumária e exemplar. O devido processo legal e o direito à defesa parecem ser, para eles, tão desprezível como a pluralidade informativa. A cobertura do chamado “escândalo do mensalão” é uma demonstração de que a “neutralidade jornalística” é um mito.
Se alguém duvida do poder de fogo da Rede Globo, convém relembrar que em 1989 a emissora influenciou o resultado da eleição em favor de Collor depois de manipular grosseiramente o desempenho de Lula no debate final. Em tempos ainda mais remotos, no auge da fase thermidoriana da ditadura civil-militar, no papel de “voz pública” dos opressores [e que ocultava a realidade de terror], ao final de suas edições o Jornal Nacional declarava, com a entonação solene do apresentador Cid Moreira: “brasileiros, nunca fomos tão felizes” [sic]!
O partido principal e os coadjuvantes
O PSDB, PPS e DEM se comportam com curioso recatamento neste período. Não precisam se expressar, porque a cobertura da imprensa responde aos seus interesses. Simulam não querer “politizar” o assunto, afinal ele “está na esfera jurídica”, sujeito a um “julgamento técnico e isento”. Momentaneamente atuam no papel cômodo de coadjuvantes, porque na divisão de tarefas a imprensa faz o papel de feroz verdugo do PT.
Em meio ao relativo e deliberado silêncio dos partidos de oposição, se fez notar a manifestação do “magistrado” FHC na terça-feira 31/07, invocando que “o STF precisa ouvir a opinião pública”. Na verdade, ele quis dizer que o STF deve decidir com base na “opinião publicada” pelos meios de comunicação oligárquicos e oligopólicos que martelam as mentes das pessoas com a idéia de justiçamento do PT. É como se o príncipe da sociologia dissesse: - oh, minha horda de bárbaros, façamos justiça com as próprias mãos!
A raiva e o ódio ao PT são sentimentos infundidos pela classe dominante ao longo dos ciclos da história partidária. O chamado “escândalo do mensalão” exarceba este sentimento odioso com especial incandescência. A direita instrumentaliza a batalha político-ideológica contra o PT como a chance de ouro de fazê-lo sangrar e de ferir profundamente os principais pilares de sua construção. A ferocidade da agressão que desferem através da cuidadosa articulação orgânica – entre partidos, mídia e setores jurídicos – são evidências de que disputam algo mais valioso.
Semiologia da agressão
Em meio ao relativo e deliberado silêncio dos partidos de oposição, se fez notar a manifestação do “magistrado” FHC na terça-feira 31/07, invocando que “o STF precisa ouvir a opinião pública”. Na verdade, ele quis dizer que o STF deve decidir com base na “opinião publicada” pelos meios de comunicação oligárquicos e oligopólicos que martelam as mentes das pessoas com a idéia de justiçamento do PT. É como se o príncipe da sociologia dissesse: - oh, minha horda de bárbaros, façamos justiça com as próprias mãos!
A raiva e o ódio ao PT são sentimentos infundidos pela classe dominante ao longo dos ciclos da história partidária. O chamado “escândalo do mensalão” exarceba este sentimento odioso com especial incandescência. A direita instrumentaliza a batalha político-ideológica contra o PT como a chance de ouro de fazê-lo sangrar e de ferir profundamente os principais pilares de sua construção. A ferocidade da agressão que desferem através da cuidadosa articulação orgânica – entre partidos, mídia e setores jurídicos – são evidências de que disputam algo mais valioso.
Semiologia da agressão
A idéia nada inocente, impregnada no senso comum, de que “nem o PT se salvou”, opera como o código mágico que iguala o PT aos outros Partidos. Afinal, todos são iguais, indistinguíveis. Por esse raciocínio, o único a perder é o PT, que enfraquece sua identidade com o povo como um vetor de mudanças.
O justiçamento do Zé Dirceu, do José Genoino e do Delúbio interessa não como critério de Justiça, mas como elemento desmoralizante do PT e de dilapidação do patrimônio ético do Partido. As oligarquias – midiáticas, empresariais e políticas - aprenderam em 2005 que não é simples e fácil exterminar “a raça petista”, então focam sua estratégia em danar profundamente a imagem do PT. Pretendem destruí-lo enquanto utopia, enquanto esperança e como alternativa democrática e socialista ao capitalismo.
O julgamento do mensalão poderá trazer danos eleitorais imediatos ao PT, mas o principal interesse nesta operação não é o imediatismo eleitoral; é o longo prazo. Tatuar o PT com os elementos imanentes à lógica da relação burguesa com o Estado como a corrupção, o aparelhamento e o anti-republicanismo, significa golpear o coração do PT. Nesse jogo de apostas altas, cacifes consideráveis são colocados sobre a mesa. A ponto de uma Excelência que veste a toga do STF atuar partidariamente e colocar em risco o próprio cargo e a imunidade/impunidade correspondente.
No plano simbólico, querem sedimentar a idéia de que o PT é igual a todos os outros. Com isso tentam atribuir verdade ao absurdo autoritário de que não existe direita e esquerda, porque todos fazem parte da ordem e defendem o status quo. Então já não existem alternativas, e se já não existem alternativas, é porque todas as experimentações políticas e ideológicas faliram – e a esquerda junto.
A falência das alternativas à barbárie neoliberal e ao cinismo capitalista é a derrota da utopia, é a derrota do PT e é a derrota da esquerda. Esta é a verdadeira dimensão do empreendimento da direita para atingir a principal referência da esquerda do país. Esta é a disputa pela hegemonia que está sendo encarniçadamente travada. É uma batalha ideológica e cultural, de caráter histórico, de disputa pela alteração da correlação de forças que lança mão de armas muito sofisticadas, que por isso revela a operação semiótica de destruição do PT no imaginário social.
O justiçamento do Zé Dirceu, do José Genoino e do Delúbio interessa não como critério de Justiça, mas como elemento desmoralizante do PT e de dilapidação do patrimônio ético do Partido. As oligarquias – midiáticas, empresariais e políticas - aprenderam em 2005 que não é simples e fácil exterminar “a raça petista”, então focam sua estratégia em danar profundamente a imagem do PT. Pretendem destruí-lo enquanto utopia, enquanto esperança e como alternativa democrática e socialista ao capitalismo.
O julgamento do mensalão poderá trazer danos eleitorais imediatos ao PT, mas o principal interesse nesta operação não é o imediatismo eleitoral; é o longo prazo. Tatuar o PT com os elementos imanentes à lógica da relação burguesa com o Estado como a corrupção, o aparelhamento e o anti-republicanismo, significa golpear o coração do PT. Nesse jogo de apostas altas, cacifes consideráveis são colocados sobre a mesa. A ponto de uma Excelência que veste a toga do STF atuar partidariamente e colocar em risco o próprio cargo e a imunidade/impunidade correspondente.
No plano simbólico, querem sedimentar a idéia de que o PT é igual a todos os outros. Com isso tentam atribuir verdade ao absurdo autoritário de que não existe direita e esquerda, porque todos fazem parte da ordem e defendem o status quo. Então já não existem alternativas, e se já não existem alternativas, é porque todas as experimentações políticas e ideológicas faliram – e a esquerda junto.
A falência das alternativas à barbárie neoliberal e ao cinismo capitalista é a derrota da utopia, é a derrota do PT e é a derrota da esquerda. Esta é a verdadeira dimensão do empreendimento da direita para atingir a principal referência da esquerda do país. Esta é a disputa pela hegemonia que está sendo encarniçadamente travada. É uma batalha ideológica e cultural, de caráter histórico, de disputa pela alteração da correlação de forças que lança mão de armas muito sofisticadas, que por isso revela a operação semiótica de destruição do PT no imaginário social.
- Jeferson Miola foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.
https://www.alainet.org/pt/active/57009?language=en
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