Verdadeiramente humano

31/10/2017
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 A Daniel Viglietti

 

(Uruguai/americalatina 1939-2017)

 

E então a arte é surpreendida:

A morte como uma ferida

Faz doer de novo os corações.

É a perda, é a falta é a retirada

É a partida da vida entusiasmada

De quem viveu para tecer canções.

 

Se as cordas calam, agora, paciência...

O mundo perde em inteligência

Mas ganha muito em recordações.

É o fim de um tempo, mas não o fim da arte

Segue vivendo aquele que reparte

Letras, mensagens, versos e melodias...

 

É a recompensa que dá a eternidade

A quem viveu da criatividade

Trazendo ao mundo valores e alegrias.

Cantará agora por outros seguidores

Fecham-se as portas aos torturadores

Abrem-se os tempos das velhas utopias...

 

Crenças e cantos vibram a mesma história

Versos e textos lavram as memórias

De um mundo novo que já principia.

É o dia nascendo com Sol no horizonte

É o rio passando por baixo da ponte

E os passos indo andando sobre os planos.

Duras batalhas corrigirão falhas

E os acertos domarão enganos.

 

Como os trigais das roças semeadas

Suas mensagens margearão estradas

Para animar as marchas prolongadas

Que surgirão nos próximos anos.

É na certeza da missão cumprida

Que suas canções serão repartidas;

Para fazer-nos sempre mais humanos.

 

Bahia,  31 de outubro de 2017

https://www.alainet.org/pt/articulo/188966

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