Movimentos e centrais sindicais realizam ações por todo o país
- Opinión
Trancamento de rodovias, manifestações, paralisações de fábricas, entre outras ações, acontecem por todo o país contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e em defesa da democracia, nesta sexta-feira (15). As mobilizações integram a jornada de lutas nacional da Frente Brasil Popular, articulação de movimentos populares e organizações políticas, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cuja Jornada Nacional de Lutas do Abril Vermelho também ocorre nesta sexta.
Em Alagoas, mais de 5 mil manifestantes do MST bloquearam 20 trechos de rodovias estaduais e federais nos municípios de Teotônio Vilela, Junqueiro, Atalaia, Flexeiras e Joaquim Gomes, além de paralisações nas cidades de Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Girau do Ponciano, Cajueiro, Novo Lino, União dos Palmares, Murici, Campo Alegre, Maragogi, Matriz do Camaragibe, São Luiz do Quitunde e em Porto Calvo.
“Nossa luta hoje é em memória aos 20 anos de impunidade do assassinato dos trabalhadores rurais Sem Terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. Essa impunidade reaviva cada vez mais a violência no campo que está presente em todas as nossas regiões, onde o agronegócio continua matando e massacrando Sem Terra”, disse José Roberto Silva, da direção nacional do movimento.
Na altura do quilômetro 16 da Rodovia dos Imigrantes, entre as cidades de São Paulo e Diadema, cerca de 100 manifestantes interditaram totalmente a via por volta das 7h15. O ato foi convocado pela CUT para denunciar a ilegalidade do processo de impeachment da presidenta.
Em Minas Gerais, integrantes do MST também paralisaram duas rodovias. Na cidade de Uberlândia, cerca de 200 pessoas trancaram a BR-050. Já no município de Governador Valadares, 300 militantes trancaram a BR-116. Em Sergipe, cinco pontos da BR-101 foram paralisados nas cidades de Cristinápolis, Laranjeiras e no município de Malha dos Bois.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em Brasília (DF), também foi palco de protestos. Cerca de 1 mil militantes do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizaram um protesto em frente à sede da entidade, para denunciarseu apoio ao uso de agrotóxicos.
“O modelo de agricultura defendido pela CNA é baseado no uso de venenos, que contamina a nossa alimentação. Ela incentiva a agricultura voltada para commodities, que não alimenta o povo brasileiro, e ainda trabalha contra várias políticas de reforma agrária, através da sua atuação por lobby", disse a integrante da coordenação nacional do MST, Atiliana Brunetto.
No Acampamento Nacional da Juventude Sem-Terra "Oziel Alves Pereira", no Pará, manifestantes tomaram a simbólica Curva do S para lembrar os 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás.
Protestos no Paraná e Porto Alegre
A Via Campesina e a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) reuniram mais de 2 mil pessoas no centro de Porto Alegre. A marcha, realizada na manhã desta sexta-feira, seguiu até a Praça da Matriz, em protesto contra a tentativa de golpe da presidenta Dilma.
Já no Paraná, manifestantes do MST e da Frente Brasil Popular fecharam diversas rodovias e realizaram ocupações, na Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária e pela Democracia. Centenas de assentados e acampados fecharam rodovias estaduais e federais e abriram pedágios. Acontecem, simultaneamente, mobilizações em Curitiba, Cascavel, São Miguel do Iguaçu, Londrina, Maringá.
A jornada paranaense lembra também dos dois acampados, Vilmar Bordim, de 44 anos, e Leonir Orback, de 25 anos, que foram assassinados por policiais militares e seguranças da empresa Araupel, no último dia 7 de abril, no Acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região central do Paraná. Durante o ataque, outros sete acampados ficaram feridos.
*Com informações da Página do MST.
- Redação Brasil de Fato
Edição: Simone Freire.
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