Marina representa a perda de direitos
03/09/2014
- Opinión
A proposta da presidente Dilma Rousseff para o Brasil é clara e há doze anos segue firme e inabalável, apesar das críticas do mercado, banqueiros e especuladores. Dilma prioriza geração de emprego, distribuição de renda, desenvolvimento com justiça social e melhoria de vida para a sociedade.
Já Marina Silva, que virou candidata à sucessão presidencial pelo PSB, defende o estado mínimo – mínimo para a classe trabalhadora, claro. Pelas suas ligações com os 5% mais ricos do País, com certeza para eles o estado será máximo.
Esse é o conceito torto de sociedade de Marina. Para ela, não há diferença entre um empresário e um trabalhador. A candidata ignora que existem classes sociais com interesses distintos e incompatíveis Falou em um debate que Neca Setubal, herdeira do Itaú, é tão elite quanto Chico Mendes. Diz que existem apenas pessoas boas e pessoas más. Age como se fosse ungida pelo poder divino para fazer essa escolha abstrata e irracional.
É importante lembrar sempre que, mesmo sendo governos de coalizão, as gestões do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma abriram as portas para o empoderamento da classe trabalhadora. Por meio do diálogo, negociação e pressão para obrigar o Congresso Nacional aprovar as propostas de interesse da classe trabalhadora, conquistamos avanços históricos.
Entre tantos avanços, conquistamos a política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, geração de mais de 20 milhões de empregos, instituição do sistema de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, Vale Cultura, adicional de periculosidade para os vigilantes, isenção de IR até o limite de R$ 6 mil a PLR, aprovação da Emenda Constitucional que estende aos empregados domésticos os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos e da que expropria propriedades urbanas e rurais onde for encontrado trabalho escravo ou análogo a escravidão – só essas leis e a ampliação da fiscalização garantiram a formalização de milhões de empregos e contribuíram para a melhoria na distribuição da renda.
São conquistas que os conservadores de parte da mídia e do empresariado não engolem e há doze anos tentam barrar ou impedir que continuem. A judicialização da política é parte ativa desta tática de desconstrução, de desqualificação, atacando o direito de greve, a liberdade sindical, entre tantas outras ações. Querem enfraquecer a nossa luta pela transformação social.
Mas a população tem entendido que o projeto político de Lula e Dilma é correto. É como disse Dilma terça-feira no ABC, “o que nos diferencia dos outros candidatos é que nós colocamos as pessoas no centro das nossas preocupações. Temos compromisso com a criação de melhores oportunidades de trabalho e emprego. Eles propõem medidas de arrocho salarial”.
O fato de Marina ter entrado na campanha aliada aos conservadores representa para a direita raivosa a possibilidade de acabar com conquistas e ampliação de direitos. Essa direita não engole as conquistas dos/as trabalhadores/as e da sociedade. Até agora, vejam só, não suportam o fato de podermos andar no mesmo avião que eles. Querem de qualquer jeito ter no Palácio do Planalto a mais legítima representante do conservadorismo brasileiro que escolheu como coordenadora do seu programa de governo a amiga, herdeira do Itaú, um dos bancos que mais demitem trabalhadores no País.
Todas as falas de Marina indicam que ela mudou de lado. E por oportunismo, muda de opinião a qualquer momento em relação a qualquer compromisso que tenha assumido anteriormente. A gente não sabe qual é a palavra de Marina que vale.
Ela disse em um debate que não iria explorar o pré-sal. Isso significa que não vai gerar empregos de qualidade, não vai aumentar os investimentos em saúde e educação. Foi bombardeada pelos trabalhadores e dias depois voltou atrás desdizendo o que havia afirmado em rede nacional.
Marina é contra os direitos individuais pelos quais tanto brigamos para conquistar. Em menos de 24 horas ela se comprometeu com a comunidade LGBTs – apoiar institucionalmente o casamento homoafetivo e combater a homofobia – e voltou atrás, substituindo o texto do seu programa de governo ao ser criticada no Twitter pelo pastor Silas Malafaia.
O programa de governo de Marina prevê um Estado menor, a redução do papel dos bancos públicos o que significa menos financiamento, juros altos, uma participação maior dos bancos privados na economia. O que ela pretende, dar poder ao banco Itaú que a apoia e financia?
Marina defende a autonomia do Banco Central em mais um gesto que atende apenas os interesses dos banqueiros que teriam, neste caso, um poder paralelo com víeis conservador extremamente prejudicial à classe trabalhadora.
Marina é a favor da terceirização e precarização do trabalho, como está escrito na página 75 do seu programa de governo: “…terceirização de atividades leva a maior especialização produtiva,a maior divisão do trabalho e, consequentemente, a maior produtividade das empresas... .”
Marina é a maior representante da turma da negação da política, tática conservadora para afastar das decisões, da briga política, a sociedade civil organizada que luta por um país mais justo e igualitário. Ela não se importa com os partidos, com a política organizada pela sociedade, com o coletivo. Isso é despolitização que coloca em risco a democracia. A sociedade tem de ser viva, ativa, participante. Não admitimos que ninguém apenas mande e decida pela gente. Não precisamos de messianismo.
A candidata não tem absolutamente nada de novo, já foi vereadora, deputada estadual e senadora pelo PT, já disputou e perdeu a eleição presidencial de 2010 pelo PV, tentou criar um partido – Rede Sustentabilidade -, não conseguiu, se filiou ao PSB e virou vice de Eduardo Campos, morto tragicamente em um acidente aéreo no meio da campanha. Ela nega o seu passado político e social.
O que é novo em Marina? Com certeza não é o programa de governo que até os analistas do Citi consideraram “economicamente conservador e socialmente liberal” e, o pior, favorável aos bancos privados e a concessionárias de infraestrutura, mas negativo para a indústria.
Quem representa o novo na política é Dilma, que abriu as portas do Palácio do Planalto, liderou o diálogo social e enfrentou os conservadores propondo mais participação popular dos movimentos sociais e sindical, ampliou as políticas públicas criadas por Lula e acabou com a fome e a miséria. Ninguém fez nem faz isso no mundo.
Novo é gerar 21 milhões de empregos, garantir aumento real de mais de 70% no salário mínimo, retirar mais de 36 milhões de pessoas da miséria e promover 42 milhões de pessoas à classe média - com inflação dentro da meta, dívida pública em queda, reservas internacionais sólidas e crescente protagonismo no cenário mundial.
Novo é combater as desigualdades regionais no Brasil, invertendo a lógica dos conservadores, descentralizando e ampliando investimentos em regiões como o Norte e o Nordeste, que receberam mais de R$ 125 bilhões de reais, aumentaram o acesso à saúde e a educação, geraram mais de 130 mil empregos e cresceram a ritmo chinês durante vários anos.
Novo é o projeto de governo democrático e popular que nós vamos manter no Palácio do Planalto. Vamos reeleger Dilma para ampliar as conquistas para a classe trabalhadora e para a sociedade e consolidar a democracia brasileira.
Sem aventuras, sem bancos no comando da economia, sem interferências de entidades internacionais nos rumos do Brasil.
- Vagner Freitas é presidente nacional da CUT.
Já Marina Silva, que virou candidata à sucessão presidencial pelo PSB, defende o estado mínimo – mínimo para a classe trabalhadora, claro. Pelas suas ligações com os 5% mais ricos do País, com certeza para eles o estado será máximo.
Esse é o conceito torto de sociedade de Marina. Para ela, não há diferença entre um empresário e um trabalhador. A candidata ignora que existem classes sociais com interesses distintos e incompatíveis Falou em um debate que Neca Setubal, herdeira do Itaú, é tão elite quanto Chico Mendes. Diz que existem apenas pessoas boas e pessoas más. Age como se fosse ungida pelo poder divino para fazer essa escolha abstrata e irracional.
É importante lembrar sempre que, mesmo sendo governos de coalizão, as gestões do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma abriram as portas para o empoderamento da classe trabalhadora. Por meio do diálogo, negociação e pressão para obrigar o Congresso Nacional aprovar as propostas de interesse da classe trabalhadora, conquistamos avanços históricos.
Entre tantos avanços, conquistamos a política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, geração de mais de 20 milhões de empregos, instituição do sistema de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, Vale Cultura, adicional de periculosidade para os vigilantes, isenção de IR até o limite de R$ 6 mil a PLR, aprovação da Emenda Constitucional que estende aos empregados domésticos os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos e da que expropria propriedades urbanas e rurais onde for encontrado trabalho escravo ou análogo a escravidão – só essas leis e a ampliação da fiscalização garantiram a formalização de milhões de empregos e contribuíram para a melhoria na distribuição da renda.
São conquistas que os conservadores de parte da mídia e do empresariado não engolem e há doze anos tentam barrar ou impedir que continuem. A judicialização da política é parte ativa desta tática de desconstrução, de desqualificação, atacando o direito de greve, a liberdade sindical, entre tantas outras ações. Querem enfraquecer a nossa luta pela transformação social.
Mas a população tem entendido que o projeto político de Lula e Dilma é correto. É como disse Dilma terça-feira no ABC, “o que nos diferencia dos outros candidatos é que nós colocamos as pessoas no centro das nossas preocupações. Temos compromisso com a criação de melhores oportunidades de trabalho e emprego. Eles propõem medidas de arrocho salarial”.
O fato de Marina ter entrado na campanha aliada aos conservadores representa para a direita raivosa a possibilidade de acabar com conquistas e ampliação de direitos. Essa direita não engole as conquistas dos/as trabalhadores/as e da sociedade. Até agora, vejam só, não suportam o fato de podermos andar no mesmo avião que eles. Querem de qualquer jeito ter no Palácio do Planalto a mais legítima representante do conservadorismo brasileiro que escolheu como coordenadora do seu programa de governo a amiga, herdeira do Itaú, um dos bancos que mais demitem trabalhadores no País.
Todas as falas de Marina indicam que ela mudou de lado. E por oportunismo, muda de opinião a qualquer momento em relação a qualquer compromisso que tenha assumido anteriormente. A gente não sabe qual é a palavra de Marina que vale.
Ela disse em um debate que não iria explorar o pré-sal. Isso significa que não vai gerar empregos de qualidade, não vai aumentar os investimentos em saúde e educação. Foi bombardeada pelos trabalhadores e dias depois voltou atrás desdizendo o que havia afirmado em rede nacional.
Marina é contra os direitos individuais pelos quais tanto brigamos para conquistar. Em menos de 24 horas ela se comprometeu com a comunidade LGBTs – apoiar institucionalmente o casamento homoafetivo e combater a homofobia – e voltou atrás, substituindo o texto do seu programa de governo ao ser criticada no Twitter pelo pastor Silas Malafaia.
O programa de governo de Marina prevê um Estado menor, a redução do papel dos bancos públicos o que significa menos financiamento, juros altos, uma participação maior dos bancos privados na economia. O que ela pretende, dar poder ao banco Itaú que a apoia e financia?
Marina defende a autonomia do Banco Central em mais um gesto que atende apenas os interesses dos banqueiros que teriam, neste caso, um poder paralelo com víeis conservador extremamente prejudicial à classe trabalhadora.
Marina é a favor da terceirização e precarização do trabalho, como está escrito na página 75 do seu programa de governo: “…terceirização de atividades leva a maior especialização produtiva,a maior divisão do trabalho e, consequentemente, a maior produtividade das empresas... .”
Marina é a maior representante da turma da negação da política, tática conservadora para afastar das decisões, da briga política, a sociedade civil organizada que luta por um país mais justo e igualitário. Ela não se importa com os partidos, com a política organizada pela sociedade, com o coletivo. Isso é despolitização que coloca em risco a democracia. A sociedade tem de ser viva, ativa, participante. Não admitimos que ninguém apenas mande e decida pela gente. Não precisamos de messianismo.
A candidata não tem absolutamente nada de novo, já foi vereadora, deputada estadual e senadora pelo PT, já disputou e perdeu a eleição presidencial de 2010 pelo PV, tentou criar um partido – Rede Sustentabilidade -, não conseguiu, se filiou ao PSB e virou vice de Eduardo Campos, morto tragicamente em um acidente aéreo no meio da campanha. Ela nega o seu passado político e social.
O que é novo em Marina? Com certeza não é o programa de governo que até os analistas do Citi consideraram “economicamente conservador e socialmente liberal” e, o pior, favorável aos bancos privados e a concessionárias de infraestrutura, mas negativo para a indústria.
Quem representa o novo na política é Dilma, que abriu as portas do Palácio do Planalto, liderou o diálogo social e enfrentou os conservadores propondo mais participação popular dos movimentos sociais e sindical, ampliou as políticas públicas criadas por Lula e acabou com a fome e a miséria. Ninguém fez nem faz isso no mundo.
Novo é gerar 21 milhões de empregos, garantir aumento real de mais de 70% no salário mínimo, retirar mais de 36 milhões de pessoas da miséria e promover 42 milhões de pessoas à classe média - com inflação dentro da meta, dívida pública em queda, reservas internacionais sólidas e crescente protagonismo no cenário mundial.
Novo é combater as desigualdades regionais no Brasil, invertendo a lógica dos conservadores, descentralizando e ampliando investimentos em regiões como o Norte e o Nordeste, que receberam mais de R$ 125 bilhões de reais, aumentaram o acesso à saúde e a educação, geraram mais de 130 mil empregos e cresceram a ritmo chinês durante vários anos.
Novo é o projeto de governo democrático e popular que nós vamos manter no Palácio do Planalto. Vamos reeleger Dilma para ampliar as conquistas para a classe trabalhadora e para a sociedade e consolidar a democracia brasileira.
Sem aventuras, sem bancos no comando da economia, sem interferências de entidades internacionais nos rumos do Brasil.
- Vagner Freitas é presidente nacional da CUT.
4 de setembro de 2014
https://www.alainet.org/pt/articulo/103016
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