Na crise, conservadora Colômbia é único sul-americano no FMI
- Opinión
BRASÍLIA – Em meio à crise financeira que abala parte da Europa e o coloca de volta à cena, o Fundo Monetário Internacional (FMI) contabiliza hoje contratos de empréstimos que somam US$ 282 bilhões, dos quais só um foi celebrado com um país sul-americano, a Colômbia. Coincidência ou não, o único país da região com um histórico recente de seguidos governos de orientação conservadora.
Desde a eclosão da crise global de 2008 que, agora, volta à tona com contornos diferentes, o governo colombiano fez três acordos com o FMI, num total de US$ 13 bilhões. O último, em vigor desde maio e que vale até 2013, é de US$ 3,8 bilhões. Os dois primeiros foram assinados na gestão Álvaro Uribe e o terceiro, já na administração Juan Manuel Santos, ambos conservadores.
A quantia que o FMI já se comprometeu a emprestar pelo mundo representa 83% do seu patrimônio, de US$ 338 bilhões – há um acordo dos 187 membros de dobrar o valor das cotas, mas que ainda precisar ser aprovado em cada país para vigorar. Dos US$ 282 bilhões em contratos, US$ 69 bilhões já foram sacados pelos países socorridos, segundo os dados mais atualizados do FMI (até 31 de outubro).
Apesar de a crise financeira que tem feito o FMI negociar empréstimos estar concentrada na Europa, não é naquele continente que está a maior operação da instituição. O acordo mais volumoso foi feito com o México, no valor de US$ 47 bilhões, fechado em janeiro de 2011 para valor por dois anos. É um acordo preventivo, em que não necessariamente haverá o uso efetivo da bolada, a exemplo dos três colombianos.
Já entre os europeus endividados, sim, o dinheiro está sendo usado. No caso da Grécia, segunda maior operação, o contrato foi de US$ 26 bilhões, com validade até maio de 2013. A Portugal, o terceiro maior acerto, o empréstimo foi de US$ 23 bilhões, até maio de 2014. E com a Irlanda, outro grande europeu que foi ao Fundo, o contrato é de US$ 19 bilhões, de vigência até junho de 2013.
A Polônia, que não aparece entre na lista dos europeus afogados, também fez um volumoso acordo com o FMI, do mesmo tipo que colombianos e mexicanos, que também atinge US$ 19 bilhões.
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