Israel, estado terrorista
14/09/2003
- Opinión
Imaginem se o vice-presidente da Venezuela, José Vicente
Rangel, declarasse que "o assassinato do presidente dos EUA,
George Bush, é um possibilidade", pelo papel que joga nas
sucessivas tentativas de desestabilização e até mesmo de
golpe militar contra o presidente Hugo Chavez, enquanto um
dos mais importantes jornais do país, identificado com o
governo – se o houvesse – propusesse explicitamente o
assassinato do primeiro mandatário dos EUA?
Independente de não ter razões de uma proposta tão drástica,
Rangel poderia acusar o presidente norte-americano é
corresponsável pelos planos dos que tentam derruba-lo, o que
provocaria uma chacina contra as organizações populares
venezuelanas e jogaria o país num caos semelhante ao
existente no Iraque atualmente.
Caso isso acontecesse, o governo dos EUA preparariam
imediatamente tropas invadir para a Venezuela, alegando se
tratar de um Estado terrorista, que colocaria em risco a
segurança dos EUA. Outros Estados, menos radicais,
imediatamente pediriam sanções drásticas para o governo
venezuelano e proporiam que Hugo Chave fosse acusado de
terrorismo no Tribunal Penal Internacional.
O vice-primeiro ministro de Israel afirmou que "o assassinato
de Yasser Arafat é uma possibilidade". O "Jerusalem Post", em
editorial de 10 de setembro deste ano, escreve: "O mundo não
irá nos ajudar; nós precisamos ajudar-nos a nós mesmos.
Precisamos matar tantos líderes do Hamas e do Jihad quanto
possível, o mais rapidamente possível, enquanto minimizamos
os danos colaterais, mas não deixando que esse que esses
danos nos imobilizem. E precisamos matar a Yasser Arafat,
porque o mundo não nos deixa alternativa."
Que elementos mais são necessários para caracterizar a Israel
como Estado terrorista, levar seu primeiro-ministro Ariel
Sharon – que já dispunha de dossiê suficiente antes disso –
ao banco de acusados do Tribunal Penal Internacional e tomar
medidas imediatas, com tropas da ONU, para impedir que esse
novo crime seja cometido?
Quando se levanta a condenação à decisão do governo
israelense de expulsar Arafat, a atitude do governo
israelense é a de extremar sua posição, aventando
publicamente a possibilidade de assassínio de um chefe de
Estado reconhecido pelas Nações Unidas na mesma condição de
Bush, de Chirac e de Lula. Se não tomar nenhuma atitude, a
comunidade internacional e, em especial a ONU, serão
cúmplices de mais um crime contra a humanidade por parte do
governo de Israel.
https://www.alainet.org/pt/articulo/108377
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