Superman é Deus e Bush o seu profeta
08/11/2004
- Opinión
A primeira observação é simples. Ao ser reeleito o terrorista
George Bush entendeu e entende que ganhou um cheque em branco
para a construção definitiva do IV Reich. A visão que tudo o que
diga respeito à vida humana, inclusive à própria vida, foi
decidido pelo eleitor norte-americano.
O resto não conta. Ou são governos títeres como os da Itália, da
Grã Bretanha, da Colômbia, do Iraque, do Afeganistão e outros
tantos, ou são "eixo do mal".
Forças terroristas que ocupam o Iraque iniciaram um ataque em
massa contra Faluja sob o argumento que ali estão
entrincheirados os resistentes ao processo de reconstrução
democrática do país.
Civis mortos por bombardeios indiscriminados. O aval foi dado
por cidadãos dos EUA.
Uma das análises feitas sobre a reeleição de Bush diz que o
presidente/terrorista venceu no "velho Oeste" e perdeu no Leste.
Nem é tanto a questão geográfica, mas a concepção de mundo. O
Texas e o que gira ao redor do Texas.
Texanos são fanfarrões. John Wayne, principal produto da
ideologia de dominação, em se falando de western, sempre esteve
do lado dos rancheiros bonzinhos, tementes a Deus, cumpridores
da lei, contra os índios, os negros, no pressuposto que a
sociedade se constrói segundo esses critérios determinados por
meia dúzia de pessoas.
Sam Houston quando liderou a campanha pelo que chamou
"libertação" do Texas, era território mexicano, na verdade
defendia os negócios. Via mexicanos como um sub-povo, sub-gente.
Faltava-lhes a capacidade de entender desde o chá das cinco, ao
uísque de milho ou ao hábito de mascar tabaco.
Esse conceito, essa forma de enxergar o resto do mundo não
mudou. Palestinos são "desprezíveis" na concepção texana de uma
ordem mundial. Bush já lamentou a "morte" de Arafat, num gesto
cínico e numa gafe que revela o fato consumado do desejo
transformado em realidade.
O grande problema de Bush começou no dia seguinte ao de sua
reeleição.Sem ter a menor idéia de coisa alguma, só o que lhe é
passado pelo ponto, como no debate.
Acreditar em cheque em branco. E não importa que analistas
estejam afirmando que França e Alemanha, por exemplo, terão que
reconsiderar suas posições. Eleições para medir o que pensa o
resto do mundo mostram que esse resto volta as costas ao terror
norte-americano.
Ao nazismo, ao regime policialesco de mão única.
Os presos de Guantánamo estão sendo julgados por comissões
militares, sem direito a defesa em termos de tribunais normais e
pior, presos por quê? Sem culpa formada. Adversários do deus
Superman.
Incapazes de compreender o caráter "libertário e justo" da
sociedade nos Estados Unidos.
Bush espargindo água benta pelo mundo em forma de bombas.
A vitória de Bush é só a vitória da insanidade. De uma sociedade
de plástico que a moda das antigas oferendas de virgens, oferece
nos altares do mercado a Coca Cola e o McDonalds.
Isso, enquanto rouba petróleo, assegura futuras reservas de
água. Toma conta do negócio das armas. Impõe o modelo político e
econômico.
Resistir é fundamental. Esse vírus que bem se pode chamar de
"choque e pavor" encontra eco na direita organizada e raivosa em
todos os cantos. Seja Uribe, sejam os generais paquistaneses, ou
latifundiários no Brasil e em qualquer parte do mundo.
Tem o controle dos meios de comunicação de massa.
O mundo está diante de um fato consumado.
O Superman é Deus e Bush é o seu profeta.
Ou como no Farenheit original saímos para a luta e preservamos a
vida como tal, ou breve o mundo terá os mesmos contornos dos
filmes de ficção que tratam de um suposto pós-guerra nuclear.
O mundo do profeta Bush é o padrão Mad Max e a sede do terror é
o território dos EUA e suas extensões. Tanto pode ser Israel, a
Grã Bretanha, a Colômbia, ou Paquistão.
O resto é um deserto onde corpos de afegãos, iraquianos,
colombianos, palestinos se decompõem na barbárie da "justiça
infinita". A África em franco processo de desumanização.
No conceito dele, Bush e aí o terror, não existe vida fora do
que ensina o Superman/mercado.
https://www.alainet.org/pt/active/7071
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