Plebiscito Popular atrai público acima da expectativa em Paris

04/09/2014
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Integrantes do movimento em favor da convocação de uma Assembleia Constituinte colhem o voto de brasileiros, em Paris
 
O Correio do Brasil esteve, nesta quinta-feira, em frente à representação diplomática do país, nesta capital, para medir a temperatura da mobilização da comunidade brasileira em torno do Plebiscito Popular por uma Assembleia Constituinte. Desde segunda-feira até domingo, no feriado brasileiro de 7 de Setembro, sabe-se que todos os nacionais foram chamado a se manifestar, com base no princípio de que “o poder emana do povo”.
 
Decide-se por uma Assembleia Constituinte Exclusiva para se fazer a reforma político-eleitoral. Tal convocatória representa uma oportunidade em que o povo brasileiro, em urnas abertas espontaneamente pela sociedade civil em sindicatos, escolas, prefeituras, câmaras, praças e nos mais variados locais, poderá se manifestar diante desse tema que, infelizmente, o Congresso Nacional recusa-se a tratar há duas décadas, no mínimo. Mesmo sabendo que o voto online é a melhor solução, para os organizadores da Constituinte, em Paris, é importante ter o contato direto com a comunidade brasileira, por esta razão eles colocaram uma urna na calçada do Consulado Geral do Brasil em Paris (no número 65, da Avenue Franklin Roosevelt, 75008), após uma tentativa vã de obter permissão para usar uma sala do prédio público.
 
O comitê organizador de Paris reúne 17 pessoas, na maioria jovens estudantes que vêm fazer mestrado, doutorado, pós-doutorado aqui na França. Há também militantes ligados aos partidos de esquerda e movimentos sociais como o PT e o PSOL. O CdB conversou com três militantes da organização: Carla Sanfelici, Franciele e Francine Legelski. Elas dizem que a discussão sobre a Constituinte Exclusiva para a reforma política é a ocasião certa para explicar aos brasileiros que vivem em Paris o modo de funcionamento do Legislativo brasileiro é a melhor forma de democratizar as instituições da República.
 
Segundo Carla Sanfelici, a Constituinte Exclusiva é a melhor solução para evitar alianças escabrosas aos governos de coalizão, feitos para garantir certa governabilidade. Como afirmaram, este é o melhor momento para fazer pressão, tendo em vista as eleições presidenciais. Os militantes na campanha pela Costituinte, aqui em Paris, previam que o número de votantes seria em torno de 150 pessoas, mas o objetivo até domingo foi cumprido ao longo desta quinta-feira. O fato revigorou a mobilização e eles esperam que, no Brasil, a campanha seja também intensa e vitoriosa.
 
O comitê vai aproveitar festival Lavage de La Madeleine – Marché Brésilién (na Place de la Madeleine), nesta sexta-feira e no sábado, à partir das 13 horas, para buscar o voto dos brasileiros. Os organizadores também estarão presentes no Grand Defilé Lavage de La Madeleine (na Place de la République), no domingo, a partir das 11h, e em seguida na Église de la Madeleine, a partir das 15h30. Essa manifestação é o maior evento brasileiro em Paris.
 
 
A comunidade brasileira está mobilizada, em Paris, para grandes questões sociais, como a convocação para uma Assembleia Constituinte pela Reforma Política
 
Outro local em que os brasileiros podem votar:
 
Studio de l’Ermitage (8 rue de l’ermitage – 75020) Dia 6/9, sábado a partir das 20h.
(Os militantes pela Constituição estarão presentes também no templo Evangélico Pão da Vida e na Igreja Católica Sacré-Coeur).
 
Ao perceber que haveria urnas nas igrejas, uma evangélica e outra católica, o CdB perguntou, de modo provocativo, se esta igreja era a mesma da candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade). Os organizadores foram uníssonos em afirmar que “não!”. Trata-se de uma igreja que defende os homossexuais e a liberdade de expressão. E que nenhum deles concordava com Marina. Trata-se, segundo afirmaram, de uma igreja aberta às pautas que Marina condena.
 
Carla Sanfelici disse, então, que a igreja à qual a candidata Marina está ligada, e nem a própria Marina, declararam-se oficialmente a favor do Plebiscito Popular, enquanto a presidenta Dilma Rousself apóia e já declarou que irá votar por uma Assembleia Constituinte Exclusiva. Assim como a Luciana Genro. Segundo Francine Legelski a presidenta e candidata do PT sairia ganhando se declarasse, desde agora, ser favorável a uma nova Constituição.
 
Segundo os organizadores, uma vez realizada a Constituinte pela Reforma Política, as eleições deixarão de ser centradas em pessoas e passarão a ser um debate de ideias e de programas políticos, o que fortalece a sociedade brasileira, com um verdadeiro sentido ao sistema democrático.
 
Marilza de Melo Foucher é economista, jornalista e correspondente do Correio do Brasil em Paris.
 
 
https://www.alainet.org/pt/articulo/103067
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