Verdadeiramente humano
- Opinión
A Daniel Viglietti
(Uruguai/americalatina 1939-2017)
E então a arte é surpreendida:
A morte como uma ferida
Faz doer de novo os corações.
É a perda, é a falta é a retirada
É a partida da vida entusiasmada
De quem viveu para tecer canções.
Se as cordas calam, agora, paciência...
O mundo perde em inteligência
Mas ganha muito em recordações.
É o fim de um tempo, mas não o fim da arte
Segue vivendo aquele que reparte
Letras, mensagens, versos e melodias...
É a recompensa que dá a eternidade
A quem viveu da criatividade
Trazendo ao mundo valores e alegrias.
Cantará agora por outros seguidores
Fecham-se as portas aos torturadores
Abrem-se os tempos das velhas utopias...
Crenças e cantos vibram a mesma história
Versos e textos lavram as memórias
De um mundo novo que já principia.
É o dia nascendo com Sol no horizonte
É o rio passando por baixo da ponte
E os passos indo andando sobre os planos.
Duras batalhas corrigirão falhas
E os acertos domarão enganos.
Como os trigais das roças semeadas
Suas mensagens margearão estradas
Para animar as marchas prolongadas
Que surgirão nos próximos anos.
É na certeza da missão cumprida
Que suas canções serão repartidas;
Para fazer-nos sempre mais humanos.
Bahia, 31 de outubro de 2017
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