Bolsonaro leva Brasil a participar de provocação contra a Venezuela

O Governo Bolsonaro rompe com uma centenária postura do Brasil de não interferir nos assuntos internos de outras nações e de agir para solucionar pacificamente os conflitos.

20/02/2019
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Na noite desta terça-feira (19) o porta-voz do Governo Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, anunciou que o Brasil participará, no próximo dia 23, na fronteira com a Venezuela, da “entrega de ajuda humanitária”, eufemismo usado pelos EUA para justificar uma agressão contra a República Bolivariana da Venezuela.

 

O roteiro planejado é que a Venezuela reaja à entrada em seu território de material não solicitado pelo governo legítimo do país, e isto cause um conflito que justifique a invasão armada estrangeira.

 

O anúncio do porta voz despertou rápida reação no Congresso, com parlamentares da oposição apresentando um requerimento de informação e convocação do Ministro da Defesa para prestar explicações.

 

Afronta ao Plano de Defesa Nacional

 

O Governo Bolsonaro, ao anunciar a participação nesta provocação, rompe com uma centenária postura do Brasil de não interferir nos assuntos internos de outras nações e de agir para solucionar pacificamente os conflitos. Além disso, atua como um governo títere do imperialismo americano, colocando em risco interesses estratégicos do país, ao ajudar a trazer para perto de nossa fronteira um conflito de consequências imprevisíveis, o que contraria os conceitos do Plano de Defesa Nacional, que está em vigor e foi revisado e aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro de 2018.

 

Nele se coloca como uma das principais diretrizes dos “Objetivos Nacionais de Defesa”: “contribuir para a estabilidade regional, paz e segurança internacionais”. O texto também recomenda que o Brasil adote 28 posicionamentos políticos na área de Defesa. O primeiro deles é a solução pacífica das controvérsias.

 

Porém, Bolsonaro, no momento em que enfrenta graves denúncias de corrupção que atingem o seu núcleo familiar e o seu partido, pode recorrer à ameaça de guerra ou mesmo à guerra como tática diversionista, como outros governantes da extrema-direita já fizeram na história, à custa do sangue e das lágrimas da juventude e do povo.

 

Urge mobilizar a sociedade para barrar esta aventura.

 

*Wevergton Brito Lima, jornalista, membro da Comissão de Política e Relações Internacionais do PCdoB.

 

http://www.vermelho.org.br/noticia/318738-1

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/198276
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