Mentiras da mídia e do Judiciário fizeram brotar o fascismo

24/10/2018
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Chega ser bizarro ler e ouvir notícias sobre a preocupação da mídia monopolista com as fake news. Haja cinismo! De repente, justamente a maior propagadora de notícias falsas do país resolve recorrer a agências de checagem para avaliar a veracidade de alguns lixos que circulam nas redes sociais nestas eleições.

 

Como não acredito em milagres, estou longe de me comover com a súbita conversão da Globo, dos jornalões e das revistas em fiscais da informação de qualidade, em paladinos da garantia do direito da sociedade de acessar fatos e não fakes.

 

Como pode querer ser levada a sério uma imprensa que, de braços dados com o sistema de justiça do país, há mais de dez anos se entrega a uma guerra suja contra o Partido dos Trabalhadores e tudo que ele representa em termos de inclusão social e soberania popular e nacional?

 

Porta-voz da Casa Grande nativa, que é capaz de apoiar todo e qualquer arranjo antidemocrático sempre que os de baixo experimentam alguma melhoria de vida, a mídia vem seguindo à risca desde 2005 os ensinamentos de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do partido nazista alemão, para quem uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.

 

Ao perceber que através das regras democráticas e do voto seria praticamente impossível derrotar o PT, o consórcio golpista formado pelos barões da mídia e instituições do Estado, como Ministério Público, Judiciário e Polícia Federal, decidiu a lançar mão de forma obsessiva da disseminação de mentiras.

 

Ou seja, a fake news, que hoje eles fingem combater, esteve no centro da tática que levou ao golpe de estado de 2016 e à gigantesca farsa do processo que levou à prisão de Lula. O ovo da serpente que deu a luz à besta-fera do fascismo vem sendo chocado, porém, de mentira em mentira, desde o processo do mensalão.

 

O mensalão, como a imprensa martelou na cabeça das pessoas, jamais existiu. Das mais de 600 testemunhas ouvidas, todas, com exceção de Roberto Jefferson, negaram sua existência. Jamais ficou provada a tese de que parlamentares recebiam mesada para apoiar o governo, que, aliás, contava com folgada maioria no Congresso Nacional.

 

Para condenar os petistas, foram utilizadas teorias esdrúxulas e estranhas ao nosso direito como o domínio do fato. No vale tudo contra o PT, acabou sendo deixada de lado a verdadeira essência do mensalão: um caso típico de caixa 2, à época utilizado por todos os partidos. Como tal deveria ter sido julgado.

 

Depois veio o rolo compressor da Lava Jato, operação urdida por setores da inteligência dos EUA para golpear a nossa democracia e abrir caminho para a entrega das riquezas do país aos estrangeiros. Para isso, era preciso remover o governo do PT do caminho. Desta vez o estoque de mentiras superaria até mesmo o utilizado para tentar legitimar a Ação Penal 470. Não hesitaram inclusive em destruir o setor de óleo e gás, desmoralizar a Petrobras e desempregar milhões de trabalhadores, para justificar perante à opinião pública a tomada de assalto do governo da República.

 

Sempre sob o falso pretexto do combate à corrupção, ações banais de governo passaram a ser criminalizadas. As doações legais de campanha ao PT por parte de empresários (à época, contribuições de pessoas jurídicas eram permitidas por lei) foram taxadas de criminosas, o que levou à prisão de tesoureiros petistas. As fontes dos demais responsáveis pelas finanças dos outros partidos, as mesmas usadas pelos PT, eram limpas e cristalinas. Só as do PT eram sujas.

 

Não é á toa que fascismo e antipetismo hoje se confundem.

 

 

Out 23, 2018

http://blogdobepe.com.br/index.php/politica/item/2242-mentiras-da-midia-e-do-judiciario-fizeram-brotar-o-fascismo

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/196114
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