Remessa de lucros e dividendos: setores e a dinâmica econômica brasileira
03/07/2014
- Opinión
A remessa de lucros e dividendos das empresas estrangeiras instaladas no país atingiu, nos últimos oito anos, o volume de US$ 171,3 bilhões. Essa quantia representa um expressivo peso nas contas externas do país1, na medida em que, ao elevar o déficit da balança de transações correntes, faz aumentar a dependência do país de capitais estrangeiros, produtivos ou especulativos, necessários para fechar as contas externas.
Depois de cinco anos de saldos positivos (2003-2007) em razão de um cenário externo favorável, o país voltou a colecionar déficits na balança de transações correntes, e uma das principais razões para isso é o elevado volume de remessas de lucros das empresas estrangeiras para as matrizes. Em 2008, por exemplo, as remessas de lucros e dividendos representaram 95% do déficit nas transações correntes do Brasil com o exterior. Esses percentuais vêm diminuindo, mas ainda são consideráveis: 77% em 2009, 51% em 2010, 55% em 2011, 40% em 2012 e 30% em 2013.
Entre 2006 e 2013, os recursos transferidos para o exterior a título de remessa de lucros e dividendos, realizados por empresas estrangeiras aqui estabelecidas, mais que dobraram, acumulando um crescimento de 107%. Números tão elevados tornam obrigatório um estudo com mais profundidade sobre as razões pelas quais o país remete para o exterior tão expressivo volume de recursos. São apontadas, a seguir, razões determinantes para essa situação:
Nota Técnica, Número 137 - Junho de 2014
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