Governo de Luis Inácio mente e engana os trabalhadores
12/07/2007
- Opinión
O governo de Luis Inácio mostrou que não está nem aí para a gritaria dos trabalhadores públicos que estão em luta em todo o país na defesa de um serviço público de qualidade. Tem ignorado olimpicamente todas as greves, corta salários, ameaça, prende, pune. É um festival de autoritarismo e descomprometimento com o serviço público. Agora, em plena greve das instituições federais de ensino, enquanto mantém o que chama de “mesa de negociação permanente”, quebra todos os acordos e encaminha o projeto de lei complementar que cria a Fundação Estatal.
Este pequeno monstrengo, gerado dentro do Ministério do Planejamento, nada mais é do que a possibilidade legal da privatização dos serviços públicos: todos! A tal fundação, que o governo diz que é pública, é de direito privado e se propõe a servir como órgão de administração dos serviços públicos em saúde, educação, assistência social, desporto, ciência e tecnologia e até cultura. Com esta aberração jurídica o governo entrega para a administração privada todos os serviços públicos do país.
É claro que os meios de comunicação falam do tema como um avanço na gestão pública. Dizem que agora, com a tal fundação, tudo vai ser melhor, os serviços mais ágeis, as contratações mais rápidas, enfim, a sétima maravilha do mundo. Mas, na verdade, tudo o que vai acontecer é que o trem neoliberal seguira em velocidade mais rápida rumo a completa entrega do patrimônio público à sanha do capital.
A fundação estabelecerá “contratos de gestão” com os órgãos públicos e cada setor vai receber de acordo com sua produção. Dá para imaginar o que é “produção” em saúde? Quando vai receber um hospital? Tanto quantas doenças produzir. A lógica vai ser investir na doença e não na saúde. Isso é possível? O povo vai aceitar isso calado? Infelizmente parece que vai. E o que é produção em educação, em cultura? Como isso vai ser medido? Só deus e o diabo sabem! Mais provavelmente o diabo...
Os trabalhadores das universidades estão em greve há mais de 30 dias, justamente lutando contra isso. Mas, quem ouve? Quem acredita que este projeto pode ser ruim para a população? Quem tem se manifestado na defesa da continuidade do Hospital Universitário 100% SUS? Praticamente ninguém, a não ser os trabalhadores em luta que agem mais como os arautos da desgraça, anunciando o terror que pode vir. E ninguém acredita. Tudo segue seu curso normal e as pessoas seguem aceitando que a verdade está na tela da Globo.
Por incrível que pareça, o governo de Luis Inácio prometeu aos trabalhadores das universidades que iria, pelo menos, debater o tema da fundação com a sociedade. Não o fez. Não cumpriu sua promessa. Mais uma das centenas não cumpridas. E agora? Os trabalhadores em greve, o que farão? Seguirão com seu movimento pacífico, dentro da ordem, girando feito perus bêbados, de reunião em reunião, acreditando nas mentiras sempre repetidas de um governo que governa só para os grandes? Seguirão acreditando na mítica “mesa de negociação permanente”? Quando acordarão e verão a verdadeira face de um governo que governa para os ricos enquanto dá migalhas aos pobres como todos sempre fizeram? Um governo que ficará para a história como aquele que perdeu a chance de se fazer história. Um governo medíocre, cortesão, capacho, vil.
E os trabalhadores deste tempo histórico, em que página da história ficarão? Como os que observaram, anestesiados, toda a destruição? Ou como os que mudaram o rumo das coisas com sua força e sua luta? Essa é a resposta que precisam dar. Agora ou nunca...
- Elaine Tavares – jornalista no Ola/UFSC. O OLA é um projeto de observação e análise das lutas populares na América Latina.
Este pequeno monstrengo, gerado dentro do Ministério do Planejamento, nada mais é do que a possibilidade legal da privatização dos serviços públicos: todos! A tal fundação, que o governo diz que é pública, é de direito privado e se propõe a servir como órgão de administração dos serviços públicos em saúde, educação, assistência social, desporto, ciência e tecnologia e até cultura. Com esta aberração jurídica o governo entrega para a administração privada todos os serviços públicos do país.
É claro que os meios de comunicação falam do tema como um avanço na gestão pública. Dizem que agora, com a tal fundação, tudo vai ser melhor, os serviços mais ágeis, as contratações mais rápidas, enfim, a sétima maravilha do mundo. Mas, na verdade, tudo o que vai acontecer é que o trem neoliberal seguira em velocidade mais rápida rumo a completa entrega do patrimônio público à sanha do capital.
A fundação estabelecerá “contratos de gestão” com os órgãos públicos e cada setor vai receber de acordo com sua produção. Dá para imaginar o que é “produção” em saúde? Quando vai receber um hospital? Tanto quantas doenças produzir. A lógica vai ser investir na doença e não na saúde. Isso é possível? O povo vai aceitar isso calado? Infelizmente parece que vai. E o que é produção em educação, em cultura? Como isso vai ser medido? Só deus e o diabo sabem! Mais provavelmente o diabo...
Os trabalhadores das universidades estão em greve há mais de 30 dias, justamente lutando contra isso. Mas, quem ouve? Quem acredita que este projeto pode ser ruim para a população? Quem tem se manifestado na defesa da continuidade do Hospital Universitário 100% SUS? Praticamente ninguém, a não ser os trabalhadores em luta que agem mais como os arautos da desgraça, anunciando o terror que pode vir. E ninguém acredita. Tudo segue seu curso normal e as pessoas seguem aceitando que a verdade está na tela da Globo.
Por incrível que pareça, o governo de Luis Inácio prometeu aos trabalhadores das universidades que iria, pelo menos, debater o tema da fundação com a sociedade. Não o fez. Não cumpriu sua promessa. Mais uma das centenas não cumpridas. E agora? Os trabalhadores em greve, o que farão? Seguirão com seu movimento pacífico, dentro da ordem, girando feito perus bêbados, de reunião em reunião, acreditando nas mentiras sempre repetidas de um governo que governa só para os grandes? Seguirão acreditando na mítica “mesa de negociação permanente”? Quando acordarão e verão a verdadeira face de um governo que governa para os ricos enquanto dá migalhas aos pobres como todos sempre fizeram? Um governo que ficará para a história como aquele que perdeu a chance de se fazer história. Um governo medíocre, cortesão, capacho, vil.
E os trabalhadores deste tempo histórico, em que página da história ficarão? Como os que observaram, anestesiados, toda a destruição? Ou como os que mudaram o rumo das coisas com sua força e sua luta? Essa é a resposta que precisam dar. Agora ou nunca...
- Elaine Tavares – jornalista no Ola/UFSC. O OLA é um projeto de observação e análise das lutas populares na América Latina.
https://www.alainet.org/pt/articulo/122206
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