Mesmo com banimento do Lula, oligarquia continua sem viabilidade eleitoral

09/02/2018
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O banimento eleitoral do ex-presidente Lula parece ser uma realidade incontornável. Este desfecho somente não se confirmaria num cenário a essas alturas improvável, de reversão da farsa judicial arquitetada pela Lava Jato para retirar Lula da eleição.

 

Mesmo banindo Lula, contudo, o plano da oligarquia golpista de dar continuidade ao golpe via legitimação eleitoral, continua sem viabilidade. Algumas razões:

 

1] o absoluto fracasso de todas as candidaturas de direita – as testadas ou as ainda em testagem nas sondagens eleitorais – que perderiam a eleição para Lula no primeiro turno e perderiam também para o eventual candidato do Lula;

 

2] a crescente consciência do povo pobre e da classe média trabalhadora sobre a armação montada para perseguir Lula e impedir seu retorno à presidência do Brasil;

 

3] a percepção cada vez mais difundida nas camadas populares a respeito das reais motivações do golpe e a associação disso com os retrocessos sociais, o desemprego, a subtração de direitos e a piora da qualidade de vida;

 

4] a comparação entre a realidade dramática e depressiva do país no curto período de vigência do golpe, e os anos de desenvolvimento, progresso social e felicidade vividos durante os governos do PT, sobretudo no período Lula.

 

O impedimento eleitoral do Lula, além disso, principalmente se precedido de sua eventual prisão, aumentará a audiência e a influência dele na escolha das camadas populares.

 

Em vista dessa realidade, FHC, Globo, a direita e o grande capital se movem em desespero para salvar o golpe. A movimentação para viabilizar a candidatura do animador de auditório da Globo, Luciano Huck, é parte desta tentativa desesperada que também fracassará.

 

A questão que se coloca, diante da incapacidade da oligarquia golpista em concretizar uma saída eleitoral/institucional, é saber qual será seu comportamento.

 

O cardápio à disposição é diversificado; comporta um amplo espectro de opções: o cancelamento da eleição, a proscrição do PT, a proibição do candidato apoiado por Lula, a cassação da chapa [depois de] eleita e a aprovação do parlamentarismo.

 

De uma coisa não se pode duvidar. A oligarquia fará o impossível para assegurar a continuidade do golpe, mesmo que ao custo do aprofundamento autoritário da ditadura e de novas rupturas do Estado de Direito e das regras constitucionais.

 

8 de fevereiro de 2018

https://jefersonmiola.wordpress.com/2018/02/08/mesmo-com-banimento-do-lula-oligarquia-continua-sem-viabilidade-eleitoral/

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/190933
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