diz Dom Casaldáliga

Igreja precisa se aproximar dos problemas sociais

15/05/2007
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Aborto, homossexualismo, uso de preservativos e segundo casamento. Estes são quatro dos tabus impostos pela igreja católica e que ficaram de fora dos assuntos que nortearam a visita do Papa Bento XVI na última semana. A visita do Papa, segundo o próprio Vaticano, tinha a intenção de resgatar adeptos da Igreja que ao longo dos anos migraram para outras religiões que apenas “tratam de problemas pessoais dos fiéis”.

Por outro lado, estes temas ainda não discutidos pela Igreja, estão presentes no dia-a-dia de religiosos que integram a Teologia da Libertação. Esta é uma das vertentes da Igreja Católica que busca valorizar mais os aspectos sociais do que os morais, o que não agrada alguns setores do Vaticano. Bento XVI, por exemplo, antes de assumir o lugar de João Paulo II, chegou a punir padres e frades que abraçavam esta teologia, que para ele é prejudicial ao misturar “fé e política”. Porém, para Dom Pedro Casaldáliga, um dos religiosos da Teologia da Libertação no Mato Grosso, a vinda do Papa transmite um forte caráter político.

“O que seria só uma visita pastoral acaba tendo conotações políticas. Há muita confusão e às vezes muita injustiça também em classificar a atuação de padres ou de bispos. Reclamar pela reforma agrária é política, denunciar certas injustiças certas corrupções, interferir é política. Mas é, sobretudo, ajudar os povos a abrir os olhos e a reconhecer que se deve denunciar, porque a verdadeira política tem muito de profecia. Denuncia e anuncia.”

Para Casaldáliga os ataques à Teologia da Libertação demonstram uma dificuldade do Vaticano em assumir uma posição quanto a temas polêmicos e atuais. Além da falta de proximidade com os problemas sociais, que vão depender da visão e da atuação política do local onde se vive.


Radioagência NP,

http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&...

https://www.alainet.org/pt/articulo/121125

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