Mudos
06/04/2006
- Opinión
Muitos são os anéis que seus aniversários desenharam em seu tronco. Estas
árvores, estes gigantes cheios de anos, levam séculos cravados no fundo da
terra, e não podem fugir. Indefesos diante das serras elétricas, rangem e
caem. Em cada derrubada o mundo vem abaixo; e a passarada fica sem casa.
Morrem assassinados os velhos estorvos. Em seu lugar, crescem os jovens
rentáveis. Os bosques nativos abrem espaço para os bosques artificiais. A
ordem, a ordem militar, ordem industrial, triunfa sobre o caos natural.
Parecem soldados em fila os pinheiros e eucaliptos de exportação, que
marcham rumo ao mercado internacional.
Fast food, fast wood: os bosques artificiais crescem num instante e
vendem-se num piscar de olhos. Fontes de divisas, exemplos de
desenvolvimento, símbolos de progresso, esses criadouros de madeira
ressecam a terra e arruínam os solos.
Neles, os pássaros não cantam.
As pessoas os chamam de bosques do silêncio.
https://www.alainet.org/pt/articulo/114826
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